Nem o próprio George Lucas, idealizador da saga Star Wars, poderia dimensionar, ainda nos idos de 1977, o impacto que seu terceiro longa-metragem teria na indústria cinematográfica e na cultura popular do século XX. Unindo o apreço pela ficção científica de THX 1138 (1971) ao diálogo com a juventude de Loucuras de Verão (1973), Lucas, pertencente ao grupo de cineastas da chamada Nova Hollywood, acabou criando um marco do cinema comercial, responsável, em especial, por revoluções técnicas – como no campo dos efeitos especiais. Tudo isso foi gerado por este primeiro episódio (que depois se revelaria o quarto, sucedendo uma trilogia de origem lançada apenas na virada para os anos 2000) de trama aparentemente simples, que trazia um amálgama de referências das mais variadas – filmes de samurai de Kurosawa, faroestes, seriados de ficção dos anos 30, como Flash Gordon, mitologia grega, fábulas arturianas, conceitos bíblicos, filosofia oriental etc. – no formato de uma space opera protagonizada por arquétipos facilmente identificáveis. Temos o herói em formação, Luke Skywalker, em sua jornada para salvar o universo e resgatar uma princesa, Leia Organa, das mãos do vilão, Darth Vader, tendo a companhia de seu mentor, Obi-Wan Kenobi, de dois alívios cômicos, os droides/robôs R2-D2 e C3PO, de um anti-herói, Han Solo, e de seu fiel escudeiro, o wookiee Chewbacca. Contando com um elenco composto essencialmente de nomes pouco conhecidos à época – como o trio protagonista Mark Hamill, Carrie Fisher e Harrison Ford – Lucas conseguiu criar um conto de fadas moderno que encantou plateias, fazendo com que conceitos como “A Força” ou “Mestre Jedi” e imagens como o penteado de Leia, os sabres de luz e a máscara negra de Darth Vader, além dos temas musicais compostos por John Williams e dos emblemáticos letreiros de abertura, ficassem eternamente gravados no imaginário coletivo.
:: Média: 8,1 ::
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