Não é tão frequente, mas volta e meia acontece de um longa estrangeiro ser indicado ao Oscar não apenas na categoria dedicada aos filmes de outros países, mas também na principal. Só neste século tivemos concorrentes como Roma (2018), Amor (2012) e O Tigre e o Dragão (2000) – todos disputaram em Melhor Filme, mas ganharam, mesmo, como Melhor Filme Estrangeiro! Agora com um novo nome – se chama Melhor Filme Internacional – a disputa foi reduzida a quatro longas europeus e um asiático – e é justamente esse o franco favorito! Sem representantes da América do Sul e Central, África ou Oceania. Este é o ano em que um novo feito entrará para a história da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Mas não pense que a disputa já está ganha: entre os outros quatro concorrentes, dois disputam mais de uma categoria, e a dupla restante foi premiada em importantes festivais internacionais. Então, sem mais demora, confira as nossas apostas na categoria de Melhor Filme Internacional!
Indicados
- Corpus Christi (Polônia)
- Honeyland (Macedônia)
- Os Miseráveis (França)
- Dor e Glória (Espanha)
- Parasita (Coreia do Sul)
FAVORITO
Parasita, de Bong Joon-Ho (Coréia do Sul)
Mais de 170 prêmios – até o momento, ao menos – e outras quase 200 indicações. Só no Oscar, são seis indicações: além de ser o óbvio favorito por aqui, disputa ainda a categoria principal de Melhor Filme, e também Direção, Roteiro Original, Montagem e Design de Produção. Parasita é o primeiro longa-metragem sul-coreano a ser lembrado nessa categoria, e já desponta como o grande favorito. Tanto que já ganhou o Globo de Ouro, o Critics Choice, o Screen Actors Guild (prêmio de Melhor Elenco) e foi escolhido o melhor estrangeiro do ano pelos críticos de Atlanta, Austin, Boston, Central Ohio, Chicago, Dallas-Fort Worth, Denver, Georgia, Havaí, Houston, Indiana, Kansas, Las Vegas, Nova Iorque, Carolina do Norte, North Texas, Oklahoma, Philadelphia, Phoenix, San Diego, São Francisco, Seattle, Southeastern, St. Louis, Toronto, Utah, Vancouver e Washington, além de ter vencido o National Board of Review e o prêmio da Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos EUA. É a verdadeira ‘Febre Parasita’, que não parece dar sinal de que vai acabar tão cedo!
AZARÃO
Dor e Glória, de Pedro Almodóvar (Espanha)
Premiado como Melhor Ator no Festival de Cannes, Dor e Glória disputa também nessa categoria no Oscar. Seguindo a lógica, se acontecer uma catástrofe e Parasita, o óbvio vencedor, não for premiado, o único a ter alguma mínima chance por aqui é esse belíssimo drama de Pedro Almodóvar. O cineasta espanhol está em sua terceira indicação nessa categoria – ganhou por Tudo Sobre Minha Mãe (1999) – e foi premiado também como Melhor Roteiro Original por Fale Com Ela (2002)! O efeito desse seu último trabalho o levou a ser indicado também ao Bafta, Globo de Ouro e Critics Choice, além de ter sido premiado pelos críticos de Los Angeles e eleito um dos cinco melhores títulos estrangeiros do ano no National Board of Review. Seria lindo se ganhasse, mas tal resultado é virtualmente impossível.
SEM CHANCES
Corpus Christi, de Jan Komasa (Polônia)
A Polônia anda em alta com os membros da Academia. Este é o segundo ano consecutivo que uma produção do país é indicada nesta categoria – no ano passado, Guerra Fria (2018) recebeu três indicações, tendo concorrido também a Direção e Fotografia – e em 2015 os poloneses foram premiados com Ida (2013)! Talvez isso ajude a explicar a presença de Corpus Christi à frente de outros pré-finalistas que pareciam ter mais força, como o senegalês Atlantique e o russo Uma Mulher Alta – ambos premiados em Cannes. Premiado no Festival de Veneza com dois troféus paralelos e escolhido como o melhor filme estrangeiro do ano pelos críticos da França, foi lembrado nos Estados Unidos apenas pela associação dos críticos de Houston – e perdeu.
ESQUECIDO
A Vida Invisível, de Karim Aïnouz (Brasil)
Óbvio que nessa hora o coração bate mais forte, né? E a torcida, ao menos nesse ano, era forte: A Vida Invisível, nosso escolhido, foi premiado como Melhor Filme na mostra Um Certo Olhar, no Festival de Cannes, e estava super bem cotado para conseguir uma indicação – há anos um título brasileiro não gerava tanta expectativa. Sem falar que uma das estrelas do elenco é Fernanda Montenegro, a única atriz brasileira a já ter sido indicada ao Oscar! Mas, infelizmente, não foi dessa vez. Dos 91 inscritos, apenas dez foram pré-selecionados – e nem aí conseguimos uma vaga! Junto com os cinco indicados, estavam também longas da Rússia, Senegal, Estônia, Hungria e República Checa. Será que em 2021 teremos mais sorte? Mesmo assim, o Brasil não ficou completamente de fora: Democracia em Vertigem concorre a Melhor Documentário em Longa-metragem, e Dois Papas – dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles – conquistou três indicações.
:: Confira aqui tudo sobre o Oscar 2020 ::
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