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20170223 oscar melhor maquiagem e cabelos

INDICADOS

 

Aqui é uma tradição listar três concorrentes. Nos anos 80, quando instituída a categoria, disputavam apenas dois. Nos 2000 chegou-se a quatro, até que o padrão atual se estabeleceu. Antes de 1983 os maquiadores recebiam láureas ocasionais da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. As reclamações referentes ao não reconhecimento à maquiagem de O Homem Elefante (1981), de David Lynch, resultaram na criação da estatueta.

Em 2017 houve quem se surpreendesse com a nominação do sueco Um Homem Chamado Ove (2016), mas seus profissionais de maquiagem e cabelo, Love Larson e Eva Von Bahr, concorreram em 2016 por O Centenário que Fugiu Pela Janela e Desapareceu (2015). Já dos responsáveis pelo trabalho em Star Trek: Sem Fronteiras (2016), é a primeira indicação de Richard Alonzo, mas a terceira de Joe Harlow, que venceu por Star Trek (2009). Somente a turma de Esquadrão Suicida (2016) é formada totalmente por estreantes no Oscar.

O Make-Up Artist and Hair Stylist Guild Awards (premiação do sindicato dos maquiadores), realizado no último domingo, 19, embolou ainda mais as previsões, pois a associação divide penteados e maquiagem, promovendo, ainda, subdivisões por tipo de longa-metragem. Por exemplo, Animais Noturnos (2016), que venceu como Melhor Maquiagem em Filme Contemporâneo, sequer foi indicado ao Oscar. Bom, vamos aos nossos prognósticos.

 

 

20170223 star trek sem fronteiras papo de cinema1 e1487857088902FAVORITOS/TORCIDA: Joel Harlow e Richard Alonzo, por Star Trek: Sem Fronteiras
No Make-Up Artist and Hair Stylist Guild Awards, a dupla venceu no quesito Melhores Efeitos Especiais em Maquiagem. Então, já dá para ter uma ideia que existe um favoritismo aqui. O longa-metragem do diretor Justin Lin, que dá sequência à reinvenção cinematográfica da franquia então ressuscitada por J. J. Abrams, não é exatamente um grande filme, se contentando em nos oferecer uma boa trama de aventura. Contudo, no que tange à maquiagem e aos cabelos, certamente temos valores em destaque, vide, num espectro mais evidente, a concepção visual da personagem Jaylah (Sofia Boutella), prova de que os bons e velhos recursos práticos do cinema são mais eficientes, neste sentido, que a computação gráfica (lembram do Jar Jar Binks de Star Wars?). Embora não haja garantia de vitória, Joel Harlow e Richard Alonzo devem levar esta.

 

20170223 esquadrao suicida papo de cinema e1487857157371AZARÕES: Alessandro Bertolazzi, Giorgio Gregorini e Christopher Nelson, por Esquadrão Suicida
A espera fomentada por trailers engenhosos e marketing agressivo não foi recompensada. Este filme que coloca no campo de batalha alguns vilões da DC Comics numa formação para salvar o mundo, a despeito da arrecadação quase bilionária, teve uma recepção longe de positiva. Mas, verdade seja dita, embora nos quesitos, digamos, artísticos a coisa não tenha funcionado como se imaginava, no que tange à técnica foi quase tudo muito bem, obrigado – fora a Magia (Cara Delevingne) meio gente, meio CGI tosco (menos um ponto para a computação gráfica). Sobretudo a maquiagem impressiona, tornando crível aquele universo estranho. Não à toa, no Make-Up Artist and Hair Stylist Guild Awards o trio responsável pela tabelinha maquiagem/cabelo levou para casa o prêmio de Melhor Maquiagem em Filme de Época ou Fantasia. Pode surpreender no Oscar.

 

20170223 ave cesar papo de cinema e1487857217707ESQUECIDO:  Jean Ann Black e Cydney Cornell, por Ave, César!
Neste ano, a sina da categoria é ser marcada por filmes cujos conjuntos não são necessariamente bons. E isso se aplica até mesmo àquele que apontamos como o esquecido da vez. O longa-metragem de Joel e Ethan Coen é outro que chegou cercado de expectativas, afinal se volta à Hollywood de outrora com um olhar satírico e debochado. Não foi desta vez, porém, que os Coen emplacaram outro êxito, mas, no que concerne às maquiagens e cabelos existe um trabalho de qualidade visível. No Make-Up Artist and Hair Stylist Guild Awards, a dupla Jean Ann Black e Cydney Cornell venceu como Melhor Penteado em Filme de Época ou Fantasia. Mesmo que tenhamos um número reduzido de concorrentes ao Oscar na categoria em questão, o longa dos Coen certamente faria bonito entre os finalistas, sem desmerecer algum dos felizardos.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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