INDICADAS
A categoria de Melhor Atriz Coadjuvante reserva para 2015 um recorde absoluto: a presença de Meryl Streep entre as concorrentes, nessa que é a sua 19° indicação. Para se ter uma ideia, a intérprete – mulher ou homem – que mais chegou perto desta marca até hoje foi Katharine Hepburn, com doze indicações. Streep, no entanto, como a Bruxa Má do musical Caminhos da Floresta, mais impôs sua presença por seu histórico e trajetória pessoal e menos pelo trabalho em si, que é, no máximo, divertido. Com suas chances de vitória reduzidas a zero, restam outras quatro concorrentes – duas na segunda indicação e outras duas estreantes no prêmio da Academia. E, curiosamente, é uma destas a favorita absoluta deste ano. Confira!
Talvez somente se atropelar um filhote de cachorro Patricia Arquette poderá perder o Oscar por seu trabalho neste filme que levou doze anos para ser feito. A atriz se despe de todas as máscaras e compõe a mãe de uma família que erra, aprende, e nunca deixa de lutar por si e seus filhos. Se durante quase todo o longa – e são três horas de duração (!) – sua presença é discreta, o monólogo final ao se despedir do filho que está deixando a casa para ir para a faculdade é de cortar o coração até do mais resistente, e é com essa imagem que a maioria do público – e da crítica – tem deixado a sessão, carimbando sua jornada rumo ao ouro de Hollywood. Só para constar, ela é a atriz mais premiada nesta categoria neste ano, tendo ganho o Globo de Ouro, o SAG, o Critics Choice Award e quase todas as associações de críticos do país – em Los Angeles, para se ter uma ideia, ela foi premiada como Melhor Atriz, na categoria principal!
Ainda que suas chances sejam quase nulas, é muito bom encontrar a Mary Jane da nova série do Homem-Aranha entre as finalistas do Oscar. Sam, a filha do astro em crise do filme de Iñarritu, é uma garota complexa, que anseia por carinho e sentimentos que a façam se sentir viva, seja do pai ausente, do ator que chegou ontem ao espetáculo ou no mundo das drogas. Uma composição leve e envolvente, que traz muito do trabalho da atriz em explorar o que lhe é forte, sem exageros nem concessões. Indicada a praticamente tudo, ganhou apenas o prêmio dos críticos de Boston, além de alguns pelo conjunto do elenco. Pouco, diante do tanto que ela aqui demonstra.
A filha de Bruce Dern (indicado no ano passado por Nebraska, 2013) e de Diane Ladd (dona de três indicações) foi a grande surpresa entre as indicadas deste ano. Laura Dern estava de fora de praticamente todas as bolsas de apostas, e se a mãe de espírito livre e boas mensagens para a vida que morre de câncer no drama estrelado por Reese Witherspoon conseguiu vir até aqui, quem duvida que poderá levar a estatueta dourada para casa? Isso, sim, seria uma boa surpresa! Por este desempenho, foi indicada apenas nas premiações dos críticos de Chicago, Dallas-Fort Worth, Detroit, Vancouver e Washington, sem ser premiada em absolutamente nenhuma. Para constar: esta é a segunda indicação da atriz, que concorreu pela primeira vez por As Noites de Rose (1991), na categoria principal.
Se a presença de Keira Knightley entre as indicadas já é um prêmio por si só, e se as duas boas interpretações de Naomi Watts (por Birdman e por Um Santo Vizinho) meio que se anularam, retirando-a da corrida, a única que pode ser considerada realmente injustiçada neste ano é Jessica Chastain, que ficou de fora por este desempenho aclamado por muitos em O Ano Mais Violento. Premiada no National Board of Review e pelos críticos de Iowa e Utah, foi indicada ainda ao Globo de Ouro e ao Critics Choice Award, além de outras tantas associações de críticos. O filme, no entanto, que prometia tanto, acabou recebendo nenhuma indicação, e sua pouca apreciação entre os membros da Academia acabou refletindo no seu trabalho, desprezado num momento em que era dado com certo. Jessica, no entanto, já concorreu em duas ocasiões anteriores, e certamente terá novas chances no futuro.
Confira todos os indicados e as chances de vitória de cada um no nosso Especial Oscar 2015