A categoria de Melhor Montagem – ou Edição, como preferem alguns – é uma das que mais proximidade possui com a principal, a de Melhor Filme (em alguns casos, mais até que as de Melhor Direção ou Roteiro). Tanto isso é verdade que os cinco indicados deste ano concorrem em ambas. O prêmio do Sindicato dos Editores de Hollywood divide suas escolhas entre Cinema, Televisão e Publicidade, e as produções cinematográficas são ainda separadas em Drama, Comédia, Documentário e Animação. Se os vencedores dos dois últimos – Apollo 11 e Toy Story 4 – nem chegaram a pontuar por aqui, os outros dois estão bem ranqueados: Parasita foi a melhor edição em drama, batendo três dos seus concorrentes por aqui, enquanto Jojo Rabbit foi a melhor montagem em comédia. Mas isso os tornam, naturalmente, os favoritos por aqui? Nem sempre é o caso. Veja abaixo quais são as nossas apostas!
Indicados
- Ford vs Ferrari, de Michael McCusker, Andrew Buckland
- O Irlandês, de Thelma Schoonmaker
- Jojo Rabbit, de Tom Eagles
- Coringa, de Jeff Groth
- Parasita, de Yang Jinmo
FAVORITO
Ford vs Ferrari, de Michael McCusker, Andrew Buckland
O longa dirigido por James Mangold teve uma incrível campanha neste ano, tanto que foi bem mais longe do que qualquer um esperava: recebido com certa frieza tanto pelo público quanto pela crítica, conquistou quatro indicações neste ano. E se suas chances a Melhor Filme ou nas duas de Som (Mixagem e Edição) são mínimas, por aqui é exatamente o inverso. Michael McCusker está concorrendo pela segunda vez (a primeira foi por Johnny & June, 2005), enquanto Andrew Buckland é estreante na premiação. Porém, a performance do trabalho que apresentam nesse filme repleto de cenas carregadas de adrenalina, em sequências de automobilismo que deixam qualquer um sem fôlego, revelam um talento admirável, digno de muitos veteranos mais experientes. Se for para este filme ganhar algum prêmio, podem apostar que será este aqui! Tanto é que está também indicado ao Bafta e ao Critics Choice Awards, além de ter sido escolhido o melhor do ano pelos críticos de Las Vegas, San Diego, São Francisco, Washington e no Satellite.
AZARÃO
Parasita, de Yang Jinmo
Yang Jinmo, parceiro de Bong Joon-Ho também em Okja (2017), está em sua primeira indicação ao Oscar. É ele, no entanto, o responsável pelo ritmo angustiante de Invasão Zumbi (2016), outro longa sul-coreano que deixou muita gente antenada há alguns anos. Com Parasita, no entanto, ele conseguiu o feito de levar para casa o prêmio do Sindicato, superando concorrentes como Coringa, Ford vs Ferrari e O Irlandês! Ou seja, possui muitas chances, com certeza. Mas é bom não se apressar em declará-lo vencedor, pois não se pode negar o preconceito de grande parte dos votantes da Academia com produções não faladas em inglês. Tanto é que, mesmo indicado em várias premiações de críticos – e também no Critics Choice Awards – não ganhou em nenhum outro caso. Ou seja, até pode ser o favorito entre aqueles que realmente entendem do assunto. Porém, quando um grupo muito maior de especialistas é chamado para votar, suas chances diminuem consideravelmente.
SEM CHANCES
Coringa, de Jeff Groth
Mesmo que seja o campeão de indicações neste ano, concorrendo em 11 categorias, é pouco provável que Coringa seja bem-sucedido na maioria dessas disputas. Aqui, por exemplo, suas chances são bem pequenas. Jeff Groth, parceiro do diretor Todd Phillips em filmes como Se Beber Não Case! Parte III (2013) e Cães de Guerra (2016), está em sua primeira indicação ao Oscar. Ignorado por absolutamente todas as associações de críticos, foi indicado até o momento apenas no Satellite e no Sindicato dos Editores, tendo perdido em cada uma dessas ocasiões, além de constar também como finalista no Bafta. É o típico caso de indicação quase automática, motivada pelo sucesso do filme, mas que, quando analisada separadamente, revela-se não muito mais do que um carinho generoso.
ESQUECIDO
Era uma vez em… Hollywood, de Fred Raskin
Apesar de ter editado filmes como Velozes e Furiosos 5: Operação Rio (2011) e Guardiões da Galáxia (2014) – e ter sido parceiro de Tarantino também em Django Livre (2012) e Os Oito Odiados (2015) – Fred Raskin nunca chegou a ser indicado ao Oscar. Dono de duas indicações ao Bafta – a mais recente, justamente por Era uma vez em… Hollywood – por este trabalho mais recente foi premiado pelos críticos do Havaí e de St Louis, além de ter sido indicado nas premiações dos críticos de Washington, Seattle, São Francisco, San Diego, Chicago, Central Ohio, Austin e no Critics Choice. No prêmio anual dos Sindicato dos Editores de Hollywood, concorreu na categoria de Edição em Comédia – e perdeu para Jojo Rabbit! O problema, no entanto, parece ser mesmo um certo preconceito com o diretor – Sally Menke chegou a ser indicada por Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994) e por Bastardos Inglórios (2009), mas perdeu em ambas ocasiões – que nunca mais teve suas obras lembradas na categoria. Com dez indicações neste ano, apontado por muitos um dos favoritos na categoria principal, o filme tem aqui o seu maior percalço rumo à estatueta dourada.
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