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Oscar 2019 :: Melhor Maquiagem e Cabelos

Publicado por
Robledo Milani

Das cinco categorias de cinema da premiação do Sindicato de Maquiadores e Cabeleireiros de Hollywood (Make-Up Artists & Hair Stylists Guild Awards), duas foram vencidas por Vice (as duas em que concorria, aliás). Duas Rainhas, também indicado ao Oscar, disputou duas categorias no sindicato, mas ganhou em apenas um. O sueco Border, no entanto, não ganhou – e nem concorreu – a nada. Outros filmes vencedores, como Nasce uma Estrela e Podres de Ricos, acabaram ficando de fora entre os selecionados pela Academia, na única categoria que conta apenas com três concorrentes. Mas seria justo apontar esses dois como os realmente esquecidos deste ano? Confira as nossas apostas.

Indicados

  • Border, de Göran Lundström, Pamela Goldammer
  • Duas Rainhas, de Jenny Shircore, Marc Pilcher, Jessica Brooks
  • Vice, de Greg Cannom, Kate Biscoe, Patricia DeHaney

 

FAVORITO
Vice, de Greg Cannom, Kate Biscoe e Patricia Dehaney
Premiado no Sindicato dos Maquiadores e Cabeleireiros de Hollywood como Melhor Maquiagem e Melhor Efeitos de Maquiagem, Vice parece ser o grande favorito nessa categoria. Vencedor do Critics Choice, foi indicado também ao Bafta – perdeu para A Favorita, que nem concorre aqui. Além de ser um filme de época – o que sempre conta nessas recriações históricas – o trabalho de Cabelo e, principalmente, Maquiagem foi fundamental para que a caracterização de Christian Bale como o protagonista Dick Cheney funcionasse tão bem. Tanto que a sátira do diretor Adam McKay conquistou oito indicações ao Oscar, e muito se deve, além do texto afiado e da condução precisa, ao impressionante visual de todo o elenco, que conta também com personificações assustadoras de Amy Adams (como Lynne Cheney) e Sam Rockwell (como o ex-presidente George W. Bush). Sem falar que, dos três concorrentes, esse é o único que concorre também a Melhor Filme – ou seja, foi o mais visto deles. Matemática simples, portanto.

 

AZARÃO
Duas Rainhas, de  Jenny Shircore, Marc Pilcher e Jessica Brooks
Filme que, durante sua produção, se anunciava como provável candidato aos prêmios mais disputados da cerimônia, Duas Rainhas acabou conquistando apenas duas indicações – esta e como Melhor Figurino. Jenny Shircore foi indicada ao Bafta, o longa concorreu nessa categoria também no Critics Choice, mas prêmio, de fato, veio apenas no Sindicato dos Maquiadores e Cabeleireiros de Hollywood, que o escolheu como o Melhor Design de Cabelos do ano – concorria também a Melhor Maquiagem, mas perdeu justamente para Vice. Ou seja, uma vitória não seria totalmente inesperada. Mas é melhor não colocar todas as fichas por aqui.

 

SEM CHANCES
Border, de Göran Lundström e Pamela Goldammer
Vencedores no Guldbagge Awards, a mais importante premiação do cinema sueco, Göran Lundström e Pamela Goldammer não foram lembrados por absolutamente nenhuma premiação regional, seja de críticos ou da indústria, nos Estados Unidos. Não é preciso dizer, portanto, qual foi a surpresa ao ver o drama fantástico Border entre os finalistas da Academia. Selecionado para o Festival de Cannes, de onde saiu premiado na mostra Um Certo Olhar, concorreu também como Melhor Filme, Direção, Atriz e Roteiro – e foi premiado como Melhores Efeitos Visuais – no European Film Awards, o Oscar do cinema europeu. Ou seja, não se trata de um título a ser descartado. Mas, ainda inédito no Brasil – e sem previsão de lançamento por aqui –, não parece ter muita força para transformar em ouro essa que foi sua única indicação – ainda mais por não estar figurando entre os finalistas na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Assim, ter chegado até aqui já aponta ter sido um feito e tanto. Ir além, no entanto, parece ser quase impossível.

 

ESQUECIDO
Pantera Negra, de Joel Harlow, Ken Diaz e Camille Friend
Muitos poderiam, tranquilamente, ocupar a quarta e quinta vaga desta categoria, para fechar os cinco indicados (que é o padrão para todas as outras 22 categorias da premiação – exceto a de Melhor Filme, que pode chegar até 10 finalistas, e nesse ano apresentou apenas 8 concorrentes). A Favorita, por exemplo, ganhou o Bafta. Nasce uma Estrela foi premiado pelo Sindicato como Melhor Maquiagem em Filme Contemporâneo, enquanto Podres de Ricos ganhou como Melhor Design de Cabelos em Filme Contemporâneo também no sindicato da categoria. Poucos, no entanto, parecem resumir tão bem todas essas classificações como a aventura Pantera Negra. Com duas indicações ao prêmio do sindicato – Maquiagem e Efeitos Especiais em Maquiagem, ambos em Filmes Históricos) – teve sua Maquiagem premiada pela Academia de Cinema de Fantasia, Ficção-Científica e Horror e ganhou o troféu da Awards Circuit Community, além de ter concorrido também ao Critics Choice. Ou seja, trabalho, nessa área, tem de sobra – e com excelência de destaque. Faltou uma maior percepção da Academia, infelizmente.

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As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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