“Cara, crachá. Cara, crachá”, “Guenta, ele guenta!”, “Dá uma pegadinha!”. Esses são alguns dos bordões perpetuados no imaginário popular pelo comediante Paulo Silvino ao longo de cinco décadas na TV brasileira. Nascido em 1939, no Rio de Janeiro, cresceu nos bastidores do teatro e dos programas de rádio ao lado do pai, o ator e radialista Silvino Neto, despontando para a carreira artística nos anos 50, quando se apresentava com um conjunto de rock acompanhado por músicos como Eumir Deodato. No meio musical, nasceu a amizade com o produtor Carlos Imperial, que o levou para atuar no cinema, nas comédias Sherlock de Araque (1957) e Minha Sogra é da Polícia (1958). Já na década de 60 iniciou sua trajetória televisiva, passando pelas antigas TV’s Tupi, Rio, Excelsior e Continental até chegar à Rede Globo (estreando em 1967 no programa TV Ó – Canal Zero), onde seguiu, com esporádicas saídas pra SBT e Record, até o final de sua carreira. Na emissora global, Silvino fez parte de humorísticos que marcaram época como Balança Mas Não Cai (1968), Faça Humor, Não Faça Guerra (1970), Satiricom (1973), Planeta dos Homens (1976), Viva o Gordo (1981), no qual surgiu o personagem do policial Fonseca, em um quadro coestrelado por Jô Soares, Escolinha do Professor Raimundo (1993 – 1995) e Zorra Total (1999), onde viveu o porteiro Severino, um de seus tipos mais queridos. No cinema também roteirizou e atuou em pornochanchadas nas décadas de 70 e 80 – Ascensão e Queda de um Paquera (1970), Com a Cama na Cabeça (1972), Um Edifício Chamado 200 (1973), Café na Cama (1973) – e, em anos mais recentes, fez pequenas pontas em produções populares como Até que a Sorte nos Separe 3 (2015) e Gostosas, Lindas e Sexies (2017), sua derradeira aparição nas telonas.