Há duas organizações que podem servir de parâmetro aos possíveis premiados na categoria de Melhor Edição de Som no Oscar. Uma delas é a Association of Motion Picture Sound, que possui apenas uma categoria em sua premiação: Excelência em Som em Filme de Cinema. Nela, quatro dos cinco indicados também marcam presença por aqui – apenas um ficou de fora, o que torna fácil adivinhar qual deles tem menos chance de vitória. Por outro lado, a Motion Picture Sound Editors premia vários trabalhos em cinema, televisão, streaming e publicidade. No âmbito cinematográfico, há quatro disputas: Trilha Incidental, Filme Musical, Diálogos e Efeitos Sonoros. Cada uma delas foi para um longa diferente, sendo que os vencedores nas duas primeiras nem chegaram a se classificar entre os votantes do Oscar. Ou seja, as chances estão a favor da outra dupla, certo? Confira as nossas apostas entre os indicados a Melhor Edição de Som.
Indicadas
- Ford vs Ferrari, de Don Sylvester
- Coringa, de Alan Robert Murray
- 1917, de Oliver Tarney, Rachel Tate
- Era uma Vez em…Hollywood, de Wylie Stateman
- Star Wars: A Ascensão Skywalker, de Matthew Wood, David Acord
FAVORITO
1917
Premiado no MPSE como Melhor Edição de Som em Diálogos, 1917 foi também o grande vencedor do AMPS – ou seja, com o amparo das duas instituições formadas por técnicos de som, sua provável vitória é quase uma certeza a esse ponto. Se lembrarmos que o longa de Sam Mendes foi premiado também como Melhor Som no Bafta e na premiação da Associação de Jornalistas Latinos de Entretenimento, suas chances crescem vertiginosamente. Oliver Tarney está em sua terceira indicação ao Oscar, enquanto que Rachael Tate está concorrendo pela primeira vez. E o casal tem talento de sobra para justificar a cobiçada estatueta, que está logo ali, ao alcance de suas mãos!
AZARÃO
Ford vs Ferrari
Indicado ao AMPS, Ford vs Ferrari foi premiado no MPSE como Melhor Edição de Som em Efeitos Sonoros. Esse foi um forte empurrão em sua campanha, que o coloca como o único com um mínimo de chances de estragar a festa da dupla de 1917! Concorrendo ao Oscar pela primeira vez, Donald Sylvester é um antigo colaborador do diretor James Mangold – esteve envolvido com o som de produções como Johnny & June (2005) e Logan (2017), por exemplo – e conquista, enfim, pela primeira vez esse importante reconhecimento. Tanto é que foi também indicado ao Bafta, à premiação da Associação Online de Cinema & Televisão e ao prêmio da Associação de Jornalistas Latinos de Entretenimento, sem falar que foi premiado no Hollywood Film Awards e no Satellite! Ou seja, o resultado dessa disputa pode guardar uma boa surpresa no próximo dia 09 de fevereiro!
SEM CHANCES
Star Wars: A Ascensão Skywalker
Tanto Matthew Wood quanto David Acord já foram indicados ao Oscar antes (o primeiro está em sua quinta indicação, o outro na segunda), mas nunca ganharam. E agora estão novamente na maior festa do cinema mundial, e ainda com um filme que arrecadou mais de US$ 1 bilhão nas bilheterias de todo o mundo! Vitória garantida, certo? Muito pelo contrário. Star Wars: A Ascensão Skywalker foi uma grande decepção, tanto entre o público (estimava-se que o dobro dessa audiência compareceria aos cinemas) quanto junto a crítica (mesmo sendo o capítulo final de uma das sagas mais adoradas do cinema, conseguiu emplacar apenas três indicações técnicas). Tanto é que essa indicação é mais protocolar do que qualquer outra coisa que, dos cinco indicados aqui, apenas esse não concorreu também ao prêmio da Association of Motion Picture Sound. E sem o apoio dos próprios colegas, fica um tanto complicado, não é mesmo? Apenas para constar, foi indicado ao Bafta e ao MPSE, sem vitória em nenhum dos dois.
ESQUECIDO
Tod A. Maitland, Michael Scott, Kira Roessler, Alan Robert Murray e Tom Ozanich, por Jojo Rabbit
Dos cinco indicados ao prêmio da AMPS, apenas Jojo Rabbit não conseguiu chegar ao Oscar. E entre os concorrentes da MPSE, o longa de Taika Waititi foi premiado – ganhou como Melhor Edição de Som em Filme com Trilha Incidental. Mesmo assim, tais feitos parecem não ter impressionado os votantes da Academia, que o deixou de fora da lista de finalistas. O que não deixa de ser uma lástima, pois além de ser uma fábula infantil, trata-se também de um filme de guerra, com cenas de explosões, artilharia e confrontos, nos quais a edição de som tem papel fundamental para a ambientação da trama. No final das contas, as seis indicações que o filme recebeu até pareciam ser muitas, mas poderia ter havido espaço para mais algumas, como essa aqui.
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