INDICADOS:
- Bruce Dern, por Nebraska
- Chiwetel Ejiofor, por 12 Anos de Escravidão
- Christian Bale, por Trapaça
- Leonardo DiCaprio, por O Lobo de Wall Street
- Matthew McConaughey, por Clube de Compras Dallas
E o Oscar vai para… Matthew McConaughey. Será? Muitos dizem que a categoria de Melhor Ator já está definida, assim como ocorreu nos últimos anos da premiação mais estrelada de Hollywood: Colin Firth por O Discurso do Rei (2011), Jean Dujardin por O Artista (2012) e Daniel Day-Lewis por Lincoln (2013) foram as últimas cartas marcadas em que todos apostaram. Essa sensação de certeza se intensifica depois do resultado do Globo de Ouro, Screen Actors Guild e Critics’ Choice Awards, grandes termômetros do Oscar, que premiaram com louvor o trabalho de McConaughey e seu empenho singular por Clube de Compras Dallas. Ainda assim, em uma mostra particularmente excepcional, a categoria que premia a performance masculina do ano conta também com os excelentes Bruce Dern, Leonardo DiCaprio, Christian Bale e Chiwetel Ejiofor. Difícil apostar todas as fichas em um único nome!
Favorito: Matthew McConaughey corre na frente não apenas pelos 22 quilos perdidos para interpretar o protagonista de Clube de Compras Dallas, já que a Academia não é reality show de redução de peso, mas principalmente pelo visceral comprometimento com um personagem complexo e repleto de nuances como seu Ron Woodroof. Indicado à seis Oscars, incluindo as duas grandes categorias de Melhor Filme e Melhor Roteiro Original, o drama baseado em fatos reais deve levar mesmo os prêmios pelas performances masculinas – Jared Leto como Melhor Ator Coadjuvante é outra das poucas certezas para a noite de 2 de março. Uma vez nas mãos de McConaughey, o Oscar sutilmente também premiaria outros desempenhos louváveis do ator nos últimos anos em filmes como Amor Bandido (2013), Obsessão (2012), Killer Joe: Matador de Aluguel (2012), Magic Mike (2012) e até mesmo por sua impagável participação em O Lobo de Wall Street (2013).
Torcida: Bruce Dern tem um Prêmio de Interpretação Masculina do Festival de Cannes por seu trabalho em Nebraska brilhando em alguma estante, mas isso não quer dizer muito para a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. O ator egresso da televisão, que já foi indicado ao Oscar como coadjuvante por Amargo Regresso (1978), tem mais de 100 trabalhos em sua prolífica carreira no cinema. Aos 77 anos, ganhou calorosa recepção por seu tocante desempenho neste drama cômico de Alexander Payne, o que reitera o talento do cineasta para roteiros muito elaborados com protagonistas marcantes. Como o autêntico senhor que acredita ter ganhado uma fortuna, Dern se reafirmou como o grande ator que é e muito merecia uma láurea como o Oscar, para distinguir uma performance soberba e inesquecível.
Azarão: Leonardo DiCaprio sofre da mesma síndrome que acomete Amy Adams: cinco indicações ao Oscar, nenhuma vitória até o momento. A Academia costuma ser simpática com atores muito nomeados que nunca venceram, porém parece que este não será o ano de Leo… ou de Amy. Mesmo assim, sua visceralidade em O Lobo de Wall Street o coloca no patamar de um dos maiores atores de sua geração, como Matthew McConaughey bem frisou em entrevista recente. Responsável também pela produção do filme, DiCaprio já é um vencedor por ter se tornado o ator-fetiche de Martin Scorsese, posto que já foi de Robert De Niro em seus melhores anos. O rapaz transcendeu de jovem talento subestimado para a lista do que Hollywood tem de melhor.
Esquecido: Robert Redford, Tom Hanks, Oscar Isaac e Forest Whitaker ficaram de fora da competição pela estatueta dourada, porém talvez os quatro não tivessem mesmo muitas chances perto do excelente time que acabou eleito para concorrer em 2014. O maior injustiçado do ano parece ser mesmo Joaquin Phoenix, que possivelmente ainda seja considerado um expatriado pela Academia depois de suas brincadeiras para a produção do falso documentário I’m Still Here (2010). Independentemente de qualquer julgamento descabido, o desempenho de Phoenix em Ela é tão contundente quanto o filme, e poderia preencher a vaga ocupada por pelo menos três dos cinco indicados à Melhor Ator neste ano. As outras merecidas cinco indicações de Ela tentam corrigir esta omissão.
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