INDICADOS:
Um contra todos. Assim está a disputa desta categoria neste ano. Apenas um dos indicados tem ganho praticamente tudo nas premiações prévias, enquanto que os demais são apenas coadjuvantes de luxo, convidados para a festa mais aguardada do calendário cinematográfico, mas virtualmente sem chances de levarem para casa a estatueta dourada. Na premiação do American Society of Cinematographers (Sociedade Americana de Fotógrafos de Cinema), sete longas foram apontados como melhores do ano – incluindo, obviamente, os cinco finalistas do Oscar. É curioso observar, no entanto, que entre veteranos e novatos, nenhum dos indicados desta temporada já foram premiados anteriormente. Ou seja, quem ganhar verá nesse também o reconhecimento de toda uma carreira.
Favorito: Gravidade é o trabalho máximo de Emmanuel Lubezki, que está em sua sexta indicação (a primeira foi por A Princesinha, 1995) em quase vinte anos de relacionamento com a Academia. Parceiro habitual de Cuarón e de Terrence Malick, cuidou no último ano também do impressionante visual de Amor Pleno (2012), lembrado pelos críticos de San Diego. Mas todas as atenções estão na saga espacial vivida por Sandra Bullock, já premiada no ASC, Bafta, Critics Choice e juntos aos críticos de Austin, de Boston, Central Ohio, Chicago, Callas-Fort Worth, Florida, Las Vegas, Los Angeles, Phoenix, São Francisco e Washington, além de ter ganho um troféu especial no Festival de Veneza. Ou seja, sua vitória é tão óbvia quanto merecida.
Torcida: Inside Llewyn Davis é aquele trabalho lindo de se ver, que reflete com primazia a jornada de derrotas e fracassos do protagonista e funciona com exatidão à proposta do filme. Em qualquer outro ano, sem um concorrente arrasa-quarteirão pela frente, certamente seria o merecido vencedor. Tanto que o trabalho de Bruno Delbonnel – em sua quarta indicação – ganhou o prêmio dos críticos de Nova Iorque e o da Sociedade Nacional dos Críticos dos EUA, duas entidades que abraçaram o longa dos irmãos Coen com muito mais entusiasmo do que os votantes da Academia.
Azarão: Os Suspeitos só está presente graças à força do profissional Roger Deakins, nesta que é sua décima-primeira indicação ao Oscar – sem nunca ter ganho! Este é um filme repleto de méritos que merecia ter sido lembrado em mais categorias, mas acabou recebendo esta única – e justa – indicação. Deakins poderá se beneficiar, eventualmente, dos votos daqueles que lembrarem do seu histórico. Mas este, apesar de extremamente competente, não é o seu trabalho mais marcante. Não deverá ser dessa vez, portanto, que chegará ao fim sua espera até o momento de ouvir seu nome ser chamado de dentro do envelope.
Esquecido: 12 Anos de Escravidão concorre em nove categorias neste ano – é um dos recordistas – mas falhou em ser lembrado justamente aqui, neste que é um dos seus maiores méritos. Indicado ao prêmio do ASC e ainda no Bafta, Critics Choice, Independent Spirit e junto aos críticos de Central Ohio, Chicago, Dallas-Fort Worth, Londres, Phoenix, São Francisco e Washington, compõe um visual clássico para a saga do homem negro livre que, após ser raptado, é vendido como escravo no sul dos Estados Unidos, no século XIX. O trabalho de Sean Bobbit – parceiro habitual do diretor Steve McQueen, já tendo fotografado em seus filmes anteriores – é competente e bem realizado, e se não justifica uma vitória, certamente faria bonito entre os indicados.
Tudo sobre todos os indicados ao maior prêmio do cinema mundial você confere no Especial Oscar 2014!
As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo. é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.