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Até hoje uma das grandes figuras do cinema, Frederick Austerlitz, mais conhecido como Fred Astaire, nasceu em Omaha, Nebraska, EUA, em 1899. Filho de Frederic e Ann Austerlitz, ele um cervejeiro austríaco e ela uma dona de casa americana, estreou nos palcos muito cedo, acompanhando a irmã Adele em apresentações na Inglaterra. Ainda com ela, percorreu o restante da Europa e posteriormente os Estados Unidos em turnês nos cabarés e nas casas de vaudeville. Fizeram grande sucesso na Broadway com a peça Over de Top (1920). Em 1932, Adele resolveu se casar e, a partir daí, Astaire decidiu seguir a já bem sucedida carreira sozinho, agora em outro ambiente: o cinema.

Mesmo chancelado pelo êxito nos palcos, ele teve de bater em muitas portas até conseguir seu primeiro papel, pois os produtores alegavam escassez de talentos interpretativos evidentes, além de calvície precoce para não empregá-lo. O primeiro trabalho nas telas veio em Amor de Dançarina (Dancing Lady, 1933), no qual contracenou com Joan Crawford. Depois disso, assinou contrato com a RKO Pictures, um dos estúdios mais poderosos da época, e em seu primeiro filme na casa, Voando Para o Rio (Flying Down to Rio, 1933), encontrou aquela com quem formaria, quem sabe, a dupla mais emblemática dos musicais americanos: Ginger Rogers. Com ela engatou uma série de dez longas que alçaram ambos ao firmamento hollywoodiano. “Ele dava classe a ela, ela dava sex-appeal a ele”, disse certa vez um diretor de estúdio. A parceria de Astaire e Rogers durou até 1939 e foi recomposta depois disso apenas para um filme, Ciúme, sinal de amor (The Barkleys of Brodway, 1949).

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Em 1940, ele se casou com Phillys Poter, com quem teve dois filhos, Fred e Ava. A união durou até 1954, quando Phillys morreu enquanto ele gravava Papai Pernilongo (Daddy Long Legs, 1955). Já em 1949, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas lhe conferiu um Oscar honorário por sua contribuição técnica aos musicais do cinema. Ele contracenou com diversas estrelas da época, tais como Rita Hayworth, Judy Garland e Cyd Charisse, entre outras. Astaire não era muito adepto de dançar longe das câmeras ou fora do palco. Dizia, por exemplo, que danças de salão eram algo entediante. Em 1968, largou o gênero que ajudou a moldar com excelência para se dedicar a papeis mais dramáticos. Fã confesso de corridas de cavalo, Fred Astaire voltou a se casar em 1980, com a jóquei Robbin Smith, cerca de 35 anos mais nova.

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Antes de Fred Astaire, os números musicais no cinema eram construídos quase que totalmente na sala de edição, pela justaposição de pequenas frações. Ciente de sua capacidade, o ator exigia ser filmado de corpo inteiro, para que os movimentos fossem mostrados por completo. Raramente repetia os passos de uma coreografia, pois para ele tudo tinha de partir da originalidade. Prova do seu rigor, reza a lenda que durante certa preparação ensaiou durante três meses, por aproximadamente dez horas diárias, para afinar o bailado. Além de dançarino, Fred Astaire era também um dos intérpretes favoritos de grandes compositores americanos da época. George Gerschwin, Cole Porter, Jerome Kern e Irving Berlin, por exemplo, criaram músicas especificamente para ele.

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Seu último filme foi Histórias de Fantasmas (Ghost Story, 1981). Faleceu vitimado pela pneumonia no dia 22 de junho de 1987, em Los Angeles, e foi sepultado no Parque Oakwood Memorial, Chatsworth, na Califórnia, o mesmo cemitério onde está Ginger Rogers, sua maior parceira de trabalho. O legado permanece até hoje, o inconfundível “toque do vagabundo”, definição do ator James Cagney para o estilo de Astaire, seja nos palcos ou em frente às câmeras que o imortalizaram.

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Filme imprescindível: O Picolino (1935)
Filme esquecível: Os Incríveis Dobermans (1976)
Maior sucesso de bilheteria:
Inferno na Torre (1974)
Primeiro filme:
Amor de Dançarina (1933)
Último filme:
Histórias de Fantasmas (1981)
Guilty pleasure:
Voando para o Rio (1933)
Papel perdido:
Declinou o convite para estrelar A Canção da Vitória (1942). James Cagney foi então escolhido pelo próprio biografado, George M. Cohan, para interpretá-lo, e levou seu único Oscar de Melhor Ator. 
Oscar:
Premiado em 1949 com um Oscar honorário por sua contribuição técnica aos musicais do cinema, teve uma indicação em 1975 como Ator Coadjuvante pelo filme Inferno na Torre (1974)
Frase inesquecível:
“Suponho que fiz parecer fácil mas, caramba, como trabalhei e me preocupei”, a respeito de como encarava seu trabalho.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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