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Oscar 2017 :: Melhor Edição de Som

Publicado por
Conrado Heoli

INDICADOS

 

Historicamente, grandes produções têm vantagens sobre filmes menores na categoria Melhor Edição de Som, porém La La Land: Cantando Estações (2016) e seu orçamento modesto (30 milhões de dólares) pode virar o jogo nesta edição do Oscar. Outro fator que favorece o musical de Damien Chazelle é a constatação de que, desde a divisão das categorias de som entre edição e mixagem, há 13 anos, sete vezes o mesmo filme foi laureado em ambas: King Kong (2005), O Ultimato Bourne (2007), Guerra ao Terror (2009), A Origem (2010), A Invenção de Hugo Cabret (2011), Gravidade (2013) e Mad Max: Estrada da Fúria (2015). Então La La Land é o vencedor, certo? Não, a matemática não é tão simples quanto parece. A aposta mais provável é outra, vencedora dos principais prêmios da Motion Picture Sound Editors, e já lhe justificaremos os motivos. Vamos às nossas apostas.

 

 

FAVORITOS: Robert Mackenzie e Andy Wright, por Até o Último Homem
Há de se considerar que Até o Último Homem (2016), além de concorrer nas duas categorias de som, entra para a estatística de superprodução (de guerra, ainda por cima!), que tem mais chances de faturar as categorias técnicas. Diferentemente da delicadeza atmosférica que dá o tom do romance entre Ryan Gosling e Emma Stone, o drama de Mel Gibson conta com toda aquela pirotecnia sonora de explosões e camadas de áudio que fazem o espectador sentir o filme na pele. Na marra. E isso agrada bastante os votantes da Academia, sem dizer que, em sua grande maioria, eles não fazem a menor ideia do que diferencia edição e mixagem de som. Então fica mais fácil eleger aquele filme que grita ao invés do que sussurra, não é mesmo?

 

TORCIDA: Ai-Ling Lee e Mildred Iatrou Morgan, por La La Land: Cantando Estações
Assim como os editores de Até o Último Homem, Ai-Ling Lee e Mildred Iatrou Morgan também foram indicadas ao Oscar pela primeira vez neste ano – e pela primeira vez compõem um time unicamente feminino nesta categoria. Nossa torcida fica com a complexidade sonora que dá vida e movimento ao longa de Chazelle, muito mais rica do que a artificialidade dos sons fabricados e pouco originais daquele que apontamos como provável vencedor. O que vai contra La La Land em categorias técnicas como esta é a constância de sua aparição em 14 indicações; acredite ou não, muitos votantes não marcam o mesmo filme excessivamente para dividir os prêmios e deixar mais gente feliz. Esta é Hollywood.

 

AZARÃO: Sylvain Bellemare, por A Chegada
Se há um filme para roubar o Oscar na categoria de Edição de Som, este filme é A Chegada. Também indicado pela primeira vez ao Oscar, Sylvain Bellemare já colaborou antes com Denis Villeneuve como o responsável pelo departamento de som de Incêndios (2010), que na época foi indicado como Melhor Filme Estrangeiro. Premiada na categoria de Melhor Som no BAFTA, a ficção conta com um trabalho primoroso e denso no que se refere às camadas sonoras e audíveis da produção, responsáveis por grande parte das sensações atmosféricas que o filme proporciona.

 

ESQUECIDO: Matthew Wood e Christopher Scarabosio, por Rogue One: Uma História Star Wars
É tão surpreendente quanto curioso que este derivado da franquia Star Wars tenha ficado de fora desta categoria, considerando suas constantes aparições em apostas sobre possíveis indicados e até mesmo suas nomeações em premiações técnicas de som. Matthew Wood e Christopher Scarabosio foram indicados juntos nesta mesma categoria por Star Wars: O Despertar da Força (2015) e possuem, cada um, duas outras nominações por trabalhos distintos, sendo que Scarabosio está no time que concorre na categoria de mixagem por este mesmo Rogue One, aqui esquecido.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Graduado em Publicidade e Propaganda, coordena a Unidade de Cinema e Vídeo de Caxias do Sul, programa a Sala de Cinema Ulysses Geremia e integra a Comissão de Cinema e Vídeo do Financiarte.

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