Essa tem sido a categoria que mais sugere aposta segura no Oscar deste ano. Dos cinco longas-metragens concorrentes, apenas um está lembrado também como Melhor Filme. Quer mais? Os indicados aqui são os mesmos do Sindicato dos Roteiristas que, justamente, já premiou o favorito absoluto em sua cerimônia há poucos dias. E não que os outros não tenham qualidades para levar também, mas seria uma surpresa. Não maior, claro, que a de certo mutante invocado e com garras de adamantium aparecendo na festa. Vamos aos indicados?
Indicados
- Me Chame Pelo Seu Nome (James Ivory)
- Artista do Desastre (Scott Neustadter e Michael H. Weber)
- Logan (James Mangold, Michael Green e Scott Frank)
- A Grande Jogada (Aaron Sorkin)
- Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi (Dee Rees e Virgil Williams)
FAVORITO ABSOLUTO E NÃO HÁ QUEM TIRE ESTE POSTO: Me Chame Pelo Seu Nome (James Ivory)
James Ivory está em sua quarta indicação ao Oscar. Curiosamente, a primeira nesta categoria. Antes ele concorreu a Melhor Direção por Uma Janela para o Amor (1985), Retorno a Howards End (1992) e Vestígios do Dia (1993). Será que esse hiato de mais de duas décadas sem participar da festa vai ser encerrado com chave de ouro? Os prognósticos são mais que favoráveis. Dos cinco indicados, Me Chame Pelo Seu Nome é o único que também concorre a Melhor Filme, o que já é um belo termômetro. Além disso, a adaptação do romance de André Aciman venceu o Critics Choice Awards e a maioria dos outros prêmios da crítica norte-americana, está indicado ao BAFTA e, principalmente, levou o ouro no Sindicato dos Roteiristas. Só prepara o discurso, Ivory!
SE LEVAR, FICO FELIZ: Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi (Dee Rees e Virgil Williams)
O longa de Dee Rees foi um dos mais injustiçados da temporada. Depois de ser exibido com furor em festivais, logo passou a ser deixado de lado. Muito pelo preconceito que ainda existe com filmes lançados em streaming. O tema forte do racismo aliado a um texto ainda mais conciso sobre o assunto foi uma das mais agradáveis surpresas de assistir nas telas. Não teve grandes prêmios, talvez apenas o reconhecimento da Academia, o que já é alguma coisa. Então, se a dupla aí subir ao palco para tirar o troféu de James Ivory, vai ter um sorriso no rosto aqui, ainda que as chances sejam as de um azarão.
PERDE ATÉ O RUMO DE CASA (POR CULPA DO FRANCO): Artista do Desastre (Scott Neustadter e Michael H. Weber)
É… essa dupla realizou um belo trabalho na maluca história do pior filme do mundo e foi laureada na mesma categoria no National Board of Review. Porém, as denúncias contra James Franco, em plena era de discussão sobre assédio, fizeram o longa perder força e, principalmente, simpatia. Então, sem mais delongas: não vai ser dessa vez, guris!
TÃO ECLIPSADO QUE A GENTE MAL LEMBRA: A Grande Jogada (Aaron Sorkin)
Esta é a terceira indicação de Aaron Sorkin, que já levou o ouro em sua primeira vez, pelo trabalho em A Rede Social (2010). O incansável roteirista, que se divide entre TV e cinema com afinco no texto, além de escrever, também dirigiu um longa-metragem pela primeira vez justamente com esta produção estrelada por Jessica Chastain. Porém, apesar de ter sido lembrado em tudo, só ganhou um prêmio, o dos críticos da Carolina do Norte. Será que mesmo assim leva? Difícil, já que o filme está cada vez mais apagado no circuito.
SURPRESA MUTANTE: Logan (James Mangold, Michael Green e Scott Frank)
Que coisa bem boa ver um belo filme julgado por suas qualidades e não por pertencer a este ou aquele gênero. Logan pode ser uma produção de super-heróis baseada em história em quadrinhos, mas sua trama é tão forte que vai além de uma simplória classificação como esta. Misturando road movie com um clima noir, aqui se tem cinema de verdade, devidamente reconhecido. Provavelmente não vai levar algo, mas só pela Academia quebrar o preconceito com “filmes de gibis” já é um grande avanço. Ainda mais com um filmaço desses.
ESQUECIDO (E VÁ ENTENDER PORQUE): Blade Runner 2049 (Hampton Fancher, Michael Green)
Oras, gente. O filme pode até ter sido um fracasso comercial, mas suas qualidades vão muito além disso. Talvez, justamente, por não ser um blockbuster convencional e que, sim, preza por sua história, seu texto. Ainda mais por se tratar de uma continuação tardia de três décadas, respeitando ideias originais e desenvolvendo-as da melhor forma possível nesse futuro. Se fossemos por outro caminho, daria até pra lembrar de Jack Thorne, Steve Conrad e Stephen Chbosky, trio que conseguiur transformar o que poderia ser piegas em algo bem humano e o mais realista possível por conta de Extraordinário. E não, não concordo que Sofia Coppola merecesse estar aqui depois daquela adaptação asséptica de O Estranho que Nós Amamos.
:: Confira aqui as nossas análises das demais categorias ::
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