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Oscar 2019 :: Melhor Figurino

Publicado por
Robledo Milani

A premiação do sindicato da classe, o Costume Designers Guild Awards, é dividida, entre os concorrentes de Cinema, em três categorias: Filme de Época, Filme de Fantasia e Filme Contemporâneo. Já o Oscar, no entanto, parece dar atenção apenas aos títulos do primeiro gênero, raramente abrindo uma que outra exceção. Neste ano, temos Pantera Negra – premiado no CDGA como Fantasia – como o “estranho no ninho”, já que todos os demais se encaixariam entre os de Época. E os Contemporâneos, onde foram parar? Ou seja, é fácil imaginar quem foi esnobado nessa seleção, mas apontar o favorito parece ser um pouco mais complicado: será que os votantes da Academia se esforçarão para manter essa antiga tradição de apenas olhar para trás, ou começarão, enfim, a dar um passo adiante? Confira as nossas apostas!

Indicados

 

FAVORITO
A Favorita, de Sandy Powell
Concorrendo duplamente neste ano – são dela também os figurinos de O Retorno de Mary PoppinsSandy Powell já possui três estatuetas douradas em casa – por Shakespeare Apaixonado (1998), O Aviador (2004) e A Jovem Rainha Vitória (2009), num total de 14 indicações! Ela possui também 3 Baftas – e o mais recente foi neste ano, justamente por A Favorita – e um British Independent Film Award (também por A Favorita), além de ter ganhado neste ano ainda o prêmio do Costume Design Guild Awards, na categoria de Melhor Figurino em Filme de Época (subgênero que costuma funcionar melhor entre os votantes da Academia). Nesta temporada ela levou também os troféus do Hollywood Film Awards e do Satellite, além das premiações dos críticos de Las Vegas, Phoenix e San Diego. É fato, no entanto, que o perfil do Oscar tem mudado bastante nos últimos anos. E se essa tendência persistir, será que, enfim, chegou a vez daquela que estamos apostando como “azarão”?

 

AZARÃO
Pantera Negra, de Ruth E. Carter
Em sua terceira indicação ao Oscar – concorreu antes por Malcolm X (1992) e por Amistad (1997) – Ruth E. Carter é, ao lado de Octavia Spencer e Viola Davis, a artista negra que mais vezes foi indicada pela Academia. A diferença dela, em relação às duas atrizes, é que Carter ainda não ganhou sua estatueta – o que pode mudar neste ano. Tanto é que foi a grande homenageada do 21o Costume Designers Guild Awards pelo conjunto de sua obra – entre seus trabalhos estão, também, os figurinos da minissérie Raízes (2016), indicada ao Emmy, e do drama Selma: Uma Luta pela Igualdade (2014), igualmente indicado ao prêmio do CDGA. O que mudou é que, por Pantera Negra, ela ganhou também o troféu do sindicato na categoria competitiva (melhor figurino em filme de fantasia), além de ter sido premiada no Critics Choice, no Awards Circuit Community, no Black Reel, no International Online Cinema Awards, no Online Film & Television Association e na premiação dos críticos de Seattle. Se o preconceito contra produções de temática fantástica for, enfim, deixado de lado, tudo parece estar conspirando a seu favor.

 

SEM CHANCES
The Ballad of Buster Scruggs, de Mary Zophres
Em sua terceira indicação ao Oscar – concorreu antes por Bravura Indômita (2010) e La La Land: Cantando Estações (2016) – Mary Zophres foi a grande surpresa entre as finalistas deste ano. Afinal, antes da Academia revelar seus indicados, ela havia sido selecionada entre as melhores da temporada apenas junto aos críticos de San Diego e no Bafta, sem vitória ‘nem lá, nem cá’, no entanto. Distribuído pela Netflix, The Ballad of Buster Scruggs nem chegou a ser exibido nos cinemas, mas garantiu três indicações – concorre ainda a Roteiro Adaptado e Canção Original – muito pelo prestígio dos realizadores Joel e Ethan Coen. Ou seja, são velhos conhecidos de talento mais que comprovado – e Zophres é uma antiga parceira deles. Mas não será dessa vez que ela, enfim, conseguirá colocar as mãos na cobiçada estatueta dourada.

 

ESQUECIDO
Podres de Ricos, de Mary E. Vogt
Infiltrado na Klan e Bohemian Rhapsody concorreram como Filme de Época, mas Podres de Ricos sai um passo à frente entre os esnobados dessa categoria por ter ganhado como Melhor Figurino em Filme Contemporâneo na premiação do Costume Designergs Guild Awards. Tudo bem que essa subdivisão não costuma ter muita relevância junto aos votantes da Academia, mas o trabalho de Mary E. Vogt venceu concorrentes como Nasce uma Estrela, por exemplo. Sem falar que ela traz no currículo títulos marcantes, como Batman: O Retorno (1992) e a trilogia Homens de Preto, entre outros. Por Podres de Ricos, foi indicada também ao prêmio dos críticos de San Diego, ao Online Film & Television Association, ao Awards Circuit Community e ao International Online Cinema Awards. Ou seja, despertou a atenção de muita gente, e não seria nada mal ver um trabalho que não olhasse apenas para o passado, mas que também estivesse disposto a se conectar com os novos tempos, entre os finalistas.

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As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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