A expectativa era grande depois do bem aceito e divertido O Despertar da Força. Porém, quando as artes e trailers de divulgação começaram a sair, com a cor vermelha dominando a publicidade do filme, instaurou-se o medo de que algo sombrio vinha por aí. E quem conhece o currículo do cineasta Rian Johnson, tinha razões para esperar o pior para todos os personagens queridos da série, afinal, o realizador foi responsável por alguns dos melhores e também dos mais aterradores episódios do seriado Breaking Bad (2008-2013), além de Looper: Assassinos do Futuro (2012). Para surpresa geral, entretanto, o episódio VIII é um dos filmes mais descontraídos de toda a saga. Sim, é aquele que também traz momentos viscerais e inesperados (pra arrepiar) de maneira inédita, mas sem jamais abandonar a diversão e aquilo que conquistou os fãs de Star Wars através das décadas: seus personagens. Johnson se mostra o diretor mais Diretor (com D maiúsculo mesmo) a ter assumido um Guerra nas Estrelas até hoje. Não há sequer um plano que não pareça ter sido pensado pelo cineasta para se encaixar com os demais, o que faz de suas sequências de ação danças insanas de naves, com disparos e seres entrando e saindo de quadro com precisão. Tudo é orquestrado e afinado para atingir o espectador com uma melodia ousada, que não teme usar instrumentos nunca tocados antes nesta saga, e que não hesita em utilizar os mais conhecidos de formas inesperadas, desafiando o público a comprar seus novos arranjos. E se Luke, Leia, os temas de John Williams, e mesmo o uso de efeitos analógicos pontuais, resgatam a nostalgia e criam uma continuidade com a trilogia clássica, Rey, Kylo, Poe, Finn e agora Rose, também, assumem de vez, com segurança e carisma, a tarefa de encabeçar a franquia cinematográfica mais influente da cultura popular.
:: Média: 7,6 ::
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