INDICADOS
O principal termômetro para esse categoria tão técnica em Hollywood é a premiação do Make-Up Artists and Hair Stylists Guild Awards, que está marcado para acontecer nas vésperas da entrega do Oscar, no dia 14 de fevereiro. Assim, sem termos como parâmetro os vencedores do Sindicato dos Maquiadores e Cabelereiros, podemos nos guiar por seus indicados (só em Cinema são quatro categorias diferentes) e também por outras premiações, como o Bafta (o Oscar inglês), o Critics Choice Awards e o Hollywood Film Awards, por exemplo. E nenhuma soma possível destes resultados parece apontar para um óbvio favorito. Portanto, teremos que nos guiar pelos nossos instintos – e pelo próprio histórico da categoria nos anos anteriores na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
Hollywood parece venerar transformações pessoais físicas. Neste ano, o grande concorrente nesta modalidade seria A Teoria de Tudo e como Eddie Redmayne conseguiu virar Stephen Hawking, mas com sua exclusão o caminho ficou aberto para Steve Carell e seu empresário John Du Pont. O astro, além de concorrer como Melhor Ator, está irreconhecível. Foi indicado, no entanto, apenas ao Critics Choice Award (perdeu) e em uma única categoria do Make-up Artists and Hair Stylist Guild Award (Efeitos Especiais em Maquiagem), o que pode contar contra. Entre seus artistas, temos o veterano Bill Corso (premiado nesta categoria por Desventuras em Série, 2004, e indicado também por Click, 2006), enquanto que Dennis Liddiard está em sua primeira indicação.
Campeão de indicações neste ano, concorrendo em nove categorias, o filme de Wes Anderson não é favorito em quase nenhuma delas. Portanto, essa seria uma ótima – e justa – oportunidade de reconhecer um dos muitos méritos do longa. O trabalho de Frances Hannon (primeira indicação) e Mark Coulier (premiado anteriormente por A Dama de Ferro, 2011) está concorrendo também ao Bafta e ao Make-up Artist and Hair Stylist Guild Award (em duas categorias: Maquiagem de Época e Cabelo de Época), além de ser um dos trabalhos mais completos e diversificados de todos os longas deste ano. A incrível variedade de personagens e suas distinções físicas muito se dá pelos visuais únicos apresentados. No entanto, o tom cômico da trama e as aparências um pouco exageradas podem contar contra essa vitória.
O que um filme fantasioso de super-heróis está fazendo no prêmio mais importante do cinema? Essa pergunta, que pegou muitos de surpresa, não se justifica. Afinal, estamos falando de um dos longas mais bem sucedidos do ano, tendo arrecadado mais de US$ 770 milhões nas bilheterias de todo o mundo e concorrendo aqui em duas categorias (é finalista também em Efeitos Visuais). E chega com gabarito: ganhou o Critics Choice e o Hollywood Film Awards, além de concorrer também ao Bafta e ao Make-up Artist and Hair Stylist Guild Awards em três categorias (Maquiagem Contemporânea, Efeitos Especiais em Maquiagem e Cabelos Contemporâneos). Só por este retrospecto poderia ser colocado facilmente como favorito. Apenas o histórico de decisões da Academia é que minimizam suas chances. Mas até a abertura do envelope, tudo pode acontecer!
Filmes como o já citado A Teoria de Tudo (indicado ao Bafta), Malévola (indicado ao Critics Choice) e O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (também indicado ao Critics Choice) podem ser apontados como injustiçados neste ano, mas nenhum o absurdo foi tamanho como no musical dirigido por Rob Marshall. Só a caracterização de Meryl Streep (indicada como Atriz Coadjuvante) como Bruxa Má já é impressionante, mas há ainda a composição das princesas Cinderela e Rapunzel, dos príncipes, da Chapeuzinho Vermelho e muito mais. Esforços estes que foram indicados ao Bafta, ao Critics Choice e em três categorias do Makeup Artist and Hair Stylist Guild Awards (Maquiagem de Época, Efeitos Especiais em Maquiagem e Cabelo de Época). E pensar que, ao contrário das demais categorias do Oscar, com cinco finalistas, esta é a única com apenas três! Poderia ter sido aberta mais uma vaga para esse excelente trabalho de Peter King (premiado por O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, 2003) e J. Roy Helland (premiado por A Dama de Ferro, 2011).
Confira todos os indicados e as chances de vitória de cada um no nosso Especial Oscar 2015
