Quase todos os nove profissionais indicados nesta categoria estão concorrendo ao Oscar pela primeira vez. A exceção é a dupla Alison Snowden e David Fine, de Comportamento Animal, que já foi, inclusive, premiada, pelo curta Bob’s Birthday (1994). Entre os demais, é curioso perceber que dois desses títulos foram realizados por mulheres – Bao e Fim de Tarde, o que evidencia a força crescente do talento feminino na área. E também o fim da concentração norte-americana – três realizadores são asiáticos e outros três são canadenses! Quando será que teremos outros brasileiros, além do cineasta carioca Carlos Saldanha – que disputou essa categoria por Gone Nutty (2002) –, também na disputa? Bom, enquanto isso não acontece, quem são os favoritos, os que nem deveriam estar por aqui e quais foram esnobados? Confira as nossas apostas!
Indicados
Weekends, de Trevor Jimenez
Premiado como Melhor Curta – pelo Júri Oficial e pelo Júri Popular – no Festival de Annecy, o mais importante da animação em todo o mundo, Weekends foi eleito também o melhor curta no Annie Awards, o ‘Oscar’ da animação. Além disso, foi premiado também nos festivais de Chicago, Fairhope, Fargo, Los Angeles, Nashville, Oaxaca, River Run, São Francisco, San Jose, Santa Fé e Varsóvia, entre outras seleções. Dirigido e escrito por Trevor Jimenez – que trabalhou nas equipes de Procurando Dory (2016) e Viva: A Vida é uma Festa (2017) – o curta conta a história de um garoto dividido entre dois mundos após a separação dos pais.
Bao, de Domee Shi, Becky Neiman
Indicado ao International Online Cinema Awards e selecionado para o Festival de Tribeca, Bao é um dos dois concorrentes dessa categoria que não foi premiado em lugar nenhum antes de chegar ao Oscar. O que o coloca na posição de ‘azarão’, portanto? O selo Disney/Pixar. Afinal, este é, muito provavelmente, o mais visto dos curtas concorrentes da seleção – ele foi o único a ser exibido nos cinemas, antes das sessões de Os Incríveis 2! Domee Shi trabalhou nas equipes de Divertida Mente (2015) e O Bom Dinossauro (2015), enquanto Becky Neiman esteve no time de Ratatouille (2007), Wall-E (2008) e Up: Altas Aventuras (2009), entre outros. Ou seja, contatos as duas possuem de sobra. Será o suficiente para garantir a vitória?
Comportamento Animal, de Alison Snowden, David Fine
Assim como Bao, o curta de Alison Snowden e David Fine também não ganhou absolutamente nada nessa temporada de premiações. E mesmo que seus realizadores já possuam um Oscar na estante, ter sido exibido nos festivais de Toronto e de Vila do Conde, em Portugal, não garante o prestígio suficiente para fazer desse um concorrente que deve ser levado a sério. A impressão é que a escolha para estar entre os finalistas foi impulsionada mais pelo prestígio dos cineastas do que pela qualidade do trabalho apresentado. Afinal, como podemos ver logo abaixo, entre os deixados de fora haviam títulos bem mais qualificados para essa disputa.
Pepe: A Morsa, de Lucrèce Andreae, e Lost & Found, de Andrew Goldsmith, Bradley Slabe
Dos 81 curtas inscritos para essa categoria, apenas 10 foram pré-selecionados. Acabaram de fora o francês Pepe: A Morsa, o australiano Lost & Found e os norte-americanos Era da Navegação, Bilby e Bird Karma. Destes, o único premiado no Annie foi Era da Navegação, mas como Design de Produção, além de ter tido outras três indicações: Realidade Virtual, Animação de Personagem e Animação de Personagem. Ou seja, não chegou a concorrer na categoria de Melhor Curta de Animação, mérito de Pepe: A Morsa e de Lost & Found. Qualquer um dos dois, portanto, se encaixaria bem na classificação de “esnobado do ano”. Pepe: A Morsa, por exemplo, ganhou o César (o Oscar francês), enquanto Lost & Found foi premiado pela Academia de Cinema e Televisão da Austrália, pelo Sindicato dos Roteiristas Australianos e nos festivais de Austin e de Sydney.
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