Quando a trilha sonora, suas canções e composições ajudam a contar a história de um filme, quase se inserindo como um dos personagens, pode ter certeza: o tiro foi no alvo. No Oscar deste ano, a maioria dos indicados não vai exatamente por esta lógica, por isto a briga fica polarizada entre duas frentes: a de Steven Price para Gravidade concorreu ao Globo de Ouro, ganhou o BAFTA, o Critics Choice e o prêmio dos críticos de Dallas. A da banda indie rock Arcade Fire para Ela foi ovacionada no Critics Choice e em mais seis prêmios da crítica. E ambas são vitais para o desenrolar de seus filmes. Alexandre Desplat por Philomena até pode ter chances por ser a sexta indicação do compositor. O mesmo ocorre com Thomas Newman, que garante sua décima segunda lembrança sem vitórias por Walt Disney nos Bastidores de Mary Poppins. Correndo por fora, o sempre lembrado John Williams com a chatinha trilha de A Menina que Roubava Livros.
Favorita: Ela pode não ter levado os principais prêmios como o Globo de Ouro ou o BAFTA, mas estes nem tem tanta influência no Oscar. Porém, além de ser uma chance da Academia não dar todos os prêmios possíveis para Gravidade, seu principal concorrente aqui, e de lembrar do filme em outra categoria que não seja Roteiro Original, há de se levar em conta que o ano tem sido do Arcade Fire em vários aspectos. Obviamente, isto pode não influenciar tanto no Oscar, mas não dá para esquecer que a Academia adora premiar os “queridinhos” do público, algo que a banda é já há um bom tempo e só confirmou no último trimestre do ano passado com o lançamento de seu álbum Reflektor.
Torcida: O papa-prêmios Gravidade, é claro. Pelo mesmo motivo de sempre: por aliar a trilha à direção, à história, à atuação, aos efeitos. Sem mais delongas, mas se não houvesse esta trilha, talvez o impacto do filme perante o público fosse menor. Merece demais.
Azarão: A Menina que Roubava Livros, apesar de ter sido indicado em algumas premiações, só consta na lista por um motivo: o hors concours John Williams, indicado mais de 40 vezes e vencedor de cinco estatuetas. A Academia ama o compositor, que, realmente, já fez trilhas inesquecíveis como as das cinesséries Indiana Jones e Star Wars, além da clássica de Tubarão (1975). Porém, aqui, o único propósito da lacrimejosa trilha é exatamente este: causar emoção no espectador, sendo que o filme por si só já é quase um melodrama. Bola fora.
Esquecido: Hans Zimmer não foi lembrado por sua trilha de 12 Anos de Escravidão, só ganhou um prêmio pelos críticos de Washington. Até o Fim, com músicas de Alex Ebert, foi o ganhador do Globo de Ouro e também sequer mencionado no Oscar. Porém, a ausência mais marcante com certeza é a de Frozen: Uma Aventura Congelante. Primeiro, a música principal, “Let It Go”, é a franca favorita da cerimônia. Segundo, o álbum é um sucesso de vendas. E, por fim, mas não menos importante, as canções originais e composições ajudam a contar a história sem cair muito no clichê, algo que não se vê na trilha de A Menina que Roubava Livros, por exemplo. Provavelmente seria a favorita se tivesse sido indicada, mas não foi desta vez.
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