INDICADOS
- David Wasco e Sandy Reynolds-Wasco, por La La Land: Cantando Estações
- Guy Hendrix Dyas e Gene Serdena, por Passageiros
- Jess Gonchor e Nancy Haigh, por Ave, César!
- Patrice Vermette e Paul Hotte, por A Chegada
- Stuart Craig e Anna Pinnock, por Animais Fantásticos e Onde Habitam
O grau de complexidade empregado no design de produção de um filme é o que faz a diferença na escolha do vencedor desta categoria, que representa uma afinidade entre méritos técnicos e artísticos. Nomeada como Melhor Direção de Arte até o Oscar de 2012, o prêmio para Design de Produção favorece filmes de maior escala, proporção e originalidade, especialmente quando eles representam alguma época específica – seja passado ou futuro – ou, tantas vezes, o gênero fantasia.
Sua função impacta na concepção visual geral de uma obra, nos espectros de cenografia, figurinos, maquiagem, produção de objetos, entre tantos detalhes congêneres. É por isso que temos, entre os favoritos deste ano, títulos tão distintos quanto La La Land: Cantando Estações (2016) e A Chegada (2016), assim como a comédia Ave, César! (2016), que, com o glamour da Old Hollywood e seus malabarismos cênicos, figura aqui em sua única indicação. Correndo por fora estão Passageiros (2016), e suas pirotecnias cênicas espaciais, e Animais Fantásticos e Onde Habitam (2016), que segue os passos da saga Harry Potter para compor seu arsenal visual. Vamos às nossas apostas:
FAVORITOS/TORCIDA: David Wasco e Sandy Reynolds-Wasco, por La La Land: Cantando Estações
Competindo ao lado de designers com incontáveis indicações ao Oscar, David Wasco e Sandy Reynolds-Wasco têm aqui sua primeira nomeação ao prêmio da Academia, mas estão longe de serem iniciantes em suas funções. Responsável pela arte de vários filmes de Quentin Tarantino, como Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994) e Bastardos Inglórios (2009), o casal transformou a Los Angeles de La La Land num sonho em Technicolor e CinemaScope que se divide entre passado e presente. Sequências em locações reais, como o musical de abertura e aquelas no histórico Lighthouse Café, já justificam este Oscar, mas a dupla foi além e construiu cenários dignos dos musicais mais clássicos, como aquele do número de dança no planetário do Griffith Park. Oscar para eles!
AZARÕES: Patrice Vermette e Paul Hotte, por A Chegada
Em um universo completamente distinto está A Chegada, mas que concorre ao Oscar nesta categoria com méritos igualmente notáveis. O designer de produção Patrice Vermette, já indicado por A Jovem Rainha Vitória (2009), foi o responsável, junto com Paul Hotte, por criar uma série de mais de 100 formas e sinais que conectam humanos e alienígenas por meio de uma linguagem totalmente nova. Além desta logografia, a ficção de Denis Villeneuve também impressiona pelo design das naves extraterrestres, inspirado em um planeta localizado fora do nosso sistema solar, e toda a área interna dela. Méritos suficientes para roubar esta estatueta.
ESQUECIDO: Dante Ferreti, por Silêncio
O design de produção de Jackie (2016), de Jean Rabasse, e Café Society (2016), assinado pelo mestre Santo Loquasto, foram alguns dos injustiçados deste ano, numa seleção que novamente deu mais espaço para a fantasia do que à reconstrução histórica. Ainda assim, aquele que parece o mais esquecido, e não apenas nesta categoria, é mesmo Silêncio (2016), filme de Martin Scorsese que acabou com apenas uma indicação por Melhor Fotografia. O minucioso trabalho de Dante Ferreti, colaborador habitual de Scorsese e vencedor de três Oscars, foi além das múltiplas funções como diretor de arte e respondeu ainda pelos figurinos do drama épico. A dobradinha não é tão comum em uma produção desta magnitude, mas Ferreti já havia demonstrado sua capacidade fazendo o mesmo em Kundum (1997), quando foi duplamente indicado nas categorias de arte e figurino. Desta vez, para a Academia, sua estratégia foi em vão.
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