Das cinco indicadas ao Globo de Ouro, apenas duas concorrem também ao Critics Choice e ao Screen Actors Guild: Elisabeth Moss e Sandra Oh. Seriam elas as favoritas, portanto? Se houvesse alguma lógica no Globo de Ouro, é até provável que sim. Infelizmente, não é o caso. A começar pelo fato de que ambas perderam o Emmy para Claire Foy (assim como Keri Russell, que também estava naquela disputa) – que concorreu pela segunda temporada de The Crown ao Globo de Ouro 2018, e perdeu! Isso, é claro, se deve àquele fato dos votantes do Globo odiarem a repetição de vitoriosos, e Foy havia vencido pela primeira temporada, em 2017. E assim, seguindo esse raciocínio, como foi Moss que ganhou o Globo em 2018, é pouco provável que ela leve novamente a estatueta, agora pelo segundo ano. Desse jeito, sobra uma que recebeu um convite tardio para a festa, outra que somente aqui é bem recebida – e olhe lá – aquela que é uma das maiores estrelas de Hollywood de todos os tempos. Qual deverá estampar o maior sorriso possível na noite do dia 06 de janeiro?
Indicadas
- Caitriona Balfe, por Outlander
- Elisabeth Moss, por The Handmaid’s Tale
- Sandra Oh, por Killing Eve
- Julia Roberts, por Homecoming
- Keri Russell, por The Americans
FAVORITA
Julia Roberts, por Homecoming
Esse é o tipo de trabalho feito para ser premiado. Ainda mais quando temos à frente do elenco uma atriz como Julia Roberts, vencedora do Oscar, do BAFTA, do Critics Choice, do National Board of Review e de outras tantas estatuetas. Só no Globo de Ouro, ela chegou neste ano à sua nona indicação – sendo que conta com três vitórias anteriores. Era esperada também a sua presença entre as finalistas de Melhor Atriz em Filme Drama por sua atuação em O Retorno de Ben (2018), o que acabou não acontecendo. Sinal de que seu brilho talvez esteja esmaecendo, ou que suas chances aqui foram redobradas, graças a uma maior concentração de olhares? A segunda possibilidade é bem mais provável. Julia já ganhou um Globo como Atriz Coadjuvante (Flores de Aço, 1989), como Atriz em Comédia ou Musical (Uma Linda Mulher, 1990) e como Atriz em Drama (Erin Brockovich, 2000). Ou seja, uma categoria em Televisão ainda lhe é inédita. Por enquanto, pode apostar. E essa parece ser a chance perfeita, principalmente porque Homecoming concorre também à Melhor Série Drama – em um total de três indicações – além dela e do show serem finalistas também no Critics Choice no Satellite. Uma combinação, como se percebe, quase irresistível.
AZARÃO
Sandra Oh, por Killing Eve
Com Elisabeth Moss fora da disputa por já ter ganhado, e com Keri Russell tendo de se contentar com “a indicação já é uma vitória” – afinal, em seis anos de The Americans, essa é apenas sua segunda indicação, sem vitória anterior – o caminho se abriu para Sandra Oh, talvez a mais subestimada das concorrentes. Após anos como coadjuvante no novelão Grey’s Anatomy (2005-2017), estava mesmo mais do que na hora dela assumir o protagonismo de uma história. E o que faz em Killing Eve, bom, tem deixado todo mundo de queixo caído. Indicada ao Emmy e ao prêmio a Associação de Críticos de Televisão dos Estados Unidos, concorre também ao Screen Actors Guild e ao Critics Choice. Não ganhou algo até agora, mas não seria sua vitória mais que esperada, e justamente por isso? Afinal, talento para isso ela tem, e de sobra!
SEM CHANCES
Caitriona Balfe, por Outlander
Quarto ano do programa, quarta indicação ao Globo de Ouro. Vitórias, no entanto, nenhuma. E quantas indicações ao Emmy? Zero. Ao Critics Choice? Ao Satellite? Ao Screen Actors Guild? Nos dois primeiros, uma indicação em cada, e nada de prêmios. Nesse último, pior ainda: pelo jeito, nem sabem que ela existe. Fenômeno de audiência, com uma base de fãs fiel e apaixonada, Outlander não possui o mesmo respaldo da crítica e/ou imprensa. Portanto, vê-la levantando a estatueta dourada talvez até fizesse sentido no primeiro ano, se os votantes do Globo decidissem fazer dela uma aposta – o que acabou não acontecendo, é fato. Agora, sem nem ao menos o respaldo da premiação, que lembrou somente dela, sem indicar o show ou seu colega de elenco, o galã Sam Heughan, fica ainda mais difícil imaginar que uma torcida aqui terá algum efeito prático.
ESQUECIDA
Robin Wright, por House of Cards
Dona de quatro indicações ao Globo de Ouro, Robin Wright ganhou sua cobiçada estatueta pelo primeiro ano de House of Cards. Foi indicada em mais duas ocasiões por esse trabalho – sem vitória, no entanto, o que até já era de se esperar. Porém, o que aconteceu em 2018 com ela e com o programa foi totalmente inesperado e fora dos padrões. Afinal, ela sempre contou com a parceria de Kevin Spacey, desde o primeiro episódio, dividindo o protagonismo da série. Com o surgimento de várias denúncias de abuso sexual contra ele, o astro vencedor de dois Oscars foi sumariamente eliminado da trama, e o primeiro episódio desta sexta temporada já começa com o anúncio da morte do personagem dele, sem nem ao menos um flashback para dar detalhes sobre como foi o ocorrido. Wright, no entanto, se manteve sóbria durante todo o escândalo, defendendo o show e a gélida Claire Underwood com muito talento e altivez, levando pela primeira vez uma temporada inteira nas costas. E o resultado, ainda que ressinta da falta dele – algo já esperado, afinal – é mais do que satisfatório. Indicada apenas ao prêmio do Screen Actors Guild, talvez não fosse o caso, de qualquer forma, de vê-la vitoriosa – mas ao mesmo a indicação, até por reconhecimento por todo esse esforço inédito, seria mais do que justo.
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