Dos cinco indicados nesta categoria, dois não concorreram ao prêmio do sindicato correspondente, o Cinema Audio Society. Curiosamente, um deles, apesar disso, é o favorito por aqui, enquanto o outro, seguindo a lógica inversa, é aquele com as menores chances. A maioria das premiações, no entanto, reconhece apenas o Melhor Som – como o Bafta, por exemplo – sem essa divisão entre Mixagem e Edição, como faz o Oscar. Há conversas que indicam que a Academia irá unifica-las num futuro próximo, o que pode ajudar muita gente com suas previsões – até porque, na maioria das vezes, quem ganha um leva o outro também, como aconteceu no ano passado com Bohemian Rhapsody (2018)! Enfim, vamos às nossas apostas em Melhor Mixagem de Som!

Indicadas

 

FAVORITO
1917
Enquanto Mark Taylor está em sua terceira indicação ao Oscar, Stuart Wilson concorre pela sexta vez ao prêmio da Academia – e nunca foram premiados! Será que chegou a vez deles? Muitos apostam que sim. Vencedores do Bafta, ganharam ainda o prêmio dos críticos latinos, além de terem sido indicados ao Satellite e na premiação dos críticos online. Porém, o que mais conta a favor dos dois é o fato de 1917 ser um forte candidato a Melhor Filme, e se for o caso de um daqueles arrasa-quarteirões premiados em várias categorias, essa aqui parece ser uma das mais prováveis a também marcar presença, inflacionando o resultado de troféus conquistados! Sem falar, é claro, que o trabalho dessa dupla apresentado em cena é não menos do que impressionante, colaborando decisivamente nessa incrível experiência proposta pelo diretor Sam Mendes.

 

AZARÃO
Ford vs Ferrari
Este foi o escolhido pela Cinema Audio Society. Garantia de vitória também no Oscar? É possível… mas longe de estar garantido. Afinal, Ford vs Ferrari é, dos nove candidatos a Melhor Filme, aquele com o melhor número de indicações, o que já deixa evidente o pouco amor dos membros da Academia para com o longa. E se David Giammarco e Steven Morrow estão, cada um, em suas terceiras indicações, Paul Massey está concorrendo pela nona vez – e ganhou justamente no ano passado, por Bohemian Rhapsody! Ou seja, não é um novato, e talvez já tenha recebido o reconhecimento merecido. Premiado ainda no Hollywood film Awards e no Satellite, é a melhor opção caso os votantes considerem que o longa de James Mangold não deva sair da festa de mãos abanando!

 

SEM CHANCES
Ad Astra
O belíssimo filme de James Gray – eleito o melhor de 2019 pelos críticos do Papo de Cinema – merecia estar presente em muitas outras categorias, como Melhor Filme, Direção, Ator e Roteiro Original, por exemplo. Infelizmente, só conseguiu aparecer por aqui, e quase como um pedido de desculpas, do tipo “olha só, a gente sabe que o filme de vocês é bom, mas como não entendemos direito, mas indicar numa questão técnica para ao menos não ficar tão feio para nós” (risos). E a indicação é mais do que merecida, pois estamos falando só de feras: Mark Ulano está em sua quarta indicação – concorre neste mesmo ano também por Era uma vez em… Hollywood – e foi premiado por Titanic (1997), Tom Johnson já ganhou por O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991) e por Titanic – esta é sua nona indicação – e Gary Rydstrom já deve estar até cansado de ser convidado para a festa do Oscar: com nada menos do que 19 indicações no currículo, conquistou sete estatuetas, por O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final – Som e Efeitos Sonoros – Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993) – Som e Efeitos Sonoros – Titanic e O Resgate do Soldado Ryan (1998) – Som e Efeitos Sonoros! Ou seja, a equipe de Ad Astra tem talento mais do que suficiente para colocar as mãos na cobiçada estatueta dourada mais uma vez, mas o mais provável é que compareçam à cerimônia apenas para aplaudirem os outros.

 

ESQUECIDO
John Hayes, Mike Prestwood Smith, Matthew Collinge, Mark Appleby e Glen Gathard, por Rocketman
Com apenas uma indicação ao Oscar – concorre em Melhor Canção Original – Rocketman foi um dos finalistas ao prêmio do Cinema Audio Society. Além disso, foi indicado ao Bafta e ao Satellite, sem esquecer que chegou, inclusive, a ser premiado pela Motion Picture Sound Editors (que respondem pela categoria irmã de Edição de Som). E veja bem: estamos falando de um longa musical, no qual a experiência sonora é quase tão – ou mais – importante do que a visual! Dos profissionais responsáveis por esse trabalho, apenas Mike Prestwood Smith já foi indicado ao Oscar – concorreu por Capitão Phillips (2013) – mas não são novatos, já tendo passado por longas de sucesso, como Mulher-Maravilha (2017), Sherlock Holmes (2009), Em Ritmo de Fuga (2017), Kingsman: Serviço Secreto (2014) e X-Men: Primeira Classe (2011), entre tantos outros. Bem que podia ser o momento de um reconhecimento de maior destaque, não é mesmo?

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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