INDICADAS:
- Emmanuelle Riva, por Amor
- Jennifer Lawrence, por O Lado Bom da Vida
- Jessica Chastain, por A Hora Mais Escura
- Naomi Watts, por O Impossível
- Quvenzhané Wallis, por Indomável Sonhadora
Jennifer Lawrence, indicada em 2011 por Inverno da Alma, confere força e simpatia a sua tresloucada Tiffany de O Lado Bom da Vida, surgindo como a favorita ao prêmio ao entregar um desempenho que agrada público, crítica e, principalmente, a Academia, que adora personagens excluídos trabalhados de uma forma leve. Contando com as estatuetas de Melhor Atriz em Comédia pela Broadcast Film Critics Association Awards e pelo Globo de Ouro, além do reconhecimento da crítica e, especialmente, do Sindicato dos Atores, a jovem de 22 anos pode ser uma das atrizes mais novas a ganhar o Oscar pelo papel principal. Quem pode ameaçar seu reinado é Jessica Chastain, que conduz a caçada a Bin Laden em A Hora Mais Escura em uma performance explosiva que demonstra a força da intérprete, que já havia revelado seu talento em 2011 em filmes como O Abrigo, A Árvore da Vida e Histórias Cruzadas, pelo qual recebeu a primeira indicação ao Oscar por Atriz Coadjuvante. Ao seu lado estão os prêmios de Melhor Atriz pelo National Board of Review, pela Broadcast Film Critics Association Awards e ainda Melhor Atriz em Drama pelo Globo de Ouro. Porém, as críticas à tortura mostradas no filme, que também realça a paranoia e a violência americana contra o terrorismo, podem enfraquecer suas chances. O preconceito contra atuações em outra língua que não a norte-americana também pode ser um empecilho à premiação de Emmanuelle Riva por sua sofrida performance em Amor, por mais merecida que ela seja. Naomi Watts concorre pela segunda ao Oscar após nove anos (sua primeira indicação foi por 21 Gramas, em 2004), mas seu tempo em tela (metade da duração de O Impossível) faz com que ela corra por fora. Quem também parece ter poucas chances é o fenômeno de Indomável Sonhadora, a pequena Quvenzhané Wallis, a atriz mais nova indicada ao Oscar na história (ela tem apenas nove anos).
Favorita: Jennifer Lawrence
Sua personagem, Tiffany, é uma força da natureza. Assim como um furacão que tem como objetivo bagunçar tudo a sua volta, ela também surge como um dia de sol na praia, acalmando com seu calor. Jennifer Lawrence coloca esta personalidade no liquidificador e entrega uma intensidade de emoções que surgem não apenas em suas palavras, mas também em um olhar hipnótico. Não vai ser injustiça se ela levar o prêmio para casa. Pelo contrário. Volta e meia é bom lembrarmos que comédias são muito mais difíceis de agradar do que um simples drama. E a atuação deste talento prodígio é uma forma perfeita de sintetizar esta idéia, sabendo emocionar e fazer rir ao mesmo tempo.
Torcida: Emmanuelle Riva
Como ficar impassível à torturante e prestigiosa atuação desta senhora de 82 anos de idade como uma mulher que vai definhando sob o olhar do marido em Amor? Com este personagem em mãos, corpo e alma, Emmanuelle Riva tem, novamente, a chance de mostrar seu talento ao mundo, não apenas à Europa. Contudo, por melhor que seja, sua atuação em uma língua não inglesa diminui suas chances, mesmo que a Academia já tenha premiado no passado performances incríveis do mesmo naipe como Marion Cotillard em Piaf – Um Hino ao Amor (2007) e Roberto Benigni em A Vida é Bela (1997). Seria uma boa hora para o corpo de votantes esquecer seus preconceitos e mostrar que atuações vão muito além de palavras.
Azarão: Quvenzhané Wallis
Ela é nova demais e tem apenas nove anos. Só o fato de ter sido indicada já um grande prêmio para esta atriz mirim, ainda mais em sua estreia. Se a Academia reconhecesse sua performance arrebatadora, quebraria paradigmas e tradições, além de finalmente fazer algo realmente inédito e passível de recorde, que é entregar pela primeira vez a estatueta a alguém tão novo.
Esquecida: Marion Cottilard
Ok, já foi um grande feito a Academia ter indicado uma atriz falando outra língua com Emmanuelle Riva em Amor. Porém, a performance com pronúncia francesa de Marion Cotillard como uma treinadora de orcas que perde as pernas após um acidente em Ferrugem e Osso (2012) é tocante e seca, além de ter sido uma das melhores do ano e reconhecida por diversos prêmios, como o Globo de Ouro, o BAFTA, o Broadcast Film Critics Award e o Screen Actors Guild Award. Faltou um pouco de coragem dos votantes.
A análise dos indicados nas demais categorias você confere no Especial Oscar 2013!
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