A favorita neste ano é… bom, uma coisa é certa: nenhuma das duas candidatas de A Favorita. Afinal, elas meio que se anulam mutuamente. Tanto Emma Stone quanto Rachel Weisz já foram premiadas em edições anteriores do Globo de Ouro (assim como no Oscar) e suas presenças aqui são garantia de prestígio para a cerimônia, mais do que qualquer coisa. Dentre as demais indicadas, temos uma eterna favorita, uma novata não tão inexperiente e uma veterana que tem tudo para, finalmente, ser levada à sério. Isso sem mencionar (já mencionando) que duas das concorrentes – Amy Adams e Regina King – foram indicadas duplamente neste ano: ambas concorrem também como Melhor Atriz em Minissérie ou Telefilme. Será que vão revezar as vitórias, uma aqui e a outra com o troféu de televisão? Não seria de se espantar. Afinal, estamos falando de Globo de Ouro, onde tudo pode acontecer.

Indicadas

 

FAVORITA
Regina King, por Se a Rua Beale Falasse
Ela está em Hollywood desde Os Donos da Rua (1991), há quase três décadas, mas somente agora estão finalmente lhe dando a atenção devida. Pela sensível composição que apresenta em Se a Rua Beale Falasse, primeiro trabalho do diretor Barry Jenkins após o oscarizado Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016), ela já é, disparado, a artista mais premiada deste ano: conta, até o momento, com nada menos do que 19 prêmios de associações de críticos por todos os Estados Unidos! Sem falar que está concorrendo também ao Critics Choice, ao Film Independent Spirit e ao Satellite. A única pedra no sapato? Ficou de fora das finalistas ao Screen Actors Guild, o prêmio do Sindicato dos Atores. Ou seja, é favorita – como atestam o National Board of Review e os prêmios dos críticos de Los Angeles, Nova Iorque, Boston, Detroit, Indiana, Las Vegas, Palm Springs, Phoenix, San Francisco, Seattle, St. Louis e Washington, entre outros. Mas surpresas podem acontecer. Quem viver, verá.

 

AZARÃO
Amy Adams, por Vice
Dona de dois Globos de Ouro – por Trapaça (2013) e por Grandes Olhos (2014), ambos na categoria de Melhor Atriz em Filme de Comédia ou Musical – Amy Adams chegou, neste ano, à sua nona indicação! E em duas categorias até agora não premiadas: Atriz Coadjuvante (é a sua quarta indicação aqui) e em Melhor Atriz em Minissérie ou Telefilme, por Sharp Objects. Sem falar que Vice é o filme campeão de indicações ao Globo de Ouro 2019! Ou seja, tudo parece conspirar a seu favor. Mas será suficiente para justificar uma vitória? Bom, se não for aqui… as chances aumentam consideravelmente na outra disputa, na qual contará com a mesma Regina King como principal oponente. Difícil que ambas saiam da festa de mãos abanando – mais provável, aliás, é que cada um leve consigo um troféu. Resta descobrir qual.

 

SEM CHANCES
Claire Foy, por O Primeiro Homem
Vencedora do Globo de Ouro pela primeira temporada da série The Crown (2016-), Claire Foy foi indicada novamente no ano seguinte – sem vitória, no entanto. E agora, no terceiro ano, acabou esquecida. Sorte foi ter aparecido essa indicação em cinema, que garantiu sua presença na festa pelo terceiro ano consecutivo. No entanto, é bem provável que o jantar grátis seja a sua única premiação. Indicada a quase tudo, Foy ganhou absolutamente nada nesta temporada – até o momento, ao menos. O Primeiro Homem era um filme que, antes de ser lançado, levantou muitas expectativas, que infelizmente não se confirmaram na tela grande. E, sem fazer muito barulho, as chances da atriz foram diminuindo, tanto que o filme, que era cotado para disputar várias categorias, acabou presente em apenas duas, aqui e em Trilha Sonora. Foy está indicada também ao Critics Choice, Satellite e nas premiações dos críticos de Houston, Phoenix e Seattle – mas ficou de fora do SAG. Ou seja, típico caso de que o convite já é o prêmio. E que se dê por satisfeita.

 

ESQUECIDA
Nicole Kidman, por Boy Erased: Uma Verdade Anulada
O drama inspirado em um episódio real recebeu duas indicações ao Globo de Ouro – Ator (Lucas Hedges) e Canção Original – mas falhou em marcar presença entre as finalistas a Atriz Coadjuvante. E isso que estamos falando de Nicole Kidman, dona de quatro Globos de Ouro (o último foi conquistado no ano passado, pela série Big Little Lies, 2017). Ela concorre, neste ano, a Melhor Atriz em Filme de Drama, por O Peso de um Passado (2018), mas era dada como presença garantida também como a mãe que envia o próprio filho para um instituto que promete ‘curar’ o garoto de sua homossexualidade. Por este trabalho, foi premiada pela Academia de Cinema e Televisão da Austrália e pelos críticos de San Diego, além de concorrer ao Critics Choice e ao Satellite. Não que sua ausência seja motivo de grande lamento – é preciso confessar que, apesar de sua participação ser bastante pontual em cena, o verdadeiro show é do protagonista – mas, visto esse histórico, é motivo de espanto, sim.

:: Confira aqui tudo sobre o Globo de Ouro 2019 ::

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *