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Globo de Ouro 2020 :: Apostas em Cinema

Publicado por
Robledo Milani

Há quem insista em fazer pouco caso – talvez por preconceito ou pura ignorância – mas o Globo de Ouro é, sim, um dos maiores precursores do Oscar e uma das premiações mais importantes da temporada de fim/início de ano. Para falar mal, é fácil: são menos de 100 votantes, e esse grupo não é formado nem por quem faz – artistas e cineastas – e nem por quem estuda – críticos de cinema. Quem elege os indicados e os vencedores do Globo de Ouro são jornalistas que atuam como correspondentes estrangeiros, ou seja, ainda prestam serviços para os seus países de origem – não atuam, portanto, no mercado norte-americano – mas que moram nos Estados Unidos e vivem cobrindo pré-estreias, junkets e lançamentos. A sua relevância está na posição estratégica que ocupa: não só é uma das primeiras entidades – a Hollywood Foreign Press Association – a fazer esse levantamento dos melhores do ano com o anúncio da sua lista de indicados no começo de dezembro – mas também é uma das cerimônias mais disputadas, com os premiados sendo anunciados logo no começo do ano, ainda antes do fim da votação dos indicados ao Oscar. Ou seja, quem ganha um Globo de Ouro dificilmente será esquecido entre os votantes da estatueta dourada mais cobiçada de Hollywood. Sem falar que todos os astros e estrelas que querem ver – e, principalmente, serem vistos – estarão presentes na festa, não é mesmo? Portanto, confira abaixo as nossas apostas para os favoritos, azarões e os descartáveis nas 14 categorias de Cinema do Globo de Ouro 2020!

 

MELHOR FILME – DRAMA

FAVORITO: O Irlandês
AZARÃO: 1917
SEM CHANCES: Dois Papas

Esse parece, mesmo, ser o ano de O Irlandês no Globo de Ouro. O filme de Martin Scorsese, com quase 3h30 de duração e lançado diretamente na Netflix – após algumas poucas semanas de exibição nos cinemas – agradou tanto o público como a crítica, e vem sendo apontado como uma das maiores obras do cineasta, que é um dos últimos grandes mestres de Hollywood. 1917 estreou tardiamente, mas tem a assinatura de Sam Mendes – vencedor do Globo de Ouro e diretor de dois sucessos da saga 007 James Bond – e tem deixado muita gente empolgada. Coringa talvez seja violento demais – e desde que ganhou o Festival de Veneza, no início de setembro, viu seu interesse diminuir progressivamente – e o História de um Casamento, apesar de ser o campeão de indicações, não conseguiu uma vaga na categoria de Melhor Direção, o que é sempre problemático. Já o caso de Dois Papas parece o mais complicado, pois além de ter ficado de fora dentre os diretores, também não foi recebido com tanto entusiasmo pelos críticos – é um filme com maior apelo entre os espectadores. Sem falar que se trata de uma produção da Netflix, o que ainda é visto com certo preconceito.

 

MELHOR FILME – MUSICAL OU COMÉDIA

VAI GANHAR: Era uma vez em… Hollywood
AZARÃO: Jojo Rabbit
SEM CHANCES: Meu Nome é Dolemite

O mais recente filme de Quentin Tarantino é um dos maiores sucessos de público e de crítica do ano, independente de ser qualificado como drama ou comédia, e certamente estará entre os favoritos do Oscar. Dentre os cinco finalistas aqui, apenas Jojo Rabbit irá também com força para o prêmio da Academia, o que mostra que esses são os dois únicos concorrentes reais. Era uma vez em… Hollywood sai um pouco à frente por também estar indicado em Melhor Direção. Entre Facas e Segredos e Rocketman merecem estar presentes – o primeiro é uma bem comédia de suspense, enquanto que o segundo é o único musical – mas não devem ir além. Já Meu Nome é Dolemite, também uma produção da Netflix, tem sido lembrado mais pela força do nome de Eddie Murphy, o protagonista – e é na categoria dele em que sua presença terá maior peso.

 

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO

VAI GANHAR: Toy Story 4
AZARÃO: Frozen 2
SEM CHANCES: O Rei Leão

Um ano fraco para a categoria. O único título verdadeiramente original – Link Perdido – foi um fiasco de bilheterias e agradou muito pouca gente (só foi lembrado aqui pela força da sua produtora). Como Treinar o Seu Dragão 3 seria uma boa opção – o segundo chegou a ganhar o Globo de Ouro – mas estreou no início do ano passado, e muito tempo se passou desde então. As opções, portanto, parecem reduzidas aos três títulos da Disney. Se Toy Story 4 não ficou no mesmo nível do antecessor, também não fez feio, e ao combinar excelência de animação com um roteiro bastante emotivo, deve conquistar a maioria dos votos. Mas não se espante de Frozen 2 ficar à frente, muito em parte graças ao fenômeno que mais uma vez se repetiu junto ao público. Já a releitura de O Rei Leão se recusa a ser considerada como tal – a Disney não inscreveu o filme para disputar o Oscar nessa categoria, por considerá-lo live action, ainda que não tenha nenhum ser vivo diante das câmeras – e parece ter sido lembrada mais como uma piada interna dos votantes do Globo, algo que não pode ser levado muito a sério.

 

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

VAI GANHAR: Parasita
AZARÃO: Dor e Glória
SEM CHANCES: The Farewell

Parasita, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, só não está concorrendo a Melhor Filme (Drama ou Comédia, é impossível saber em qual das duas categorias ele seria qualificado) por causa das regras internas do Globo de Ouro, que não permitem que títulos não falados em inglês sejam votados. Verdadeiro fenômeno que disputa ainda em Melhor Direção e Roteiro, tem aqui a sua vitória garantida. Somente no caso de uma hecatombe Pedro Almodóvar e seu Dor e Glória – um dos seus melhores trabalhos em anos – terá alguma chance (o que não deixa de ser uma tremenda injustiça, pois é disparado o melhor dos cinco). Tanto Retrato de uma Jovem em Chamas quanto Os Miseráveis são produções francesas (ao contrário do Oscar, no Globo de Ouro não é obrigatório ser um título por país apenas), e meio que se anulam. Já The Farewell, ainda que seja falado na maior parte do tempo em mandarim, é uma produção hollywoodiana, feita nos Estados Unidos, e se apenas a sua inclusão já gerou desconforto, imaginar que sua vitória seja possível é ainda mais improvável.

 

MELHOR ATOR – DRAMA

VAI GANHAR: Joaquin Phoenix, por Coringa
AZARÃO: Antonio Banderas, por Dor e Glória
SEM CHANCES: Christian Bale, por Ford vs Ferrari

Se o filme Coringa parece ter perdido um pouco do seu impacto, ninguém consegue esquecer a incrível transformação vivida em cena por Joaquin Phoenix – o prêmio é dele. Adam Driver poderia ser uma opção interessante por História de um Casamento, mas ele se encaixa perfeitamente no caso de “too much too soon”, ou seja, jovem demais para tanto reconhecimento. Assim, vemos a possibilidade do veterano Antonio Banderas ser, enfim, reconhecido, nesta que é sua quinta indicação ao Globo de Ouro (sem nenhuma vitória até o momento). E ele merece muito, pois oferece em Dor e Glória a melhor performance de toda a sua carreira. Tanto Jonathan Pryce quanto Christian Bale são convidados de luxo, mas o astro de Ford vs Ferrari tem ainda menos chances por ter garantido a única indicação do seu filme, enquanto que Dois Papas somou quatro indicações ao todo.

 

MELHOR ATRIZ – DRAMA

VAI GANHAR: Renée Zellweger, por Judy: Muito Além do Arco-Íris
AZARÃO: Scarlett Johansson, por História de um Casamento
SEM CHANCES: Cynthia Erivo, por Harriet

Renée Zellweger, que estava há anos esquecida, voltou com força total nesta temporada, e parece ser praticamente imbatível no seu retrato de Judy Garland em Judy: Muito Além do Arco-Íris. Scarlett Johansson ou Charlize Theron parecem ser as únicas com poder de ameaçá-la, mas a primeira sai um pouco na frente por História de um Casamento ter sido o campeão de indicações neste ano, enquanto que, em O Escândalo, Theron é apenas uma das protagonistas, pois divide a cena com Margot Robbie (que concorre como Coadjuvante) e Nicole Kidman. Tanto Saoirse Ronan quanto Cynthia Erivo não conseguiram muito suporte de seus filmes, e ainda que tenham alcançado bons desempenhos nessa temporada, parece estar ambas na categoria de que a indicação já é o prêmio.

 

MELHOR ATOR – MUSICAL OU COMÉDIA

VAI GANHAR: Eddie Murphy, por Meu Nome é Dolemite
AZARÃO: Leonardo DiCaprio, por Era uma vez em… Hollywood
SEM CHANCES: Roman Griffin Davis, por Jojo Rabbit

Eddie Murphy – o único desta categoria que é, de fato, um comediante – ou Leonardo DiCaprio – que nem chega a fazer comédia em cena, mas está num dos filmes do ano? A disputa parece acirrada. O astro de Meu Nome é Dolemite saiu um pouco na frente por ser um veterano que está de volta em perfeita forma após anos afastado. Já DiCaprio, por sua vez, já conta com 3 Globos de Ouro no currículo, e talvez seja muito cedo para somar mais um na conta. Daniel Craig se diverte como poucas vezes antes em sua carreira em Entre Facas e Segredos, e só o fato de ter sido lembrado já foi uma vitória, enquanto que Taron Egerton pode se beneficiar pelo efeito Rami Malek, que ganhou no ano passado por personificar Freddie Mercury – seria o momento de parabenizar mais uma imitação de um ícone do rock, agora Elton John? Já o pequeno Roman Griffin Davis, de apenas 11 anos, está agradecendo aos céus por essa indicação – só para constar, Jojo Rabbit é também sua estreia no cinema.

 

MELHOR ATRIZ – MUSICAL OU COMÉDIA

VAI GANHAR: Awkwafina, por The Farewell
AZARÃO: Ana de Armas, por Entre Facas e Segredos
SEM CHANCES: Cate Blanchett, por Cadê Você, Bernadette?

Das cinco indicadas nesta categoria, a única que está sendo levemente levada em consideração para o Oscar é Awkwafina – e é sempre bom lembrar que ela conseguiu o feito de ver o seu The Farewell, mesmo sendo uma produção norte-americana, ser indicado como Filme Estrangeiro! Ou seja, melhor não duvidar da sua força neste ano! Ana de Armas está num dos títulos mais amados da temporada – que concorre ainda a Ator e Filme – enquanto que Beanie Feldstein – irmã do ator Jonah Hill – está hilária em Fora de Série, e merecia muito esse prêmio – mas como o filme é muito pequeno e foi pouco visto, apenas essa lembrança já é uma vitória. Emma Thompson e Cate Blanchett só estão aqui pela força de seus nomes – ambas representam as únicas indicações dos seus longas – mas a segunda parece com ainda menos chances por ter tido um fraco desempenho junto à crítica.

 

MELHOR ATOR COADJUVANTE

VAI GANHAR: Brad Pitt, por Era uma vez em… Hollywood
AZARÃO: Al Pacino, por O Irlandês
SEM CHANCES: Anthony Hopkins, por Dois Papas

Este é o ano de Brad Pitt – que estava excelente também em Ad Astra – e ninguém conseguirá tirar dele o ouro! Ele é a cara de Era uma vez em… Hollywood, e sua vitória e considerada uma das mais previsíveis deste ano. Al Pacino e Joe Pesci disputam pelo mesmo filme – O Irlandês – mas o primeiro tem um pouco mais de chances por ter a performance de maior impacto em cena. Tom Hanks será agraciado neste ano com o Troféu Cecil B. DeMille, pelo conjunto de sua carreira, e como é um dos atores mais amados de Hollywood, não será de se espantar se acharem que ele merece também esse prêmio – ainda não uma estatueta na noite já estará de bom tamanho. Já Anthony Hopkins deve se dar por satisfeito com a lembrança, mesmo estando hipnotizando na sua composição como o Papa Bento XIV.

 

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

VAI GANHAR: Jennifer Lopez, por As Golpistas
AZARÃO: Laura Dern, por História de um Casamento
SEM CHANCES: Annette Bening, por O Relatório

Quem vai ganhar o Oscar será Laura Dern, e isso é tão certo como um mais um são dois. Mas estamos falando do Globo de Ouro, que adora uma celebridade – e como negar um prêmio – merecido – para Jennifer Lopez? Lembra aquele ano em que Sylvester Stallone ganhou o Globo – mas quem levou o Oscar foi Mark Rylance. Pois bem, em 2020 a mesma conjectura se repete. Ambas merecem, mas se JLo é a cara do seu filme, é a filha de Bruce Dern e Diane Ladd que possui um histórico de maior peso – além de estar no filme campeão de indicações do ano. Margot Robbie não poderia ficar de fora – ela possui uma presença luminosa também em Era uma vez em… Hollywood – enquanto que Kathy Bates é uma das veteranas mais respeitadas do cinema mundial, além de estar em um filme assinado por Clint Eastwood – o que nunca é pouca coisa. Annette Bening, por sua vez, garantiu a única indicação de O Relatório, filme que pouca gente viu, e menos ainda se falou a respeito.

 

MELHOR DIREÇÃO

VAI GANHAR: Bong Joon Ho, por Parasita
AZARÃO: Martin Scorsese, por O Irlandês
SEM CHANCES: Todd Phillips, por Coringa

Quem merece, mesmo, é Martin Scorsese. Mas o público – e a crítica – parece ter ficado transtornado por Parasita, e Bong Joon Ho é o nome a ser derrubado. Caso isso aconteça, pode ser que o veterano de Hollywood tenha alguma chance. Tarantino e Mendes estão em filmes que não podem ser ignorados, e ao menos um prêmio irão conquistar – mas, será o dessa categoria? Pouco provável. Menos chances, no entanto, tem Todd Phillips, um diretor de comédias que em Coringa se arrisca pela primeira vez a realizar um trabalho de maior impacto. Ele consegue, é claro. Mas o suficiente para fazer frente à profissionais muito mais tarimbados e experientes? Pouco provável.

 

MELHOR ROTEIRO

VAI GANHAR: Noah Baumbach, por História de um Casamento
AZARÃO: Quentin Tarantino, por Era uma vez em… Hollywood
SEM CHANCES: Anthony McCarten, por Dois Papas

Campeão de indicações neste ano, História de um Casamento pode ter visto suas chances diminuídas nas categorias principais, mas certamente não sairá da festa de mãos abanando. E é aqui em que ela guarda maiores possibilidades de vitória. Noah Baumbach viu seu prestígio encolher por ter sido esnobado entre os diretores, mas entre os roteiristas ele surge como favorito. Seu maior concorrente é outro em situação similar: Quentin Tarantino, que também é visto mais como roteirista do que como cineasta (ele já possui dois Globos de Ouro de roteiro, mas nenhum de direção). A diferença, no caso, é que Baumbach nunca fora premiado, então essa parece ser a sua vez. Se Steven Zaillian e Bong Joon Ho surgem no embalo de seus filmes, Anthony McCarten é o legítimo estranho no ninho: muitos outros títulos poderiam ter ocupado essa vaga, certo?

 

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

VAI GANHAR: “I’m Gonna Love Me Again”, de Elton John e Bernie Taupin, por Rocketman
AZARÃO: “Into the Unknown”, de Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez, por Frozen 2
SEM CHANCES: “Spirit”, de Labrinth, Ilya Salmanzadeh e Beyoncé, por O Rei Leão

Quando surgiu entonando o tema “Spirit”, da nova versão de O Rei Leão, Beyoncé parecia destinada à glória, assim como sua colega Lady Gaga conquistou todos os louros um ano antes. Mas o tempo passou, e poucos lembram da canção – os temas originais, como “Circle of Life”, “Hakuna Matata” e “Can You Feel The Love Tonight” seguem fortes demais para serem esquecidos. E de quem são essas composições? De Elton John, que surge aqui – mais uma vez – como o favorito por “I’m Gonna Love Me Again”, tema da sua cinebiografia Rocketman. Elton, aliás, já é dono de um Globo de Ouro – justamente por uma canção de O Rei Leão (1994) original! A canção de Frozen 2 segue o embalo do primeiro filme – que não foi premiado nessa categoria, então essa pode ser a possibilidade de reparar esse ‘erro’. Enquanto que a de Harriet conta com o impacto emocional de ser defendida pela protagonista do filme – Cynthia Erivo concorre também a Melhor Atriz. Já a canção de Cats com os nomes de respeito de Andrew Lloyd Weber e Taylor Swift, mas com o fracasso retumbante do filme – eleito do pior de 2019 pela equipe do Papo de Cinema – suas chances praticamente desapareceram.

 

MELHOR TRILHA SONORA

VAI GANHAR: Thomas Newman, por 1917
AZARÃO: Hildur Guonadóttir, por Coringa
SEM CHANCES: Daniel Pemberton, por Brooklyn Sem Pai Nem Mãe

A trilha que Daniel Pemberton compôs para Brooklyn Sem Pai Nem Mãe é linda, além de ser um dos maiores méritos do filme. Indicação mais do que justa, portanto. Porém, pouca gente parece ter assistido ao longa, que teve aqui sua única indicação, infelizmente. Assim, qualquer possibilidade de vitória parece ter evaporado. Os favoritos, portanto, são o veterano Thomas Newman, por 1917, e Hildur Guonadóttir, por Coringa. O primeiro está em sua quarta indicação, enquanto que ela concorre pela primeira vez – mas traz na bagagem os prêmios do Festival de Veneza e do Satellite, além de ter ganho, no último ano, o Emmy pela trilha da minissérie Chernobyl (2019), o que colaborou para manter seu nome em alta! Alexandre Desplat já possui dois Globos de Ouro em casa, e não é uma ameaça neste ano. Mas Randy Newman está em sua sétima indicação – mas não concorria desde Toy Story 2 (2000), duas décadas atrás! Terá chegado a sua vez?

 

Confira aqui as nossas apostas nas categorias de TELEVISÃO!

 

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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