O desafio era gigantesco. Dez anos após o final da primeira trilogia com A Vingança dos Sith, a franquia precisava se renovar de alguma forma. Como atingir um novo público e manter os fãs antigos com quase 40 anos de saga nas costas? A missão a cargo de J.J. Abrams na direção e do roteirista Lawrence Kasdan, autor de O Império Contra-Ataca, era unir esses dois pólos. A estrutura que mescla as histórias de Rey (Daisy Ridley), Kylo Ren (Adam Driver), Finn (John Boyega) e Poe (Oscar Isaac), as peças centrais deste episódio, é a mesma de sempre. Porém, o contraste entre o velho e novo (ainda mais com as aparições de Han Solo, Chewbacca, Leia Organa e Luke Skywalker) reenergiza o conto, que amplia seus caminhos para novas lendas Jedi. Mais interessante ainda é notar como o mundo contemporâneo aqui fora afetou o criado por George Lucas, que, agora, conta com uma representatividade maior. Oras, por mais que Leia (Carrie Fisher) fosse importante na saga original, ela nunca foi protagonista, assim como Natalie Portman, mal aproveitada na trilogia anterior. Mas não falamos apenas de uma mulher à frente de todos. Temos um negro também no eixo principal, o que não quer dizer pouco numa Hollywood tão acostumada a dar protagonismo apenas aos brancos. Ainda, o elenco é de peso em atuação também, garantindo ainda mais doses artísticas ao longa. Com a dramática despedida de Harrison Ford da saga e a reaparição intrigante de Mark Hamill, esse sétimo episódio fecha vários pontos, abre um novo leque de opções, mas, acima de tudo, funciona como um único filme fechado para quem é amante do bom cinema, mas não de continuações incessantes. O resultado é uma obra saudosista, cheia de ação e, acima de tudo, com um novo frescor. Algo que a franquia precisava e conseguiu ir além.
:: Média: 8,2 ::
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