Uma recordista em indicações, cinco premiados em edições anteriores e quatro novatos – sendo que uma delas está fazendo história! Esses são os dez compositores indicados Oscar 2018 na categoria de Melhor Canção Original. Aqui é importante fazer essa ressalva: quem concorre são os autores da música, e não seus intérpretes. É por isso que Andra Day, Natalia Lafourcade, Keala Settle ou os atores Gael García Bernal e Benjamin Bratt não estão entre os indicados. Apenas Sufjan Stevens e Mary J. Blige, além da composição, também emprestaram suas vozes às canções finalistas. E estão representando longas importantes. Dois deles receberam aqui suas únicas lembranças à festa deste ano, temos um concorrente ao prêmio máximo de Melhor Filme, outro é favorito na categoria de Longa de Animação e, por fim, temos um épico familiar que levou Blige, até então uma cantora de sucesso, a entrar com o pé direito no universo cinematográfico. E quais as chances de cada um deles? Confira as nossas análises, e façam as suas apostas!
Indicadas
- Mighty River, de Mary J. Blige, Raphael Saadiq e Taura Stinson (Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi)
- The Mystery of Love, de Sufjan Stevens (Me Chame Pelo Seu Nome)
- Remember Me, de Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez (Viva: A Vida é uma Festa)
- Stand Up for Something, de Common e Diane Warren (Marshall)
- This Is Me, de Benj Pasek e Justin Paul (O Rei do Show)
FAVORITA: Remember Me, de Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez (Viva: A Vida é uma Festa)
Kristen Anderson e Robert Lopez ganharam, neste ano, o Critics Choice Awards e os prêmios dos críticos de Denver, Houston, Iowa, Phoenix e Las Vegas. E foram indicados também ao Globo de Ouro, ao International Online Cinema Awards, ao Online Film & Television e ao Awards Circuit Community Awards. Depois de terem ganhado praticamente tudo com Let it Go, canção-tema de Frozen: Uma Aventura Congelante (2013) – inclusive o Oscar – eles marcam presença novamente na maior festa do cinema mundial embalados pelo sucesso do filme e também pela força que as produções com o selo Disney de qualidade geralmente demonstram nesta categoria. Mas que fique claro: a disputa não vai ser fácil.
TORCIDA: This Is Me, de Benj Pasek e Justin Paul (O Rei do Show)
Vencedores do Oscar por City of Stars, canção-tema de La La Land: Cantando Estações (2016), essa dupla volta à premiação da Academia pelo segundo ano consecutivo. Mas será que vão repetir o mesmo sucesso? Mais do que merecem, pois O Rei do Show é um musical completamente original, e eles compuseram todas as canções presentes no filme especialmente para a produção. Aliás, muitas outras também poderiam ter sido lembradas – The Greatest Show, Come Alive ou Rewrite the Stars são tão belas quanto, senão superiores. Mas os realizadores preferiram concentrar seus esforços em This is Me, e parece estar dando certo: já ganharam o Globo de Ouro e concorreram ao Critics Choice, críticos de Denver e Online Film & Television Awards. Além de representarem a única indicação que o filme recebeu – um sucesso que já arrecadou quase US$ 300 milhões nas bilheterias de todo o mundo.
MERECE: The Mystery of Love, de Sufjan Stevens (Me Chame Pelo Seu Nome)
Esta é a primeira indicação do músico Sufjan Stevens, responsável por composições presentes em filmes como Pequena Miss Sunshine (2006) ou a série fenômeno de audiência This Is Us (2016). Todo mundo esperava que Me Chame Pelo seu Nome ganhasse mais indicações – Direção e Ator Coadjuvante, no mínimo – mas teve de se contentar com apenas quatro lembranças. E esta pode representar uma das suas poucas chances reais de vitória. Indicado ao Critics Choice Awards, ao Awards Circuit Community, ao International Online Cinema Awards, ao Online Film & Television Awards e às premiações dos críticos de Denver, Phoenix e Iowa, tem tido uma presença discreta nessa temporada. Mas basta assistir ao filme para perceber a sua força. E que boa surpresa seria a sua vitória!
AZARÃO: Mighty River, de Mary J. Blige, Raphael Saadiq e Taura Stinson (Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi)
Mary J. Blige é a primeira mulher negra a receber duas indicações ao Oscar num mesmo ano: além marcar presença como compositora, ela também disputa na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante. Em ambos os casos, suas chances de vitória são mínimas, figurando mais como aquela que até pode surpreender, mas na qual ninguém aposta suas fichas. Indicada ao Globo de Ouro, ao Awards Circuit Community, ao Black Reel Awards e ao prêmio dos críticos de Phoenix, tem aqui sua grande chance sob os holofotes da mídia de ser ouvida. Porém, reconhecida com o ouro é um outro passo, talvez longe demais de acordo com o cenário deste ano.
CONVIDADA VIP: Stand Up for Something, de Common e Diane Warren (Marshall)
Diane Warren é uma das maiores perdedoras da história do Oscar – esta é sua nona indicação (!), e segue sem vitória. Não ganhou com Celine Dion cantando Because You Loved Me (Íntimo e Pessoal, 1996), ou com o Aerosmith entoando I Don’t Want to Miss a Thing (Armageddon, 1998), com Gloria Estefan e N*Sync defendendo Music of My Heart (Música do Coração, 1999) e nem com Lady Gaga como parceira em Till It Happens to You (The Hunting Ground, 2015), apenas para citarmos as composições mais populares. Será que ao lado de Common (Lonnie R. Lynn) – ele próprio já premiado, por Glory, de Selma: Uma Luta Pela Igualdade (2014), aqui em sua segunda indicação – talvez ela consiga, enfim, um resultado positivo? Pouco provável. Stand up for Something foi indicada ao Black Reel Awards, ao Critics Choice, ao Satellite e até ao Grammy (perdeu para How Far I’ll Go, de Moana: Um Mar de Aventuras, 2016), porém sem nenhuma vitória. Para constar: essa é a única indicação ao Oscar do drama de tribunal Marshall.
ESQUECIDA: Evermore, de Alan Menken e Tim Rice (A Bela e a Fera)
Realmente, essa ausência causou surpresa não apenas aqui, mas também entre as finalistas do Globo de Ouro. Afinal, a composição original, feita especialmente para essa adaptação live-action – que se revelou um dos maiores sucessos do ano, com mais de US$ 1,2 bilhão nas bilheterias de todo o mundo – concorreu ao Critics Choice Awards e aos prêmios das associações de críticos de Denver, Houston, Iowa e Phoenix, além do International Online Cinema Awards e do Online Film & Television Awards. Sem falar que seria uma excelente oportunidade de reconhecer, mais uma vez, o talento do compositor Alan Menken, já dono de 8 Oscars, inclusive por Beauty and the Beast, tema clássico da animação A Bela e a Fera (1991). Tim Rice também é um antigo parceiro da Disney, vencedor de 3 Oscars, sendo dois por trabalhos com a companhia: Aladdin (1992) – canção A Whole New World – e O Rei Leão (1994) – canção Can You Feel The Love Tonight.
:: Confira aqui as nossas análises das demais categorias ::
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