INDICADOS:
- Brent Burge, por O Hobbit: A Desolação de Smaug
- Glenn Freemantle, por Gravidade
- Oliver Tarney, por Capitão Phillips
- Steve Boeddeker e Richard Hymms, por Até o Fim
- Wylie Stateman, por O Grande Herói
Ao contrário do prêmio de Melhor Som, que é mais aberto à interpretações – pois depende exclusivamente de uma avaliação criativa – o de Edição de Som é estritamente técnico, uma vez que trata do processo de recriação e aperfeiçoamento do registro e recriação de barulhos, ruídos, registro de vozes e quaisquer tipos de sons necessários para conferir credibilidade a uma determinada cena. Filmes de fantasia, portanto, que retratam universos mágicos e impossíveis, geralmente saem em desvantagem, ao passo que histórias verossímeis, com forte apelo de realidade, são as que eventualmente chamam mais atenção. A entidade responsável por esta categoria é a Motion Picture Sound Editors, que entrega seis prêmios nas categorias de cinema, divididos em três especialidades – Música, Efeitos Sonoros e Diálogos – cada uma aplicada a um gênero: filmes de ficção, filmes de animação e filmes estrangeiros. Como edição de música diz mais respeito à categoria de Trilha Sonora, e indicados de Animação e Documentário estão, virtualmente, fora do páreo, são os dois vencedores em Ficção os mais prováveis vencedores neste ano.
Favorito: Gravidade é o favorito neste ano em praticamente todas as categorias técnicas a que foi indicado, e não seria diferente aqui. Esta é a segunda indicação de Glenn Freemantle, e novamente por um filme do ano – ele perdeu por Quem quer ser um milionário? (2008), e é provável que tenha chegado o momento de reparar este erro. Além de ter ganho no MPSE como Efeitos Sonoros, levou também o Bafta. E é, de todos, o que apresenta o trabalho mais inacreditável, pois foi inteiramente recriado em estúdio, e com uma precisão absurda. Uma derrota, aqui, é praticamente impossível.
Torcida: Capitão Phillips tem pela frente o aparentemente imbatível Gravidade, mas nem por isso deixa de apresentar um trabalho impressionante. Premiado no MPSE na categoria de Diálogos, tem na edição de som um dos maiores aliados para gerar a tensão necessária no desenrolar dessa história baseada em fatos reais. Foi ainda indicado ao Bafta, ao Satellite e ao MPSE em Efeitos Sonoros, um bom desempenho para o técnico Oliver Tarney, que concorre ao Oscar pela primeira vez.
Azarão: Até o Fim, assim como O Hobbit: A Desolação de Smaug, está em desvantagem por não ter sido selecionado pela MPSE nas duas categorias – ambos concorreram apenas em Efeitos Sonoros. No entanto o drama estrelado por Robert Redford era forte candidato à várias indicações – inclusive Melhor Ator – e acabou sendo esnobado em quase todas, conquistando aqui sua única lembrança ao Oscar deste ano. A seu favor, no entanto, está o histórico do técnico Richard Hymms, já premiado em três ocasiões anteriores – ou seja, é um dos mais respeitados da área. Talvez sua influência possa surpreender, mas é uma chance em um milhão.
Esquecido: 12 Anos de Escravidão é o único filme indicado nas duas categorias – Efeitos Sonoros e Diálogos – da Motion Picture Sound Editors a ser ignorado no Oscar. Uma lástima, principalmente se levarmos em conta o impacto que o áudio provoca na saga de injustiças e atrocidades que acontecem com Solomon Northup, um homem livre que é sequestrado e vendido como escravo no século XIX, nos Estados Unidos. Um longa tecnicamente perfeito nos mais diversos aspectos, inclusive neste em questão, que merecia ter obtido este reconhecimento – ainda que fosse somente por número e figuração, uma vez que nenhum dos concorrentes – indicados ou não – tem a menor chance frente à excelência apresentada por Gravidade.
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