2011 foi um ano bastante especial para a teledramaturgia brasileira e para os seriados americanos que invadiram nossas telinhas com produtos da mais alta qualidade (mas com muita porcaria também). A seguir, um apanhado geral do que merece ser lembrado e o que deve ser esquecido.
Destaques:
O simples fato de ser baseado na obra de Chico Buarque já valeria a lembrança. Cada episódio transpôs pra tela um grande sucesso do cantor com linda fotografia e uma bela direção de Roberto Talma, além de elenco grandioso e competente.
Destaque: Marjorie Estiano no episódio Ela faz cinema
Sucesso absoluto no teatro por anos, Divã invadiu a televisão e conquistou mais fãs ainda, com elenco enxuto e sob o comando de José Alvarenga (também responsável pelo filme homônimo). As aventuras da dona de casa Mercedes conquistaram o Brasil e prepararam Lília Cabral para o sucesso que estava por vir.
Sem dúvida, o maior acerto da Globo em relação aos seriados. Divertido, bem escrito e perfeitamente interpretado por todo elenco, sem exceções. Obviamente, a química da dupla Fernanda Torres e Andréa Beltrão fizeram a diferença. Tapas e beijos é sucesso de audiência e já tem sua terceira temporada encomendada.
Destaque: A entrada de Fábio Assunção, surpreendendo na comédia.
A temática “Zumbi”, por si só, já causa calafrios. Não por medo, mas por causa da bela porcaria que poderia vir. Esta série produzida por Frank Darabont provou o contrário, e é hoje um dos maiores sucessos nos EUA, o que fez aumentar o número de episódios de sua segunda e terceira temporadas.
Destaque: O clima real de tensão e medo e as ótimas caracterizações dos zumbis, que poderiam facilmente cair na palhaçada.
Casa mal assombrada e espíritos surgindo a todo o momento poderiam também facilmente cair na seara da palhaçada, mas American Horror Story, que leva o aval de Ryan Murphy (Nip/Tuck e Glee) é uma das melhores surpresas do ano. Se The Walking Dead dá medo, aqui não sei nem dizer o que dá: sombrio, macabro, tenso e, ao mesmo tempo, muito dramático. Quem está vivo? Quem está morto? Descubra você também.
Destaque: As participações luxuosas de Jessica Lange e Frances Conroy
Quem matou Rosie Larsen? Essa é a pergunta que deixou todos os fãs deste seriado doidos logo que foi ao ar a última cena da primeira temporada. Fartamente comparada com Twin Peaks, se passa na chuvosa Seattle, que é um personagem à parte.
Destaques: Mireille Enos e Michele Forbes, esta indicada ao Emmy.
Gostem ou não do novelista Aguinaldo Silva, ele faz de sua última novela o produto de maior audiência da televisão brasileira. Pereirão e Rainha do Nilo viraram bordões na boca do público e, apesar de um texto cheio de altos e baixos, a novela é divertida, envolvente e definitivamente colocou Lília Cabral como nome do primeiro escalão.
Destaques: Marcelo Serrado, Sophie Charlotte, Marcos Pigossi, Dalton Vigh, Eva Wilma.
Vai ser bem difícil alguém tirar o título de novela de 2011 de Cordel Encantado. Fotografia diferenciada, direção firme de Amora Mautner e um elenco de primeiríssima. Ninguém levava muita fé na mistura de um reino fictício com o cangaço, mas não é que a dupla mais que festejada Thelma Guedes e Duca Rachid conseguiram levar ao ar essa improvável história? Pois os dois acertaram em cheio e conquistaram homens e mulheres.
Adaptação de um dos maiores sucessos da Televisa, a Rebelde nacional teve o texto “abrasileirado” pela autora Margareth Boury e conseguiu conquistar o público teen. E, o mais importante, a liga entre os seis atores principais deu certo e a garotada tem lotado os shows deles por todo o país. A novela só não vai melhor no Ibope por consequência das infindáveis trocas de horário.
Destaques: Adriana Garambone, Daniel Erthal, Lana Rodes e Eduardo Pires.
Em minha opinião, foi o maior acerto de 2011. Com o intuito de barrar a concorrência, a Globo revirou o baú e fez uma brilhante adaptação desta obra de Janete Clair pelas mãos de Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro. Um dos textos mais bem escritos dos últimos tempos e um elenco de fazer inveja.
Destaques: Regina Duarte, Rodrigo Lombardi, Carolina Ferraz, Thiago Fragoso, Alinne Moraes, Marco Ricca, Rosamaria Murtinho e Fernanda Rodrigues.
E ainda:
– Glória Pires, Gabriel Braga Nunnes, Herson Capri e Deborah Secco que fizeram a festa na Instável Insensato Coração.
– O lançamento da novelista Lícia Manzo, o fato de A vida da gente se passar fora do eixo RIO-SP e o competente trio de protagonistas Marjorie Estiano, Rafel Cardoso e Fernanda Vasconcellos.
– Beth Goulart, Denise Del Vechio e Thaís Fersoza mostrando que se podem fazer bons papéis fora da Rede Globo, todas estão na fraca Vidas em Jogo.
Deslizes:
– Batendo o ponto, seriado com Ingrid Guimarães;
– Morde e Assopra, que apesar do sucesso de audiência e do tão falado trabalho de Cássia Kiss, foi uma das novelas mais bobas dos últimos tempos;
– Amor e revolução, novela do SBT que apostou no importante tema da ditadura, mas carregou nas tintas, foi didática demais e reuniu um dos elencos mais fracos de todos os tempos;
– Vidas em jogo, da Record, tem momentos e atuações isoladas boas, mas no seu geral tem uma história cheia de furos, situações repetitivas e elenco fraco.
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