Ator, diretor, roteirista, escritor e dramaturgo, o norte-americano Sam Shepard foi um artista verdadeiramente multifacetado, reconhecido em todas as citadas esferas de atuação. Nascido em 05 de novembro de 1943, em Fort Sheridan, Illinois, dedicou-se primeiramente ao teatro, tendo escrito mais de quarenta peças ao longo da carreira, como Criança Enterrada, que lhe valeu um Prêmio Pulitzer em 1979. Foi também através da escrita que ingressou no cinema, sendo, por exemplo, um dos roteiristas de Zabriskie Point (1970), de Michelangelo Antonioni, antes de conseguir seu primeiro papel de destaque como ator em Cinzas no Paraíso (1978), de Terrence Malick. Três anos depois, receberia uma indicação ao Oscar de Ator Coadjuvante pelo desempenho em Os Eleitos: Onde o Futuro Começa (1983), passando a dividir regularmente o trabalho na frente das câmeras com suas outras atividades. Ainda nos anos 80, Shepard, que sempre demonstrou um interesse particular pelo retrato da América profunda, conceberia o roteiro de uma das obras mais emblemáticos da década, Paris, Texas (1984), do alemão Wim Wenders, numa parceria que seria repetida anos mais tarde em Estrela Solitária (2005). As colaborações, por sinal, marcaram toda a trajetória de Shepard, seja no cinema, num período mais recente com os diretores Andrew Dominik – O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford (2007) e O Homem da Máfia (2012) – e Jeff Nichols – Amor Bandido (2012) e Destino Especial (2016) – ou ainda no meio musical, mantendo amizades duradouras com nomes como Patti Smith e Bob Dylan, chegando até a fazer uma participação em Renaldo and Clara (1978), filme dirigido por Dylan que contava ainda com Joan Baez, Joni Mitchell e Allen Ginsberg. Além do Oscar, Shepard foi indicado ao Globo de Ouro, Emmy, SAG Awards, BAFTA e Tony, honrarias que traduzem a dimensão de sua importância no cenário artístico.
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