E quem diria que tudo começou com um filme em que o protagonista Ethan Hunt não chega a pegar em uma arma durante toda a trama? O primeiro da saga Missão: Impossível era muito mais um longa de espionagem e mistérios do que de ação e aventura, deixando clara a opção por investir mais na ‘missão’ e menos no ‘impossível’. Para tanto, foi chamado o competente Brian De Palma – um dos maiores discípulos de Alfred Hitchcock – para engendrar uma história de mortes e segredos, agentes duplos e romances proibidos, em que ninguém é o que aparenta ser e no qual só se pode confiar em si mesmo. Reunindo em torno de Tom Cruise um elenco impressionante de coadjuvantes, como os oscarizados Jon Voight e Vanessa Redgrave, além de nomes confiáveis como Ving Rhames, Kristin Scott Thomas, Emilio Estevez, Henry Czerny e os franceses Emmanuelle Béart e Jean Reno, este foi um projeto no meio nível “tudo ou nada”. Ou seja, tinha de dar certo, não apenas para marcar o rosto de Cruise como um dos maiores astros de Hollywood dos nossos tempos, como também para mostrar grandes e envolventes aventuras ainda podiam ser feitas à moda antiga, sem muitas pirotecnias e explosões – ainda que a sequência final, com um helicóptero perseguindo um trem-bala dentro de um túnel tenha sido mais do que suficiente para deixar qualquer um sem fôlego. Com quase US$ 500 milhões arrecadados nas bilheterias de todo o mundo, ainda teve o mérito de contar com dois membros da banda U2 – Adam Clayton e Larry Mullen Jr. – reinventando a clássica trilha sonora criada por Lalo Schifrin. Precisa dizer mais? Um favorito absoluto, tanto dos velhos fãs do programa televisivo como dos novos admiradores da cinessérie.
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