Dos cinco indicados nessa categoria, quatro concorreram também ao prêmio do sindicato, o Writers Guild of America Awards! Sob essa ótima, duas conclusões são imediatas: o que aqui aparece, sem ter recebido o apoio dos seus colegas, é certamente o mais fraco dos concorrentes. Depois, aquele que foi indicado lá, mas se ausentou por aqui, é provavelmente o grande esquecido deste ano. Agora, o quanto isso ajuda a descobrir quem será o vencedor no próximo dia 09 de fevereiro? Difícil saber. O certo que não se pode confiar apenas num resultado, é preciso estar bem atento e fazer uma combinação desta com outras premiações, pois só assim teremos um nome mais forte. Afinal, quer saber quem tem mais chance? Então confira a seguir quais são as nossas apostas em Melhor Roteiro Adaptado.
Indicados
Adoráveis Mulheres
Uma das maiores injustiças deste ano é a ausência de Greta Gerwig entre os indicados na categoria de Melhor Direção. Como os votantes da Academia possuem um longa histórico de investirem na lei da compensação, tentando remediar alguns dos seus maiores equívocos com prêmios alternativos em outras ocasiões, este parece um caso quase irresistível para ser desprezado. Com seis indicações ao Oscar, esta nova versão do clássico Adoráveis Mulheres, baseada no livro de Louisa May Alcott, tem tudo para ter aqui a sua maior vitória neste ano. E muitos parecem pensar da mesma forma. Tanto que o filme foi premiado no Critics Choice e pelos críticos de Austin, Central Ohio, Chicago, Dallas-Fort Worth, Florida, Indiana, Kansas, Carolina do Norte, Utah e Washington, além de ter concorrido no WGA e no Bafta. Uma adaptação ao mesmo tempo respeitosa e criativa, que subverte a trama tradicional ao adicionar singelos toques de contemporaneidade, fazendo deste um dos mais simpáticos concorrentes deste ano. Não só merece ganhar, como parece estar no lugar certo e na hora mais apropriada. Dificilmente o ouro escapará das suas mãos!
Jojo Rabbit
Taika Waititi surpreendeu todo mundo ao levar para casa o troféu do WGA por sua adaptação do livro Caging Skies, de Christine Leunens. Até então, Jojo Rabbit era uma possibilidade um tanto remota, mas foi o que bastou para que no dia seguinte o autor já ganhasse também o Bafta, na Inglaterra! Indicado ao Globo de Ouro como Melhor Filme em Musical ou Comédia, ficou de fora, no entanto, entre os indicados a Melhor Roteiro (a HFPA não separa entre Original e Adaptado), e também não chegou nem a concorrer nessa categoria no Critics Choice. Premiado no Hollywood Critics Association, entre as associações regionais de críticos foi reconhecido apenas em Nevada, São Francisco e em Phoenix, tendo sido deixado de lado por todas as demais premiações desta temporada. Ou seja, uma eventual vitória não chegaria a ser uma surpresa, mas parece estar longe de ser a primeira opção para a maioria dos votantes da Academia.
Dois Papas
Anthony McCarten assinou o roteiro de apenas quatro longas-metragens até o momento e, curiosamente, todos foram indicados ao Oscar – ele está em sua quarta indicação, após ter sido lembrado por A Teoria de Tudo (2014) e O Destino de uma Nação (2017) – concorreu aqui em Roteiro Adaptado e Melhor Filme. O único destes títulos que não lhe rendeu uma indicação pessoal foi Bohemian Rhapsody (2018), que, no entanto, ganhou quatro estatuetas e disputou também a de Melhor Filme! Dois Papas, portanto, é, dentre os seus trabalhos, o menos “adorado” – afinal, é o primeiro a não concorrer na categoria principal. Com três indicações neste ano – disputa ainda Melhor Ator e Ator Coadjuvante – esta produção da Netflix dirigida pelo brasileiro Fernando Meirelles é uma simpática fantasia sobre um possível encontro entre os papas Bento XIV e Francisco. Indicada ao Globo de Ouro, ao Critics Choice e ao Bafta, foi premiada apenas pelos críticos de Las Vegas – e em mais nenhum outro lugar. Para piorar sua situação, também ficou de fora do WGA Awards. Ou seja, é um convidado de honra que merece o lugar que ocupa, mas dificilmente irá além disso.
Um Lindo Dia na Vizinhança
Único dos cinco indicados ao prêmio do Writers Guild of America a ficar de fora da lista final do Oscar, Um Lindo Dia na Vizinhança é o óbvio esnobado deste ano. Indicado também ao Critics Choice e nas premiações dos críticos de Austin, Central Ohio, Chicago, Denver, Florida, Havaí, Indiana, Carolina do Norte, São Francisco e Washington, não chegou a ser premiado em nenhuma das ocasiões – o que, de forma alguma, aponta algum tipo de demérito da produção. Muito pelo contrário, é um dos trabalhos mais singelos do ano, e caso tivesse conquistado esse espaço, assim teria feito com muito calor no coração e dignidade no olhar. É o segundo ano consecutivo, aliás, que Marielle Heller fica de fora da disputa pela cobiçada estatueta dourada – no ano passado ela havia assinado o drama Poderia Me Perdoar?Poderia Me Perdoar? (2018), também indicado em menos categorias do que as merecidas.
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