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Oscar 2021 :: Apostas para Melhor Trilha Sonora

Publicado por
Robledo Milani

Foram 15 os filmes pré-selecionados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood para disputar esta categoria, entre os 136 longas inscritos e considerados elegíveis. São os membros do Comitê de Música os responsáveis pela seleção, tanto a primeira “peneira”, quanto por essa segunda, com os finalistas de fato. E quanto ao “sindicato da categoria”, existe? Possui força enquanto precursor da premiação? É relativo, pois existem várias entidades que disputam esse título, como o Guild of Music Supervision, a International Film Music Critics, a Music City Film Critics’ Association e a Society of Composers and Lyricists, por exemplo. Então, para ter uma ideia mais acurada de quem realmente está na frente, quem pode ficar pelo caminho e quem nem chegou a chamar a atenção, o importante é observar todos esses resultados e mais os das premiações de maior repercussão – exatamente o que fizemos por aqui. Diante de todo esse contexto, confira as nossas apostas para Melhor Trilha Sonora Original!

 

Indicadas

 

 

FAVORITO
Trent Reznor, Atticus Ross e Jon Batiste, por Soul
A disputa nessa categoria é de uma dupla contra ela mesma. Ou seja, Trent Reznor e Atticus Ross, responsáveis pelo Nine Inch Nails, estão com indicação dobrada, e tudo indica que, se não ganharem por um, levam pelo outro. Parceiros de longa data do diretor David Fincher – foram premiados antes por A Rede Social (2010) – devem ganhar uma segunda estatueta, no entanto, por essa que é a estreia deles em uma animação – e já ao lado da Pixar/Disney! Pela trilha sonora de Soul, composta em parceria com Jon Batiste (que concorre ao Oscar pela primeira vez), eles já foram premiados no Globo de Ouro, Bafta, Annie, Critics Choice, Hollywood Critics Association, Online Film & Television Association e pela prestigiosa Society of Composers and Lyricists, além de terem sido reconhecidos também juntos aos críticos de Austin, Chicago, Florida, Georgia, Las Vegas, Phoenix, São Francisco, Seattle, St. Louis e Washington. Ou seja, a cobiçada estatueta dourada já é da dupla, basta apenas decidir por qual filme: e a nossa aposta é esse aqui!

 

AZARÃO
Trent Reznor e Atticus Ross, por Mank
Bom, como dito acima, se Trent Reznor e Atticus Ross não ganharem o Oscar por Soul… eles ganham por Mank! A disputa é exatamente entre esses dois trabalhos, ambos assinados pelos mesmos compositores! Na maioria das premiações da temporada eles concorreram juntos, com larga vantagem para a animação da Pixar/Disney. Porém, David Fincher é um parceiro de longa data da dupla, e não será surpresa se a Academia decidir reconhecê-los por mais essa colaboração. Até agora, no entanto, foram premiados por esta trilha apenas junto aos críticos de Dallas-Fort Worth, do Havaí, de North Dakota e no Gold Derby Awards, além de terem recebido indicações ao Globo de Ouro, Bafta, Critics Choice, Hollywood Critics Association, International Online Cinema Awards, Music City Film Critics Association, Online Film & Television Awards, Online Film Critics Society, Satellite, Society of Composers and Lyricists e em praticamente todas as principais agremiações regionais de críticos por todos os Estados Unidos. Estão quase lá, como é possível perceber, mas devem perder… para eles mesmos!

 

SEM CHANCES
Terence Blanchard, por Destacamento Blood
Quem é Terence Blanchard e como ele conseguiu garantir a única indicação de Destacamento Blood filme que, quando lançado, na metade de 2020, se destacou como um forte candidato ao Oscar em várias categorias – Filme, Direção, Roteiro, Ator, Ator Coadjuvante – mas foi perdendo força com o passar dos meses, até registrar apenas essa singela lembrança? Bom, é a segunda vez que Blanchard é lembrado pela Academia – a anterior foi justamente por Infiltrado na Klan (2018), também dirigido por Spike Lee. Parceiro de longa data do cineasta, é um compositores negros mais respeitados da atualidade em Hollywood, tendo sido indicado ao Globo de Ouro (A Última Noite, 2002), Bafta (Infiltrado na Klan, 2018), dono de quatro Grammys (de um total de 13 indicações) e reconhecido no Festival de Veneza. Sua relevância é tamanha que, apesar de indicado na Society of Composers and Lyricists – e não ter ganhado – ainda assim foi premiado com uma homenagem especial, o Spirit of Collaboration Award, justamente pelo conjunto da obra feita ao lado de Lee. Indicá-lo aqui, portanto, é um trunfo do filme, mas ainda mais dele, que merece todos os aplausos. Não irá ganhar, é certo – não contou com absolutamente nenhuma vitória de peso nessa temporada – mas se faz presente com respeito.

 

ESQUECIDO
Alexandre Desplat, por O Céu da Meia-Noite
Esta poderia ter sido a impressionante 12a indicação ao Oscar de Alexandre Desplat – que já ganhou em duas ocasiões, por O Grande Hotel Budapeste (2014) e por A Forma da Água (2017). Aliás, ele é quase a Meryl Streep dos compositores, tendo concorrido consecutivamente também nos dois últimos anos, por Adoráveis Mulheres (2019) e por Ilha dos Cachorros (2018). Claro que não chega nem perto ainda de um John Williams (dono de nada menos do que 52 indicações, com cinco vitórias), mas já tem a seu favor números suficientes para merecer a devida atenção. Pela trilha de O Céu da Meia-Noite, foi indicado ao Globo de Ouro, ao Hollywood Critics Association, International Film Music Critics e ao Critics Choice, além de ter aparecido em diversas listas, como a dos críticos de Chicago, Columbus, Florida, Havaí, Houston e Denver. Por fim, ganhou o Satellite! Ou seja, se a competição não tivesse sido tão acirrada, é certo que seu nome estaria entre os finalistas. Não que ele vá sentir falta, é claro.

 

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As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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