INDICADOS
- Bradford Young, por A Chegada
- Greig Fraser, por Lion: Uma Jornada para Casa
- James Laxton, por Moonlight: Sob a Luz do Luar
- Linus Sandgren, por La La Land: Cantando Estações
- Rodrigo Prieto, por Silêncio
E foi-se o tempo em que os grandes medalhões de Hollywood ditavam as regras do jogo. Pois, desta vez, ainda que a expectativa tenha sido alta, Martin Scorsese garantiu apenas uma indicação ao maior prêmio da indústria cinematográfica mundial para o seu mais recente filme, Silêncio. E o responsável por isso foi o mexicano Rodrigo Prieto, o único dos cinco indicados que já havia concorrido antes – no caso dele, por O Segredo de Brokeback Mountain (2005). Outros trabalhos de destaque da sua filmografia são Babel (2006), Argo (2012) e O Lobo de Wall Street (2013), todos indicados – ou vencedor – do Oscar de Melhor Filme! Portanto, saber escolher projetos é, certamente, um dos seus talentos. Quanto a este desempenho específico, no entanto, só saberemos em março, quando finalmente entrar em cartaz no Brasil. Assim, voltamos nosso olhar aos títulos mais badalados.
O campeão de indicações deste ano é favorito em quase todas as categorias em que foi lembrado, porém a Associação de Fotógrafos de Hollywood (ASC) talvez tenha uma opinião contrária sobre quem foi o melhor do último ano. E entre trabalhos que não podem ser ignorados – como o de James Laxton, que por Moonlight: Sob a Luz do Luar foi premiado pela Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos EUA e pelas associações de críticos de Nova York, São Francisco e de Los Angeles, três das mais importantes do país – e outros que podem acabar surpreendendo, confira nossa análise dos indicados deste ano!
FAVORITO: Linus Sandgren, por La La Land: Cantando Estações
Com o número recorde de 14 indicações – apenas A Malvada (1950) e Titanic (1997) conseguiram essa mesma quantidade – o musical de Damien Chazelle tem tudo para ser o campeão também de vitórias. E muito desse montante deverá vir das categorias técnicas, e entre elas a de Fotografia é uma das mais importantes. Ainda que esta seja a primeira indicação de Sandren, ele conquistou até agora o prêmio dos críticos de Austin, Central Ohio, Chicago, Dallas-Fort Worth, Florida, Houston, Las Vegas, Nevada, Carolina do Norte, Texas, Phoenix, St. Louis, Utah e Washington, além do Critics Choice Award. Habitual parceiro de David O. Russell, é responsável pelas imagens de filmes como Trapaça (2013) e Joy: O Nome do Sucesso (2015), e pela onírica Los Angeles que criou dessa vez, alternando a suavidade dos sonhos com a dureza da rotina diária, tem tudo para conquistar sua primeira vitória.
TORCIDA: Bradford Young, por A Chegada
Dos cinco indicados, apenas dois – La La Land e este A Chegada – já foram exibidos nos cinemas brasileiros. Portanto, não fica muito difícil escolher para quem torcer. E se o favorito já está com uma das mãos na cobiçada estatueta, vamos então destacar os pontos fortes do seu principal concorrente. Em um ano em que os artistas afrodescendentes estão, enfim, obtendo um merecido – ainda que tardio – reconhecimento, seria bonito ver o negro Bradford conquistando essa glória. Diretor de fotografia de filmes engajados como Selma: Uma Luta Pela Igualdade (2014) e Libertem Angela Davis (2012), ao lado do canadense Denis Villeneuve ele criou uma Terra dominada pela visão da protagonista interpretada por Amy Adams, que vai da desilusão e desânimo à euforia e resignação à medida que vai revelando os mistérios por trás dos alienígenas que estão visitando o nosso planeta. E muito do motivo dos espectadores embarcarem junto com ela nessa jornada está nas mãos – e no incrível talento – deste fotógrafo.
AZARÃO: Greig Fraser, por Lion: Uma Jornada para Casa
Os cinco indicados desta categoria são exatamente os mesmos cinco que concorreram a Melhor Direção de Fotografia de 2016 na premiação do Sindicato dos Diretores de Fotografia de Hollywood. E quem foi o reconhecido pela associação? Greig Fraser! Lion pode estar correndo por fora em todas as seis categorias a que foi indicado, mas talvez esta seja a que tem mais chances de vitória, justamente por esse importante empurrão recebido por quem mais entende do assunto. Indicado também ao Bafta, foi responsável ainda no último ano pelas imagens de um dos maiores campeões de bilheteria da temporada – Rogue One: Uma História Star Wars (2016) – e toda essa popularidade, certamente, não irá lhe fazer nenhum mal.
ESQUECIDO: Seamus McGarvey, por Animais Noturnos
Indicado por este trabalho ao Bafta – o Oscar da Inglaterra – e ao Critics Choice Awards – a maior premiação da crítica norte-americana, McGarvey conta com duas indicações prévias ao Oscar: por Desejo e Reparação (2007) e por Anna Karenina (2012) – ambos tão impressionantes que poderiam, tranquilamente, ter lhe rendido a cobiçada estatueta dourada. Não foi o caso, no entanto, e nem será agora, pois, apesar da elaborada composição que construiu para o thriller dirigido por Tom Ford, em que transita por diferentes linhas temporais e narrativas – parte é o que de fato está acontecendo na trama, enquanto que a outra é uma ficção imaginada pela protagonista a partir de um livro que está lendo – com impressionante competência, fazendo uso de cores e enquadramentos bastante marcados, porém, ainda assim discretos, que não chamam atenção para si, mas, sim, para a história que está sendo contada, sem nunca permitir que o espectador se confunda. Um jogo arriscado, do qual se sai com louvor e que justificaria com tranquilidade sua inclusão nessa categoria.
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