Faleceu no dia 23 de novembro o grande cineasta inglês Anthony Harvey. Apesar de ter começado sua carreira como ator – sua estreia foi como o irmão adolescente da rainha do Egito, vivida por Vivien Leigh, em César e Cleópatra (1945) – e se especializado como montador, tendo trabalhado em filmes como Lolita (1962) e Dr. Fantástico (1964), ambos de Stanley Kubrick, foi como realizador que deixou sua marca em Hollywood. Sua estreia no comando de uma produção foi com o média-metragem Dutchman (1966), drama estrelado por Shirley Knight e Al Freeman Jr sobre uma garota branca que se apaixona por um rapaz negro e transforma a vida dele em um inferno. Esse trabalho seria, basicamente, um ensaio para o filme seguinte, aquele que transformaria sua carreira para sempre: O Leão no Inverno (1968), épico histórico que contava com Peter O’Toole e Katharine Hepburn como protagonistas, além de apresentar um jovem Anthony Hopkins em um dos seus primeiros papeis. Vencedor de três Oscars – Melhor Atriz, Roteiro Adaptado e Trilha Sonora – recebeu ainda outras quatro indicações, inclusive a Melhor Filme e Direção. Essa seria a única vez que Harvey seria lembrado ao prêmio máximo do cinema mundial. Mas esse não seria seu único reconhecimento, pois pelo mesmo trabalho foi indicado ainda ao Globo de Ouro e ao BAFTA, além de ter ganhado o prêmio do Sindicato dos Diretores dos Estados Unidos. Nos anos seguintes, seguiu estabelecendo parcerias com grandes atrizes, como Liv Ullmann (A Abdicação de uma Rainha,1974, e Richard’s Things, 1980), Bette Davis e Faye Dunaway (O Desaparecimento de Aimee, 1976), e, principalmente, Katharine Hepburn, a quem voltaria a dirigir em mais três filmes: The Glass Menagerie (1973), Um Jogo de Vida e Morte (1984) e o telefilme Vestígios de uma Paixão (1994), derradeiro trabalho de ambos.