Dos cinco indicados nesta categoria, temos quatro que concorreram também ao prêmio do Sindicato dos Roteiristas de Hollywood – o Writers Guild of America Awards. E o quinto? Uma verdadeira surpresa, porém vinda de dois veteranos campeões de indicações – ou seja, a presença deles pode até ter levantado algumas dúvidas, mas não deixou ninguém sem sono. E entre os demais, temos somente dois concorrentes que estão também na disputa mais acirrada da premiação, a de Melhor Filme. Será que eles saem na frente dos demais, portanto? Mais ou menos. Afinal, nessa hora não apenas títulos de sucesso é que pesam, mas também nomes e contatos que podem acabar fazendo a diferença. Confira as nossas apostas!
Indicados
Infiltrado na Klan, de Charlie Wachtel, David Rabinowitz, Kevin Willmott, Spike Lee
Neste ano, Spike Lee chegou à sua quinta indicação ao Oscar, porém sem nenhuma vitória anterior. E se nas categorias de Melhor Filme e Direção suas chances são mínimas, será que irão permitir que o veterano cineasta saia da festa de mãos abanando, ainda mais quando há uma terceira oportunidade muito apropriada para, enfim, reconhecer o seu estimado talento? Ou seja, parece ser tanto o caso de conjunto da obra como, também, de méritos próprios do trabalho apresentado. Tanto é que Infiltrado na Klan foi venceu essa categoria no Bafta e nas premiações dos críticos afro-americanos, de Central Ohio, Georgia, Kansas, São Francisco, Southeastern, St. Louis e Denver, além de ter concorrido ao Critics Choice e aos prêmios dos críticos de Chicago, Florida, Carolina do Norte, Phoenix e Washington, além do Sindicato dos Roteiristas de Hollywood. Seu favoritismo só não é 100% garantido por não ter ganhado esse último. Mas como a votação da Academia é muito mais ampla – e conta não apenas com profissionais da mesma área, mas de todas as profissões ligadas à indústria cinematográfica, é bem razoável que o nome de Spike Lee acabe falando mais alto!
Poderia Me Perdoar?, de Nicole Holofcener, Jeff Whitty
A vitória de Nicole Holofcener e Jeff Whitty na premiação do Sindicato dos Roteiristas de Hollywood pegou muita gente desprevenida, ainda mais por terem vencido três indicados a Melhor Filme – Infiltrado na Klan, Pantera Negra e Nasce uma Estrela – e um queridinho da crítica – Se a Rua Beale Falasse, vencedor do National Board of Review e do Critics Choice, entre outros. O texto de Poderia Me Perdoar? ganhou também o prêmio dos críticos de Washington, Boston, Phoenix, Los Angeles e da Florida, e foi indicado ao Bafta, ao Film Independent Spirit e às premiações dos críticos de Austin, Carolina do Norte, Central Ohio, St. Louis, Chicago, Kansas, San Diego, São Francisco e Denver, além do já citado Critics Choice e da Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos EUA. Ou seja, suas chances de vitória são altas. Mas seriam suficientes para superar um veterano que há muito já merecia ter uma estatueta dourada em mãos? Pouco provável, mas não impossível.
The Ballad of Buster Scruggs, de Joel Coen, Ethan Coen
A presença do mais recente trabalho dos irmãos Joel e Ethan Coen entre os finalistas do Oscar 2019 foi uma surpresa tão grande quanto um coelho tirado de dentro de uma cartola. Afinal, ainda que tenha sido premiado nesta categoria no Festival de Veneza e sido indicado à premiação dos críticos de San Diego, o roteiro de The Ballad of Buster Scruggs não foi lembrado por absolutamente mais ninguém, nem mesmo ao prêmio do Sindicato dos Roteiristas de Hollywood. O que já aponta, talvez, a inclusão dos dois “queridinhos da Academia” – essa é a décima quinta indicação deles, sendo que já possuem quatro estatuetas – parece ter sido muito mais uma questão de corporativismo do que apenas mérito. Inédito nos cinemas e lançado diretamente na Netflix, esta lembrança foi uma vitória e tanto da plataforma de streaming, mas com chances próximas ao zero de conseguir convertê-las em vitória.
Pantera Negra, de Ryan Coogler, Joe Robert Cole
Este é o único dos cinco indicados nesta categoria na premiação do Sindicato dos Roteiristas de Hollywood que não chegou ao Oscar. Ryan Coogler e Joe Robert Cole concorreram também ao Critics Choice, ao Black Reel e aos prêmios dos críticos de Denver, Georgia, São Francisco, Washington e Carolina do Norte, além de ter sido premiado pelos críticos de Nevada. E estamos falando de um título indicado a Melhor Filme – mérito que três dos concorrentes desta categoria não alcançaram. E parece ser um tanto lógico que um dos melhores do ano tenha também uma das melhores histórias, não é mesmo? Sem falar na importância histórica, por termos a primeira produção baseada em super-heróis de histórias em quadrinhos como finalista na mais importante categoria da premiação da Academia. Uma ausência que, de fato, faz muita falta.
:: Confira aqui tudo sobre o Oscar 2019 ::
