Dos cinco programas indicados nesta categoria, três estão em suas primeiras temporadas: Barry, Kidding e O Método Kominsky. E o Globo de Ouro, ao contrário do Emmy, não é muito fiel aos seus antigos favoritos – pelo contrário, os votantes da Hollywood Foreign Press Association (Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood) costuma dar fortes sinais de que adora uma novidade. Sendo assim, estes três candidatos já podem se considerar um passo à frente dos demais. Por sua vez, Maravilhosa Sra. Maisel – atualmente no seu segundo ano – não pode ser considerada carta fora do baralho (afinal, foi ela a premiada nesta categoria no ano passado, além de ter levado também 8 Emmys e 2 Critics Choice Awards, e estar concorrendo novamente tanto na premiação da Broadcast Film Critics Association como no Screen Actors Guild). Já The Good Place foi a grande surpresa, recebendo sua primeira indicação nesta que é a sua terceira temporada – antes tarde do que nunca, não é mesmo?
Indicadas
- Barry (HBO)
- The Good Place (NBC)
- Kidding (Showtime)
- O Método Kominsky (Netflix)
- Maravilhosa Sra. Maisel (Amazon)
FAVORITA
Barry, de Alec Berg e Bill Hader
Criada pelo próprio protagonista, o ator Bill Hader, Barry recebeu doze indicações ao Emmy – e foi premiada em três categorias: Ator, Ator Coadjuvante e Mixagem de Som. Aliás, Hader e seu colega Henry Winkler estão indicados também no Globo, no Screen Actors Guild e no Critics Choice – e nessas duas últimas concorre ainda a Melhor Elenco (na primeira) e Melhor Série de Comédia (na última). A história do matador de aluguel que decide virar ator caiu no gosto de muita gente, e agora parece o momento certo de “ousar sem ser tão arriscado”, algo que o Globo faz muito bem, como em anos anteriores que premiou títulos como Mozart in the Jungle (2014-2018) e Atlanta (2016-2018) antes deles se tornarem os fenômenos que se confirmaram posteriormente. Ou seja, se evitarem premiar Maravilhosa Sra. Maisel – que seria a favorita natural, não fosse a mania dos votantes do Globo de Ouro em não repetir as escolhas do ano anterior – pode apostar que a vez é desta comédia recheada de ironia e sarcasmo.
AZARÃO
O Método Kominsky, de Chuck Lorre
Dois nomes: Michael Douglas e Alan Arkin. Precisa de mais algum? Então lá vai: Chuck Lorre. O primeiro tem dois Oscars, três Globos de Ouro e um Emmy no currículo, enquanto o segundo conta com um Oscar, um Globo e um BAFTA, entre tantas outras estatuetas. Somente por contar com esses dois como protagonistas, O Método Kominsky tem suas chances dobradas. Soma-se o fato de ter sido desenvolvida por Chuck Lorre, o cara por trás de sucessos como Two and a Half Man (2003-2015) e The Big Bang Theory (2006-2019), por exemplo, dono de oito indicações ao Emmy, e tem-se um verdadeiro campeão. A trama pode não ser das mais originais – um astro decadente (Douglas) e seu agente ultrapassado (Arkin) passam a maior parte do tempo juntos reclamando das agruras da velhice – mas funciona surpreendente bem graças ao talento dos dois astros, ambos em excelente forma. Tanto que, além de concorrem ao Globo, foram indicados ao Screen Actors Guild (Douglas, Arkin e Elenco) e ao Critics Choice Awards (Douglas e Série de Comédia). Se não ganhar, a culpa é da forte concorrência – ou do preconceito por ter sido produzida pela Netflix!
SEM CHANCES
The Good Place, de Michael Schur
Michael Schur é o nome por trás de sucessos como a versão norte-americana de The Office (2005-2013) e Parks and Recreation (2009-2015) – além de ser vencedor de dois Emmys. Ou seja, não é nenhum desconhecido. Como explicar, portanto, o fato de The Good Place ter sido completamente ignorada ao estrear em 2016? Foi apenas com a sua segunda temporada que começou a ganhar algum reconhecimento – Ted Danson levou o Critics Choice e foi indicado ainda ao Emmy. Talvez tenha sido isso que despertou a curiosidade dos votantes do Globo de Ouro, que somente agora, já no terceiro ano, lhes ofereceram as duas primeiras indicações: Melhor Série de Musical ou Comédia e Melhor Atriz em Série Musical ou Comédia (Kristen Bell). Agora, como assim? E onde está Ted Danson? Esquecido, mais uma vez. Ou seja, a impressão é que ela surgiu nessa categoria quase para atender às pressões internas, e não por simplesmente os votantes serem fãs do programa. Quem sabe em 2020 a situação melhore?
ESQUECIDA
Will & Grace, de David Kohan e Max Mutchnick
De todos os revivals dos últimos tempos – Murphy Brown, Roseanne – é bem provável que Will & Grace seja o mais bem-sucedido. Afinal, previsto para apenas mais uma temporada (sua nona) com dez episódios, ela foi estendida para 16, e já renovada para mais dois anos: a décima, com treze capítulos, e uma décima-primeira, para o próximo ano. Em 2018, foram duas indicações – Melhor Série em Musical ou Comédia e Melhor Ator em Série Musical ou Comédia (Eric McCormack). Agora, no entanto, restou apenas uma: Melhor Atriz em Série Musical ou Comédia (Debra Messing). Ao todo, já somam 30 indicações ao Globo de Ouro – sem uma única vitória! Por outro lado, são 16 Emmys e 7 SAGs, sem falar de mais um caminhão de outros prêmios e troféus. Ignorar a sua importância, relevância e qualidade, mesmo após tanto tempo, diz mais a respeito de como pensam os votantes do Globo de Ouro do que acerca do próprio programa, que segue com a mesma excelência em todos esses anos!
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