INDICADOS
A categoria Melhor Som – ou Mixagem de Som – é muitas vezes confundida com sua irmã sonora, Melhor Edição de Som. A diferença é grande, ainda que nada óbvia para todos que acompanham a premiação da Academia. Enquanto que Edição de Som leva em conta os efeitos sonoros criados para o longa-metragem em questão, a Mixagem é a junção perfeita de todos as bandas sonoras, construindo a identidade sonora da produção.
Dito isso, temos fortíssimos concorrentes na categoria Melhor Som. Dos cinco times indicados ao prêmio da Academia, apenas em um nenhum dos membros nunca haviam sido lembrados pelo Oscar: o trio de Whiplash: Em Busca da Perfeição, formado por Craig Mann, Ben Wilkins e Thomas Curley. Outra curiosidade são as indicações duplas a Jon Taylor e Frank A. Montaño, que aparecem na categoria por Birdman (ou a Inesperada Virtude da Ignorância) e Invencível.
No time de Birdman, o estreante no Oscar Thomas Varga divide a indicação com o também novato Taylor (que já começa com pé direito com estas duas distinções) e Montaño, que já havia sido indicado em outras cinco oportunidades, por O Procurado (2008), Batman Eternamente (1995), Perigo Real e Imediato (1994), O Fugitivo (1993), e A Força em Alerta (1992). Ainda que tenha sido lembrado pela Academia em quatro anos consecutivos na década de 1990, Montaño ainda não levou o prêmio. Poderia ser o ano dele, dada a já citada dupla indicação. No outro time, de Invencível, Montaño e Taylor dividem a nominação com David Lee, já vencedor do prêmio por Matrix (1999).
Por falar em vencedores do prêmio, o time de Interestelar tem dois deles. Gary Rizzo levou a estatueta para casa por A Origem (2010) e foi indicado por Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008) e Os Incríveis (2004) e o veterano Gregg Landaker foi vencedor em três oportunidades: Velocidade Máxima (1994), Os Caçadores da Arca Perdida (1981) e Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca (1980). Só Mark Weingarten não recebeu a estatueta ainda, já tendo sido indicado outras duas vezes: A Rede Social (2010) e O Curioso Caso de Benjamin Button (2008). Fechando a lista dos indicados (e premiados no passado), o trio responsável pelo som de Sniper Americano não fica atrás. John T. Reitz ganhou o Oscar pelo som de Matrix (1999), e foi indicado outras quatro vezes, por Argo (2012), A Conquista da Honra (2006), Mar em Fúria (2000) e Cinzas no Paraíso (1978). Gregg Rudloff tem dois Oscars na prateleira. Um por Matrix (1999) e outro por Tempo de Glória (1989). E Walt Martin concorre pela segunda vez ao prêmio depois de A Conquista da Honra (2006). Infelizmente, o profissional de som faleceu em julho de 2014 e sua lembrança nesta categoria é póstuma.
É sempre difícil concorrer contra um filme de guerra. Ainda mais quando seu som é mixado de forma com que nos sintamos dentro da batalha. E isto o time de Sniper Americano consegue fazer com maestria. Não a toa, o longa-metragem de Clint Eastwood é o favorito não só pela sua mixagem de som, mas também pela sua edição sonora. Inclusive, talvez estes dois sejam os únicos prêmios a serem convertidos pela produção de guerra estrelada por Bradley Cooper.
O longa é o azarão por ter o time menos laureado, em uma verdadeira batalha entre David e Golias. Mas o que o time destes três novatos postulantes ao prêmio fazem na produção de Damien Chazelle é digno de prêmios. Um filme calcado totalmente em música – e no instrumento bateria – merecia um cuidado todo especial com o som e a equipe não deixa a desejar em momento algum.
Um dos grandes sucessos do ano passado, com sua mistura divertida de ficção científica e comédia fez a festa da Marvel nas bilheterias. Com toques de Star Wars, a mixagem de som é um dos destaques da produção e o fato de ela ter sido indicada ao prêmio da Audio Society, um dos mais prestigiados desta área, deveria ter feito a diferença para o Oscar.
Confira todos os indicados e as chances de vitória de cada um no nosso Especial Oscar 2015