Ruth de Souza morreu no dia 28 de julho em decorrência do agravamento de um quadro de pneumonia. Considerada um verdadeiro ícone das artes brasileiras, dedicou mais de 70 anos à carreira que passou, de forma vanguardista, pela televisão, pelo cinema e pelos palcos. Sintomas de seu pioneirismo, o fato de ter sido a primeira atriz negra a se apresentar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e a marca de ter sido a primeira intérprete brasileira indicada a um prêmio internacional de cinema, o de Melhor Atriz no Festival de Veneza de 1954 por Sinhá Moça. Sua estreia no cinema foi com Terra Violenta (1948), por indicação de Jorge Amado, autor do livro que deu origem ao filme. Ruth de Souza participou de importantes produções da Atlântida, da Maristela Filmes e da Vera Cruz. Passou por radionovelas e teleteatros da TV Tupi e da Rede Record, isso até ser contratada pela Rede Globo em 1966. Com A Cabana do Pai Tomás (1969) se torna a primeira atriz negra a protagonizar uma novela brasileira. “É uma alegria imensa ter o trabalho reconhecido. As pessoas dizem que abri portas, mas nunca parei para pensar sobre o assunto. Trabalhei muito nesses 70 anos de carreira. Nunca parei, o que é algo difícil para qualquer ator no mundo, ainda mais para um ator negro”, disse ela, certa vez, numa entrevista ao jornal O Globo. Em 2004, depois de ter participado de mais de 30 filmes, Ruth de Souza ganhou o Kikito de Melhor Atriz no Festival de Gramado por Filhas do Vento. Nas telinhas, ao todo, participou de mais de 20 novelas.
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