Esta categoria é uma daquelas que entram na seara do “tanto faz” para quem só acompanha o Oscar em busca das estrelas do momento. Afinal, os indicados aqui não têm nada a ver com os concorrentes de Melhor Longa de Animação (tirando um estúdio ou artista que pode estar concorrendo duplamente) e, menos ainda, com os pleitadores das categorias “mais importantes”, como Melhor Filme e afins. Porém, fazer animação, seja em Hollywood ou fora dela, não é uma tarefa fácil. Por isso, é importante esse reconhecimento por parte da Academia. Além de sempre ter uma boa gama de títulos ótimos para conferir, seja de novos ou velhos talentos. Uma curiosidade é que neste ano, mesmo com a presença da Pixar, todos são novatos no Oscar, com suas primeiras indicações. Tem até um astro do basquete concorrendo! Pena que o esnobado da vez poderia já causar uma comoção ao vencer… é a vida. Então, falemos das chances de cada um. E que vença o melhor!
Indicados
- Dear Basketball (Glen Keane e Kobe Bryant)
- Garden Party (Victor Caire e Gabriel Grapperon)
- Lou (Dave Mullins e Dana Murray)
- Negative Space (Max Porter e Ru Kuwahata)
- Revolting Rhymes (Jakob Schuh e Jan Lachauer)
FAVORITO: Dear Basketball (Glen Keane e Kobe Bryant)
Produzido e escrito pelo ex-jogador norte-americano de basquete Kobe Bryant, com a parceria do animador Glen Keane, que trabalhou em várias produções da Disney como A Bela e a Fera (1991), Tarzan (1999) e Enrolados (2010), este curta venceu o Annie Awards, além World Animation Celebration do ano passado. Se, por um lado, o belo trabalho realizado por um ídolo norte-americano é peça-chave de vitória aqui, por outro, o fato de seu parceiro, Keane, ter sido acusado de estupro (ainda mais num ano em que vários depoimentos do gênero foram levantados em Hollywood) pode atrapalhar esse favoritismo. A vitória tende a ser polêmica.
LADRÃO DE CENA: Garden Party (Victor Caire e Gabriel Grapperon)
Os franceses aqui tem um belo histórico para chegar chegando, balançando a zorra toda: já têm oito prêmios, a maior parte em festivais que privilegiam histórias de horror e cinema fantástico, como o português Fantasporto, além de quatro outras indicações. Ou seja, é o mais premiado dos cinco indicados. Curiosidade: apesar de só dois nomes de realizadores constarem na lista do Oscar, o curta tem seis diretores. A maioria deles, estreantes, tanto no prêmio da Academia quanto no cargo. Será que a qualidade e o número de troféus mundo afora pode falar mais alto que astros consagrados dos EUA? Eis a dúvida para a grande noite da Academia.
TORCIDA: Negative Space (Max Porter e Ru Kuwahata)
A animação francesa, falada em inglês, tem aquela técnica que poucos sabem usar com maestria: o stop-motion. Indicado ao Annie e com apenas cinco minutos de duração (o mais curto dos concorrentes), Negative SpaceI talvez não pegue para quem gosta de algo mais leve e colorido. Aqui, a história é nostálgica e termina em morte. Sem assassinatos, mas de uma forma triste e melancólica. Talvez o mais adulto de seus concorrentes. Pena que parece estar um pouco deixado de lado.
LONGO DEMAIS? Revolting Rhymes (Jakob Schuh e Jan Lachauer)
Este filme é realizado por um estúdio sul-africano que já venceu o Annie na categoria de Melhor Produção Especial de Animação, batendo produções como Enrolados Outra Vez e Olaf em uma Nova Aventura Congelante de Frozen. Detalhe: é o curta com maior duração de todos os concorrentes, com 29 minutos. A soma dos outros quatro nem chega a esse número. Será que pode ser um empecilho para a academia? Qualidade tem, só falta os votantes assistirem.
AZARÃO: Lou (Dave Mullins e Dana Murray)
Esta animação da Pixar só foi lembrada em outros dois prêmios, mas ignorada no Annie Awards – sequer foi indicada. Será que a história do simpático monstro escondido em uma caixa de papelão não agradou os votantes? No entanto, o estúdio não tem nada a reclamar. Já vai levar o Oscar de Animação em Longa-Metragem. Deixa este para o pessoal que está começando. Mas não duvide se a força do estúdio, onipresente na categoria, falar mais alto.
ESQUECIDO: In a Heartbeat (Esteban Bravo e Beth David)
No meio do ano passado, um curta-metragem de animação viralizou na internet. A história de um menino gay que se descobre apaixonado por um coleguinha da escola foi tão bem feita, com um tema tão sensível e atual, que conquistou o mundo todo. Até hoje, foram quase 35 milhões de visualizações no YouTube. Uma pena que, mesmo entrando para a pré-lista final dos indicados, esta produção tão primorosa tenha ficado de fora. Se estivesse na disputa, certamente seria pra ganhar. Ainda conferiria um pouco mais de visibilidade para uma categoria, injustamente, tão relegada a “aquelas que enchem o tempo do Oscar”, como muitos falam.
:: Confira aqui as nossas análises das demais categorias ::
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