De todos os filmes indicados ao Oscar 2019 em suas 24 categorias, talvez nenhum tenha rendido tanta polêmica quanto o curta inglês Detainment, de Vincent Lambe – até abaixo-assinado apoiado por milhares de pessoas ao redor do mundo foi feito, pedindo que o filme tivesse sua indicação anulada! E isso porque se trata da versão ficcional de um episódio real bastante trágico, quando, em 1993, dois garotos de 10 anos de idade sequestraram e assassinaram um bebê de apenas dois anos! A controvérsia pode ter acabado com as chances da produção – premiada no Irish Screen e nos festivais de Cannes Lions, Kerry, Krakow, Odense e Winchester – mas serviu para chamar a atenção a uma disputa que geralmente é colocada em segundo plano na premiação. E entre os demais, quais as chances de cada um? Confira as nossas apostas!
Indicados
- Detainment, de Vincent Lambe
- Fauve, de Jeremy Comte
- Marguerite, de Marianne Farley
- Madre, de Rodrigo Sorogoyen
- Skin, de Guy Nattiv
FAVORITO
Marguerite, de Marianne Farley
Com nada menos do que 19 prêmios no currículo, o curta escrito e dirigido por Marianne Farley, estrelado por Béatrice Picard e Sandrine Bisson, conta a história da relação que surge entre uma senhora de idade avançada e a enfermeira que toma conta dela, e como essa amizade irá ajudar a protagonista a fazer as pazes com o próprio passado. A temática LGBT o selecionou para diversos festivais do gênero ao redor do mundo, e em todos saiu premiado, como no Mix Brasil, FilmOut San Diego, KASHISH Mumbai, LesGaiCineMad Madrid, Milan Gay and Lesbian, North Carolina Gay and Lesbian, Tampa, Seattle Queer e Zinegoak Bilbao GLT, entre outros. É, provavelmente, dentre os concorrentes, também aquele com a história mais humana e, por isso mesmo, universal.
AZARÃO
Fauve, de Jeremy Comte
Exibido na programação no My French Film Festival 2019 – confira a nossa crítica aqui – Fauve narra o jogo de poder que se estabelece entre dois meninos e uma mina de superfície, tendo como único observador ninguém menos que a Mãe Natureza. Produção canadense escrita e dirigida por Jeremy Comte, foi premiada em Sundance e nos festivais de Toronto, Vancouver, Viena, Rhode Island, Quebec, Palm Springs, Oldenburg, Minneapolis, Melbourne, Cleveland, Calgary e Aspen, entre outros. A ambientação infantil e a temática altamente urgente oferecem nesse curta uma combinação quase irresistível, que conta com muitos admiradores que podem fazer a diferença na hora de abrir o envelope com o nome do vencedor.
SEM CHANCE
Madre, de Rodrigo Sorogoyen
O espanhol Madre ganhou o Goya, o José María Forqué e o Madrid Short Film Week, além de ter sido premiado também nos festivais de Málaga, Miami, Cortada e Alcalá, além do Anatomy Crime and Horror Film Festival. Talvez pela temática bastante específica, que não deve agradar a todos, possa tanto adquirir admiradores empolgados como detratores fervorosos. Ou seja, é mais ou menos na linha do “ame ou odeie”. Em cena, uma mulher que está em casa com a própria mãe, na Espanha, recebe uma ligação do filho de apenas seis anos, que está na França com o pai. Pelo telefone, o garoto pede ajuda, e com isso um pesadelo tem início. Para estômagos fortes, mas que, uma vez vencido os 19 minutos de projeção, deverão ser devidamente recompensados.
ESQUECIDO
Wale, de Barnaby Blackburn
Dos 140 curtas elegíveis nessa categoria, apenas dez foram pré-selecionados. Destes, ficaram de fora da seleção final o norte-americano Caroline, o húngaro Chuchotage, os belgas Icarus e May Day e o inglês Wale. Como este último foi indicado ao Bafta, ele facilmente desponta com o injustiçado pela Academia de Hollywood. Escrito e dirigido por Barnaby Blackburn, conta a história de um jovem de 18 anos que tenta esquecer de seu passado como infrator e se estabelecer como mecânico. Mas tal empreitada será possível para um garoto negro com antecedentes criminais? Foi premiado nos festivais de Aesthetica, BenfFilm, Atlanta, Dances with Films, Manchester e Urbanworld.
:: Confira aqui tudo sobre o Oscar 2019 ::
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