O prêmio da Visual Effects Society – o sindicato dos técnicos em efeitos visuais – é composto de inacreditáveis 25 categorias (mais que no Oscar inteiro, para se ter ideia). Com resultados tão amplos, é difícil se apoiar apenas nela como indicativo de qual título tem mais chances na escolha dos membros da Academia. Entre os vencedores deste ano, para além de uma dezena eram longas-metragens – e três dos cinco indicados por aqui foram reconhecidos! Mas os dois que sobram não podem ser chamados de cartas fora do baralho, afinal, um ganhou o Bafta, e o outro o Critics Choice. Ou seja, como se pode perceber, a situação está bastante indefinida. Diante desse cenário, confirma as nossas apostas para Melhores Efeitos Visuais!
Indicados
- Vingadores: Ultimato, de Dan DeLeeuw, Russell Earl, Matt Aitken, Dan Sudick
- O Irlandês, de Pablo Helman, Leandro Estebecorena, Nelson Sepulveda-Fauser, Stephane Grabli
- O Rei Leão, de Robert Legato, Adam Valdez, Andrew R. Jones, Elliot Newman
- 1917, de Guillaume Rocheron, Greg Butler, Dominic Tuohy
- Star Wars: A Ascensão Skywalker, de Roger Guyett, Neal Scanlan, Patrick Tubach, Dominic Tuohy
FAVORITO
O Rei Leão
Com US$ 1,6 bilhão acumulado nas bilheterias de todo o mundo, ninguém pode dizer que essa nova versão de O Rei Leão foi um fracasso. Mas teria sido um sucesso tão grande assim? A crítica foi dividida e a impressão é que o público foi atrás mais por curiosidade do que movido por um legítimo desejo de entretenimento e expressão artística. E mesmo tendo sido esnobado em outras categorias, como Longa de Animação (sim, esse não é um filme live-action, como a Disney tanto se esforçou em anunciar – tanto que foi indicado ao Globo de Ouro) e Canção Original, é aqui, nessa sua única indicação, em que aparece, também, como o maior favorito. Com cinco indicações ao VESA – Visual Effects Society Awards, ganhou em três importantes: Melhores Efeitos Visuais em Longa-metragem, Criação de Ambiente e Fotografia Virtual em Projeto Digital. Resultado bastante justo, afinal, essa é sua maior excelência, de qualquer forma. Indicado ao Critics Choice e ao Bafta, conta basicamente com o apoio dos colegas profissionais para fazer valer sua vitória.
AZARÃO
Vingadores: Ultimato
Será que o filme de maior bilheteria de todos os tempos irá sair da grande festa do cinema de mãos abanando? É possível. A Disney investiu pesado na campanha deste título junto aos votantes do Oscar – pedindo para ser considerado até para Melhor Filme! – mas conseguiu apenas essa indicação. E assim foi feito porque era praticamente impossível desconsiderar os feitos aqui registrados. Tanto é que ganhou o Critics Choice e o prêmio da Academia de Cinema de Horror, Fantasia e Ficção Científica, além das honrarias dos críticos de Denver, Las Vegas, Nevada, Carolina do Norte, Phoenix e St. Louis. Foi ainda indicado ao VESA em três categorias, ao Satellite e lembrado no Online Film & Television Awards, Associação dos Jornalistas Latinos de Entretenimento, Hollywood Critics Association e Bafta. Suporte para a vitória, como se percebe, existe. Mas será suficiente para vencer os animais animados colegas do próprio estúdio?
SEM CHANCES
Star Wars: A Ascensão Skywalker
Ninguém entendeu muito bem o que Star Wars: A Ascensão Skywalker está fazendo por aqui, ainda mais com três indicações! Tudo bem que se trata do capítulo final de uma das sagas mais adoradas da História do cinema, mas, justamente por isso, tal conclusão deveria ter sido feita com mais pompa e circunstância, e não de forma tão protocolar como a que aqui é vista, a ponto de ter dividido público (é o de menor bilheteria da última trilogia) e crítica. Os dois longas anteriores também foram indicados nessa categoria – e até o spin-off Han Solo: Uma História Star Wars (2018) – e nenhum foi premiado. Nesse ano, o quarteto de profissionais foi indicado ainda ao Bafta e às premiações dos críticos de Chicago, Denver, Havaí, Carolina do Norte, na Online Film & Television Association e na Associação dos Jornalistas Latinos de Entretenimento, sem obter, no entanto, nenhuma vitória. No Visual Effects Society Awards, recebeu quatro indicações, e até chegou a ser premiado, mas como Melhor Simulação de Efeitos em Longa Live Action. Ou seja, longe do desempenho desejado para ser visto como um candidato sério ao ouro hollywoodiano.
ESQUECIDO
Joe Letteri, Eric Saindon e Nick Epstein, por Alita: Anjo de Combate
O grande problema desse tão sonhado projeto do diretor Robert Rodriguez foi ter se revelado um fiasco nas bilheterias: com orçamento de US$ 170 milhões, arrecadou pouco mais de US$ 85 milhões nos Estados Unidos. Ou seja, pouca gente viu o desempenho da personagem-título, apresentada por meio de captura de performance pela atriz Rosa Salazar e recriada digitalmente quase que por completo. O impacto é tamanho que rendeu ao filme o prêmio na VESA de Melhor Animação de Personagem em Filme Live-Action, além de reconhecimentos no Satellite, na Hollywood Critics Association e junto aos críticos da Florida, Havaí, Phoenix, Seattle e St. Louis. Mesmo sem ter recebido as melhores críticas – o que, em parte, justifica o fracasso de público – aqui estamos nos referindo a uma questão puramente técnica, e sob este ponto de vista o trabalho é nunca menos que impressionante. Para se ter uma ideia do tamanho da excelência dos profissionais envolvidos, Joe Letteri já ganhou quatro Oscars (por filmes como O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, 2003, e King Kong, 2005), Eric Saindon conta com duas indicações, enquanto que Nick Epstein esteve nas equipes de Avatar (2009) e Velozes e Furiosos 7 (2015), entre outros.
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