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Oscar 2019 :: Melhor Montagem

Publicado por
Robledo Milani

Apenas dois destes cinco indicados foram premiados com o Eddie, o troféu concedido pelo American Cinema Editors, a sociedade dos editores de cinema dos Estados Unidos. Os vitoriosos foram Bohemian Rhapsody, que levou como Melhor Filme Dramático, e A Favorita, escolhido como Melhor Filme Cômico. Este venceu os concorrentes Vice e Green Book: O Guia (além de Deadpool 2 e Podres de Ricos, que não chegaram ao Oscar), enquanto o primeiro bateu Infiltrado na Klan (além de Nasce uma Estrela, O Primeiro Homem e Roma, também deixados de fora por aqui). Naturalmente, eles se colocam à frente dos demais, mas será tão simples assim? Afinal, nessa segunda fase da premiação todos os membros da Academia são convidados para votar – não apenas quem entende do assunto – e por isso nem sempre, em casos assim, dois mais dois é igual a quatro. Outros motivos, como apelo popular e detalhes não tão técnicos podem acabar convencendo os votantes. Quem se sairá melhor? Confira as nossas apostas!

Indicados

 

FAVORITO
John Ottman, por Bohemian Rhapsody
Parceiro habitual do diretor Bryan Singer, John Ottman deve ganhar seu primeiro Oscar – em sua primeira indicação – basicamente por uma sequência do filme: a apresentação do show no Live Aid, recriada quase à perfeição em Bohemian Rhapsody. A encenação da performance de Freddie Mercury e seus colegas do Queen é tão perfeita que deixou muita gente confusa, perguntando se o que estavam vendo era, de fato, encenação ou imagens documentais do verdadeiro espetáculo. É curioso, no entanto, apontar para essa vitória, pois normalmente a categoria de Montagem é bastante próxima à de Melhor Filme – quem ganha numa acaba levando na outra na maioria das vezes. No entanto, Bohemian Rhapsody, mesmo sendo um dos mais fracos concorrentes ao principal prêmio do ano, aqui reencontra suas forças, o que deve, enfim, levá-lo ao ouro.

 

AZARÃO
Yorgos Mavropsaridis, por A Favorita
Com 10 indicações ao Oscar, dificilmente A Favorita sairá de mãos abanando da festa deste ano, e esta pode tranquilamente ser uma das suas vitórias. Já premiado pelo American Cinema Editors, o grego Yorgos Mavropsaridis está em sua primeira indicação. Ele, que sempre trabalhou ao lado do diretor Yorgos Lanthimos, foi indicado também ao Bafta, ao British Independent e ao Critics Choice, além de ter sido finalista nas premiações dos críticos de Washington, Seattle, São Francisco, San Diego, Central Ohio e Los Angeles. Ou seja, é sempre lembrado, porém (quase) nunca reconhecido. Será que está será a sua chance de virada?

 

SEM CHANCES
Patrick J. Don Vito, por Green Book: O Guia
Em quase trinta anos atuando em Hollywood, Patrick J. Don Vito tem no seu currículo filmes como Segurança Nacional (2003), Os Aloprados (2008) e Uma Boa e Velha Orgia (2011). Ou seja, não é surpresa alguma perceber que sua primeira indicação ao Oscar tenha vindo somente agora, com Green Book: O Guia. Tanto é que, além de ter concorrido também ao American Cinema Editors, ele só foi lembrado pelos críticos de San Diego – e em mais nenhum lugar! Ao superar concorrentes muito mais tarimbados, como Nasce uma Estrela e Roma (ambos também finalistas ao prêmio de Melhor Filme), ou outros de trabalhos muito mais elaborados (como O Primeiro Homem ou The Ballad of Buster Scruggs, dos irmãos Joel e Ethan Coen) ele deixou muita gente de queixo caído. Porém, assim como já foi um feito e tanto ter chegado até aqui, é muito improvável que consigo ir além desse ponto.

 

ESQUECIDOS
Alfonso Cuarón e Adam Gough, por Roma
Como assim? Roma não está indicado ao Oscar de Melhor Montagem? O mais forte candidato ao prêmio de Melhor Filme não está nem entre as cinco melhores montagens do ano? Por mais que se pense a respeito, simplesmente não há lógica que sustente essa exclusão. Talvez tenha sido motivada por birra, só para não oferecer mais uma indicação ao cineasta Alfonso Cuarón – que já concorre como produtor, diretor, diretor de fotografia e roteirista (sem falar na categoria de Filme Estrangeiro, somando inacreditáveis cinco indicações num único ano). Por este trabalho, Cuarón e Adam Gough foram indicados ao Critics Choice, ao Bafta e ao Eddie, além de terem sido premiados no Satellite, pela Aliança de Mulheres Jornalistas de Cinema, pelos críticos de Chicago, Las Vegas e New Mexico e lembrados pelos críticos de Central Ohio, Seattle, St. Louis, Washington, São Francisco e Los Angeles. Ou seja, uma esnobada como essa não faz o menor sentido.

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As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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