Nascido em 1944 no estado de Nova York, Jonathan Demme se firmou como diretor de cinema nos primeiros anos da década de 1970, quando dirigiu uma série de filmes B pouco expressivos, mas que lhe permitiram se lançar na carreira em Hollywood. Apesar de ter flertado com a televisão, com documentários, curtas-metragem e até videoclipes por toda sua carreira, Demme é realmente lembrado pelos anos de ouro que marcaram sua trajetória entre 1991 e 1993. E com razão. O Silêncio dos Inocentes (1991) é um dos poucos filmes a ter vencido as consideradas principais categorias do Oscar (Filme, Direção, Ator, Atriz e Roteiro), e construiu não um, mas alguns momentos icônicos do cinema moderno: Hannibal Lecter em sua máscara gradeada, o serial killer encarando a câmera, a conversa entre Clarice Starling e o seu perigoso entrevistado. Mas não apenas isso, Demme dominou completamente a linguagem do suspense policial e criou um thriller repleto de sequências sufocantes ainda hoje, depois de todas as revisitas. Pouco depois, o cineasta lançou Filadélfia (1993), um marco cultural a respeito da discussão da Aids, ainda uma doença estigmatizada na época. O longa venceu mais dois Oscars, incluindo Melhor Ator para Tom Hanks, e criou outros tantos instantes memoráveis. Demme não voltaria a estar tão em voga quanto nesse período, o que não quer dizer que tenha perdido a mão. Embora mais focado em produções para a TV, ainda nos anos 2010 lançou o delicado e melancólico O Casamento de Rachel (2008), que deu a Anne Hathaway uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz. Seu último longa-metragem para o cinema foi o divertido Ricki and the Flash: de Volta Pra Casa (2015), com Meryl Streep e Mamie Gummer, mãe e filha na vida real, atuando lado a lado. Demme faleceu em 26 de abril, aos 73, por complicações de um câncer no pâncreas, deixando esposa e três filhos.