Curiosamente, ao contrário do que vem acontecendo em anos recentes, nos quais foram premiadas nessa categoria atrizes como Viola Davis (Um Limite Entre Nós, 2016), Alicia Vikander (A Garota Dinamarquesa, 2015) ou Patricia Arquette (Boyhood: Da Infância à Juventude, 2014), dessa vez todas as indicadas são, de fato, coadjuvantes em seus filmes – vamos combinar, as aqui citadas eram todas protagonistas, né? Bom, mas como a seleção priorizou quem realmente teve participação de apoio em seus filmes, a disputa deveria ser mais parelha, não é mesmo? Pelo contrário! Afinal, entre as concorrentes temos uma antiga vencedora, uma novata em sua primeira indicação, uma estrela de forte apelo junto ao público, uma das maiores revelações dos últimos anos e… a única veterana, com histórico para lá de comprovado, mas que, ao menos até agora, ainda não havia sido premiada. Chegou o momento de fazer justiça, portanto. E se as outras ao menos acreditam que podem sonhar com uma eventual vitória, tal pensamento não passa de mera ilusão: a futura vencedora já está mais do que definida! Confira nossas apostas em Melhor Atriz Coadjuvante!
Indicadas
- Kathy Bates, por O Caso Richard Jewell
- Laura Dern, por História de um Casamento
- Scarlett Johansson, por Jojo Rabbit
- Florence Pugh, por Adoráveis Mulheres
- Margot Robbie, por O Escândalo
FAVORITA
Laura Dern, por História de um Casamento
Ela não só teve um desempenho hipnotizante em História de um Casamento: Laura Dern está no momento certo de sua carreira para ser premiada. É um caso similar ao que aconteceu com Matthew McConaughey há alguns anos, quando uma série de trabalhos muito elogiados o levou até o ouro máximo de Hollywood. Pois veja bem: esta é a terceira indicação de Dern (portanto, não se trata de nenhuma novata), foi bastante aplaudida por filmes como Certas Mulheres (2016), O Conto (2018) e Adoráveis Mulheres (2019), flertou com o grande público em Star Wars: Os Últimos Jedi (2017) e conquistou todos os prêmios de televisão com a série Big Little Lies (2017-2019)! Ou seja, está mais do que na sua hora! Tanto é que, pelo longa de Noah Baumbach, já ganhou o Globo de Ouro, o SAG, o Critics Choice e a Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos EUA, os prêmios dos críticos de Atlanta, Boston, Dallas-Fort Worth, Denver, Detroit, Florida, Havaí, Iowa, Nova Iorque, Phoenix, Southeastern, St. Louis, Toronto e Vancouver, além de estar indicada ao Bafta.
AZARÃO
Scarlett Johansson, por Jojo Rabbit
A grande concorrente de Laura Dern nessa temporada era… Jennifer Lopez! Como esta acabou ficando de fora das indicações (veja abaixo), Scarlett Johansson meio que ocupa a vaga de “azarão” por um único e simples motivo: ela é a única a ter recebido indicação dupla neste ano, e como concorre também a Melhor Atriz (por História de um Casamento), talvez se compadeçam dela em alguma das categorias e, com isso, consiga alguns votos de simpatia. Mas não se enganem: o prêmio já é da Dern. Para se ter uma ideia, ScarJo não conseguiu nem ser indicada ao Globo de Ouro – mas foi lembrada no Bafta, no SAG, no Critics Choice e em diversas premiações de críticos por todos os Estados Unidos (sem, no entanto, ter sido premiada em nenhuma dessas ocasiões). Ou seja, se ganhar, vai ser uma daquelas surpresas que quebrar o bolão de qualquer um!
SEM CHANCES
Kathy Bates, por O Caso Richard Jewell
Ninguém dava a mínima para Kathy Bates nesse filme até que, do nada, ela conquistou uma indicação ao Globo de Ouro – e ainda tem quem diga que o prêmio da Hollywood Foreign Press Association não tem nenhuma influência no Oscar! Bom, foi o que bastou para ela ser lembrada pela Academia. Vencedora da cobiçada estatueta dourada como Melhor Atriz por Louca Obsessão (1991), tinha tido sua última indicação até então por As Confissões de Schmidt (2002) – ou seja, há quase duas décadas! Uma das veteranas mais respeitadas ainda em atividade, conquistou sua quarta indicação basicamente pela força do seu nome e do prestígio do diretor do filme que estrela – ninguém menos do que Clint Eastwood, para que fique claro! Tanto é que, além do Globo, ela foi indicada apenas nas premiações dos críticos de Detroit, Georgia, Havaí, Houston e North Texas (todas um tanto obscuras). Prêmio, mesmo, veio só no National Board of Review, uma associação de críticos de cinema situada em Nova Iorque. O suficiente, pelo jeito, para voltar mais uma vez à maior festa do cinema, mesmo que na condição de convidada especial, sem possibilidade alguma de ocupar um espaço maior de destaque sob os holofotes!
ESQUECIDA
Jennifer Lopez, por As Golpistas
Para a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, não foram suficientes as indicações ao Globo de Ouro, ao Critics Choice, ao SAG, ao Film Independent Spirit a ao prêmio da Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos EUA, além dela ter sido premiada pelos críticos de Austin, Indiana, Los Angeles, Nevada, Oklahoma, São Francisco, Seattle, Washington e no Satellite. Mesmo assim, Jennifer Lopez acabou esnobada! É sabido que Hollywood possui uma relação de amor e ódio com atrizes que também fazem sucesso como cantoras – ao mesmo tempo em que Lady Gaga foi premiada no ano passado, desse vez não apenas JLo, mas também Beyoncé (que poderia ter sido indicada em Melhor Canção Original por O Rei Leão) foi ignorada! Porém, mais do que a Queen B, Lopez merecia – e muito – esse reconhecimento. Afinal, em As Golpistas ela tem, talvez, a melhor performance de sua carreira – ok, ela fez muita porcaria, mas também já trabalhou com nomes como Francis Ford Coppola, Steven Soderbergh e Oliver Stone, entre outros de maior prestígio – num caso raro em que personagem e intérprete parecem ter nascido uma para a outra. Uma oportunidade única em toda a sua trajetória na tela grande que, infelizmente, acabou sendo recebida à altura por seus colegas.
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