Neusa Gouveia da Silva do Amaral se tornou conhecida em todo o Brasil apenas como Neuza Amaral. Mulher de personalidade forte, desde pequena enfrentou as adversidades da vida. Nascida no interior de São Paulo, filha de pais analfabetos, começou a trabalhar aos 12 anos, entregando marmitas. A carreira de atriz veio tempos depois, primeiro na Rádio Tupi, no Rio de Janeiro, e logo depois em São Paulo, na Rádio Record. “Fazia locução, auditório, tudo que pedissem”, declarou, certa vez, a respeito desse período de sua vida. Até o dia em que alguém entrou no estúdio e perguntou “quem sabe fazer televisão aqui?”. Era a grande novidade do momento, e todos queriam fazer parte. “Eu sei”, declarou, mentindo. Mas foi suficiente para dar adeus ao rádio e se aventurar na telinha. Participou da primeira telenovela diária do país: 2-5499 Ocupado (1963), ao lado de Tarcísio Meira e Gloria Menezes. No cinema estreou no policial A Lei do Cão (1967), de Jece Valadão, e até o fim de sua vida atuou em mais de vinte produções nacionais, inclusive sucessos como Pra Frente, Brasil (1982), de Roberto Farias, e O Que é Isso, Companheiro? (1997), de Bruno Barreto, que chegou a ser indicado ao Oscar. Seu maior sucesso, no entanto, foi como a determinada Maria Clara Taques, na novela Os Ossos do Barão (1973), pela qual foi premiada como Melhor Atriz do ano pela APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte. Nos anos 1990 aventurou-se pela política – foi eleita vereadora na cidade do Rio de Janeiro – e chegou a publicar dois livros de memórias, Deixa Comigo (2008) e Isso Eu Vivi (2012). Faleceu no dia 19 de abril, aos 86 anos, na capital fluminense, vítima de embolia pulmonar, deixando um filho, dois netos e muitos fãs e admiradores.
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