Filho de Vernon Elvis Presley e Gladys Love Smith Presley, Elvis Aron Presley nasceu no dia 08 de janeiro de 1935, em East Tupelo, no Estado do Mississipi. Na ocasião, seu gêmeo idêntico, Jesse Garon Presley, não resistiu a complicações no parto, sendo esse o primeiro dos infortúnios que rondaram a vida do ícone conhecido como “Rei do Rock”. A pequena Tupelo, devastada por um tornado, ofereceu-lhe uma infância em meio a ruínas e reconstrução. O primeiro contato de Elvis com a música ocorre na Igreja da Primeira Assembleia de Deus, onde conhece o gênero Gospel que o fascina de pronto. Logo depois, em 1945, o diretor da escola, constatando o potencial de sua voz, o inscreve na feira anual Mississipi-Alabama, num concurso de talentos transmitido pelo rádio.
Em 1948, Elvis ganha seu primeiro violão. Ele passa horas ouvindo country e blues, dois estilos que influenciaram notavelmente sua musicalidade. Em 1953, já morando em Memphis, vê o anúncio da filial da Sun Records sobre a possibilidade de gravar uma canção. Elvis grava duas, “My Happiness” e “That’s When Your Heartaches Begin“, em dez minutos, pagando quatro dólares pelo serviço. Já em 1954, inicia sua carreira profissional. O dia 05 de julho daquele ano, aliás, ficou conhecido como “Marco Zero do Rock”, pois nele o cantor inventou o rockabilly, uma das primeiras formas de rock’n and roll, improvisando sobre músicas como “That’s All Right, Mama” de Arthur Crudup. Dois dias depois, a primeira veiculação na rádio local alça-o à fama imediata.
Em 1956, sua popularidade regional passa a ser nacional e logo internacional. A apresentação no programa televisivo de Ed Sullivan é decisiva, ao passo que provoca diversas polêmicas. Elvis é chamado por alguns de obsceno, sobretudo pela maneira como dança, tanto que no retorno ao programa, tempos depois, é filmado apenas da cintura para cima. Seu estilo ameaça a sociedade conversadora da época, e sua crescente fama é acompanhada de perto pelos reacionários que não perdem qualquer oportunidade de mencionar ele como um degenerado que fere a moral e os bons costumes. Porém, a despeito dessa marcação cerrada, aos poucos ele se solidifica como uma figura de influência cultural. Elvis talvez tenha sido o primeiro grande astro da música popular. Aqueles que consideram o rock uma das revoluções culturais do século XX, certamente veem o cantor como um de seus maiores emblemas, senão o maior.
Como Hollywood tem olhos grandes para qualquer chamariz das massas, Elvis logo protagoniza seu primeiro filme, Ama-me com Ternura (1956) no qual interpreta um rapaz que se casa com a cunhada, depois de achar que o irmão havia sido morto na Guerra. Ironia ou não, em 1958, enquanto participa de Balada Sangrenta (para muitos o seu melhor filme), Elvis é convocado pelo serviço militar, voltando à vida civil e artística apenas em 1960. Paralelo a atividade nos palcos e nas rádios, segue uma carreira cinematográfica com grande respaldo de público. No total foram 33 filmes, produzidos por diversos estúdios americanos. Sobre suas qualidades enquanto intérprete, elas eram claramente limitadas. De qualquer maneira, não há como desprezar sua trajetória, ainda que muitos dos filmes que protagonizou (para não dizer a maioria) sejam visíveis caça-níqueis calcados apenas em seu carisma.
Dali para adiante a carreira de Elvis tem altos e baixos. Ele deixa de apresentar-se em público e dedica-se bastante ao cinema, em filmes de relevância cada vez mais questionável, voltando aos palcos apenas em 1969, em Las Vegas. O sucesso estrondoso do retorno o motiva a retomar as turnês. Contudo, o difícil divórcio de Priscilla Ann Beaulieu, com que havia se casado em 1967, influencia seu comportamento dentro e fora dos palcos. Ele se afunda em vícios e a imagem que antes era sinônimo de rebeldia, agora denota o castigo do tempo, mas principalmente dos excessos. Até que aos 42 anos, no dia 16 de agosto de 1977, Elvis é encontrado morto no banheiro de sua casa em Memphis, pela namorada Ginger Alden, em circunstâncias até hoje bastante controversas. O que fica de Elvis Presley é seu legado, sem dúvida um dos mais importantes da cultura popular ocidental do século passado.
Filme imprescindível: Balada Sangrenta (1958), de Michael Curtiz
Filme esquecível: Meu Tesouro é Você (1967), de John Rich
Maior sucesso de bilheteria: Feitiço Havaiano (1961), de Norman Taurog
Primeiro filme: Ama-me com Ternura (1956), de Robert D. Webb
Último filme: Ele e as Três Noviças (1969), de William Graham
Guilty pleasure: O Seresteiro de Acapulco (1963), de Richard Thorpe
Papel perdido: Elvis perdeu as oportunidades de atuar com Barbra Streisand em Nasce uma Estrela, 1976 (papel que acabou ficando com Kris Kristoferson), de estar em Bravura Indômita (1969) ao lado de John Wayne e viver Tony (papel de Richard Beymer), e de participar do oscarizado Amor Sublime Amor (1960).
Oscar: Nem ao menos foi indicado.
Frase inesquecível: “Julgar um homem por seu ponto mais fraco ou dívida é como julgar o poder do oceano por apenas uma onda”.
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