INDICADOS:
O melhor filme deve ter o melhor roteiro, certo? É uma lógica que geralmente funciona, mas que não é infalível, obviamente. Portanto, se a grande aposta para a estatueta principal da noite aponta para o eletrizante Argo, é bom manter o mesmo pensamento para a categoria Roteiro Adaptado, ainda mais após ter recebido o prêmio do Sindicato dos Roteiristas Americanos, o Writers Guild of America. Claro que existem outros fortes concorrentes, como Lincoln, que também pode sair com o Oscar de Melhor Filme e, portanto, com chances grandes de levar a estatueta nesta categoria. Tony Kushner, indicado por seu trabalho na cinebiografia do presidente norte-americano Abraham Lincoln, não é estranho nas festas da Academia. Já havia sido indicado por outra parceria com Steven Spielberg, no longa-metragem Munique (2005). O mesmo pode ser dito de David Magee, que concorre este ano por As Aventuras de Pi e que havia sido indicado em 2005, pelo seu comovente script de Em Busca da Terra do Nunca (2004). Os dois concorrem com os estreantes no Oscar Chris Terrio, pelo supracitado Argo; Lucy Alibar e Benh Zeitlin pelo tocante Indomável Sonhadora, e David O. Russell por sua comédia dramática O Lado Bom da Vida. O caso de Russell é especial, visto que ele já havia sido indicado ao Oscar, mas não nesta categoria. Com O Vencedor, em 2011, o cineasta foi lembrado na categoria de Melhor Direção.
FAVORITO: Argo desponta como o principal concorrente da categoria, visto que a produção tem tudo para levar o grande prêmio da noite. Não seria surpresa, como já dito, se Lincoln estragasse a festa – como aconteceu na premiação da Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos Estados Unidos e no Broadcast Film Critics Awards, além das premiações dos críticos de São Francisco, Nova York, Kansas, Chicago, Central Ohio e Boston. Mas Argo tem um roteiro mais redondo e cativante, o que pode pesar para seu lado. A seu favor, também, estão os reconhecimentos dos críticos de Southeastern, San Diego, Phoenix, Los Angeles, Kansas, Florida e Austin.
TORCIDA: Pelo encantamento disparado pela história bela e doída de Indomável Sonhadora, atrelado ao esforço da equipe em colocar aquele trabalho em andamento, Benh Zeitlin e Lucy Alibar mereciam o reconhecimento pelo roteiro marcante que assinaram em dupla.
AZARÃO: Tanto As Aventuras de Pi quanto O Lado Bom da Vida seriam azarões caso vencessem na categoria. O primeiro perdeu muito buzz com o passar do tempo e, ainda que seja um trabalho impressionante de David Magee, que conseguiu adaptar uma história que muitos consideravam infilmável, a mão de Ang Lee parece estar mais valorizada do que a do roteirista, neste caso. Já O Lado Bom da Vida, ainda que seja uma história deliciosa de se acompanhar, não tem a devida força para combater os pesos pesados da categoria – mesmo tendo ganho o BAFTA, o National Board of Review e o prêmio dos críticos de Washington.
ESQUECIDO: Indicado ao prêmio do Sindicato dos Roteiristas (e completamente ignorado pelo Oscar) As Vantagens de Ser Invisível, de Stephen Chbosky, teria predicados mais que suficientes para abocanhar ao menos uma indicação na festa da Academia deste ano.
As análises dos indicados nas demais categorias você confere no Especial Oscar 2013!
As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo. é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.