INDICADOS
Uma das categorias mais divertidas do Oscar e, infelizmente, uma das menos notadas: Melhor Animação em Curta-Metragem. Como é raro que estas produções cheguem ao mercado brasileiro, acabamos não dando a devida atenção, perdendo pequenas gemas. Neste ano, ao menos, uma das cinco animações escolhidas pela Academia chegou a ser exibido nos nossos cinemas. Banquete, de Patrick Osborne, abria as sessões de Operação Big Hero (2014), em uma dobradinha feita no céu. No filme, um cãozinho via seu banquete diário ser substituído pouco a pouco por uma dieta mais saudável ao passo que seu dono começa a namorar uma moça natureba. Adorável e vencedor da categoria no Annie Awards, o chamado Oscar da Animação. Já os demais, infelizmente, temos apenas os trailers para conferir. No caso de A Single Life, curta holandês dirigido por Marieke Blaauw, Jonis Oprins e Job Roggeveen, o preview apresentado na internet, de quase 1 minuto, representa um terço da duração total do filme. Na trama, mulher descobre que o disco de vinil que está ouvindo lhe dá poderes de viajar no tempo. Enquanto este é o mais curto da lista, o mais longo bate a marca dos 18 minutos: The Dam Keeper, de Robert Kondo e Dice Tsutsumi. Apresentado na seleção oficial do Festival de Berlim em 2014, o curta conta a história de um porquinho atarefado que tem sua vida mudada quando um novo aluno surge em sua classe. Além de ter participado da Berlinale, The Dam Keeper recebeu prêmio do público em Nova York, no International Children’s Film Festival, e foi escolhido o melhor no festival internacional de São Francisco, também nos Estados Unidos.
Se o anterior passou em Berlim, este foi exibido em Cannes. E levou terceiro lugar por lá. Com oito minutos de duração, The Bigger Picture é, provavelmente, o menos convencional dos cinco. A diretora Daisy Jacobs escolhe construir seu curta com personagens em tamanho natural. São utilizadas paredes para pintar os seus protagonistas – dois irmãos que cuidam de sua mãe doente – e estas figuras interagem com objetos reais, em uma técnica mista de animação e live action. O trailer deixa vontade de conferir mais. Além de Cannes, o curta foi indicado ao BAFTA, recebeu prêmios no festival de Annecy, um dos mais importantes da animação, e levou o louro de inovação no Festival de Edinburgo. Fechando a lista dos cinco indicados, Me and my Moulton é uma produção da Noruega, que apresenta um traço bem livre, quase infantil para construir seus cenários e personagens. Na história, trio de irmãs sonha ganhar uma bicicleta de seus pais, um casal extravagante e cheio de ideias malucas. Elas acabam não recebendo o esperado. Indicado ao Annie Awards, acabou perdendo para Banquete.
Como foi o único a ser exibido no Brasil, é o que acaba merecendo nossa torcida. O seu favoritismo vem da premiação recebida no Annie Awards, que lhe credencia para levantar a estatueta na festa da Academia também. O fato de ser o mais popular dos cinco pode ajudá-lo, visto que foi exibido antes das sessões de Operação Big Hero. É um curta realmente adorável e sua possível vitória é merecida. Corre muito perto e não seria surpresa caso vencesse, principalmente pela inovação: The Bigger Picture.
O curta corre por fora para conseguir uma vitória no Oscar. Por ter um traço quase infantil, é possível que seja visto como um concorrente mais fraco. Mas se engana quem pensa desta forma, visto que o roteiro parece ser o seu principal atributo, colocando três meninas em um ambiente curioso, com reviravoltas que as ajudam a crescer.
Indicado ao Annie Awards, mas esnobado pelo Oscar, Duet, do diretor Glen Keane, é ao mesmo tempo belo e hipnotizante. Com traços rápidos, feitos à mão, o curta vai criando imagens de beleza singular, uma verdadeira celebração da vida, como diz o slogan do curta de apenas 4 minutos.
Confira todos os indicados e as chances de vitória de cada um no nosso Especial Oscar 2015