Top Top :: 05 motivos para ir aos cinemas conferir Os Sapos

Publicado por
Marcelo Müller

Os Sapos (2025) chegou aos cinemas no último dia 06 de fevereiro pela Livres Filmes. Com elenco eclético e baseado em circunstâncias reais, ele é protagonizado por Thalita Carauta, dirigido por Clara Linhart e tem roteiro de Renata Mizrahi. Na trama, Paula (Carauta) chega a uma casa isolada no meio do mato para um reencontro de amigos, mas descobre que a confraternização foi cancelada. No pouco tempo em que permanece na companhia do antigo colega e da namorada dele, a forasteira percebe que há algo podre debaixo das aparências.

O elenco de Os Sapos conta ainda com Karina Ramil, Verônica Reis, Pierre Santos e Paulo Hamilton. O filme teve première mundial no Festival Internacional de Cinema de João Pessoa, onde recebeu os prêmios de Melhor Roteiro (Renata Mizrahi), Melhor Direção (Clara Linhart) e Melhor Montagem (Nina Galanternick). Também foi premiado no Festival Internacional de Colombo, conquistando o prêmio de Melhor Montagem, e no Festival Internacional de Cinema da Província de Buenos Aires, onde levou o Prêmio de Melhor Filme Internacional.

Nós queremos te dar cinco (de vários) bons motivos para ir ao cinema conferir Os Sapos – lembrando que até o dia 12/02 várias redes de cinema espalhadas pelo Brasil estão com ingressos a R$ 10,00, ou seja, uma oportunidade perfeita para prestigiar o cinema brasileiro.

Os Sapos

OS SAPOS: 05 MOTIVOS PARA CONFERIR

1. O ELENCO

Para começo de conversa, o elenco é um excelente motivo para te levar aos cinemas. A começar pelos nomes mais conhecidos, sobretudo Thalita Carauta e Karina Ramil. Curiosamente, estamos falando de duas intérpretes reconhecidas mais por seus papeis cômicos, porém que arrebentam nesse drama sobre mulheres imersas em relacionamentos abusivos e presas a dinâmicas de dependência emocional. Completando o time estão Verônica Reis, Pierre Santos e Paulo Hamilton. Verônica é atriz experiente, pós-graduada em direção teatral e ministrante de aulas de interpretação; Pierre apareceu em filmes como Tropa de Elite (2007), Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro (2010) e na série Cidade de Deus: A Luta Não Para (2024-); já Paulo também apareceu nos dois filmes de José Padilha, além de ter uma vasta carreira teatral e como professor.

2. A DIRETORA

Clara Linhart conhece essa história como poucas. Ela dirigiu o curta-metragem baseado no argumento original de Renata Mizrahi e agora retomou a trama para ajudar a desenvolvê-la em formato longa-metragem. Profissional tarimbada do audiovisual brasileiro, trabalhou em diversos projetos como assistente de direção, codirigindo filmes que passaram com sucesso por vários festivais, tais como Domingo (2018) – Festival de Veneza 2018: selecionado para a mostra Jornada do Autor; Festival de Brasília 2018: selecionado para a sessão de abertura, fora de competição. Na versão em longa-metragem de Os Sapos  ela optou por contar uma história com várias camadas, nem sempre recorrendo aos diálogos explicativos, com isso fazendo a experiência de empatia pelos personagens ficar bem mais rica e instigante, ampliando o debate.

3. A ROTEIRISTA/AUTORA

Na entrevista exclusiva que nos concedeu, Renata Mizrahi falou um pouco sobre as sinas do roteirista, inclusive durante a campanha de lançamento. Pare um pouco e pense: qual foi a última vez em que o autor do roteiro foi o motivo primordial pelo qual você tomou a iniciativa de assistir a algo nos cinemas? Pois bem, contrariando essa lógica, é preciso ressaltar a importância de uma autora como Renata. A história verídica na qual a trama se baseia aconteceu com ela; o roteiro do curta é assinado por ela; a peça que ficou mais de seis anos em cartaz foi escrita e dirigida por ela. Renata é uma profissional reconhecida em cujas palavras percebemos a vontade não apenas de se comunicar com o público, mas de fazê-lo refletir e, quem sabe, tomar consciência de problemas nefastos da sociedade – sempre com muita criatividade.

4. O TEMA: DEPENDÊNCIA EMOCIONAL

Os Sapos fala sobre dois temas entrelaçados, mas que aqui precisamos analisar separadamente. Um deles é a dependência emocional, ou seja, a sensação de que precisamos da aprovação e do afeto do outro para existir, às vezes não importando se essa pessoa nos trata exatamente como gostaríamos. No filme há personagens levadas a pensar sobre como andam administrando as suas vidas amorosas, de que maneiras lidam com expectativas, pressões, cobranças e eventuais crises. Uma delas, por exemplo, enxerga na forasteira a atitude que poderia lhe dar coragem para se desvencilhar de um namoro a tal ponto problemático que a impede de visitar seus filhos. E é bonito que esse antídoto venha justamente da sororidade, da capacidade feminina da apoiar quem parece não conseguir se livrar dessa dependência sozinha.

5. O TEMA: MASCULINIDADE TÓXICA

Assim como busca se comunicar com a fatia feminina do público, inclusive por ter sido elaborado por uma equipe em sua maioria feminina, Os Sapos traz uma interessante reflexão direcionada aos homens. E ela diz respeito ao que comumente chamamos de masculinidade tóxica, ou seja, o conceito que descreve comportamentos masculinos nocivos para a sociedade, mas também para os próprios homens. Na trama há dois exemplos diferentes. Marcelo é o cara que reproduz as lógicas patriarcais de modo quase automático, mas que, uma vez chamado à responsabilidade, consegue ainda compreender que precisa mudar e evoluir. Já Cláudio tem uma personalidade bem menos receptiva, rechaçando completamente sempre que alguém aponta algum comportamento ou atitude seus como sendo violento ou desagregador.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.