Edgar Wright pode não ter ficado à frente da produção (abandonou ainda antes de tudo começar), mas é nítida a homenagem feita ao diretor ou, ao menos, às suas ideias. Com um improvável Paul Rudd encabeçando o elenco (ao lado de um Michael Douglas divertidíssimo), este é um dos títulos da Marvel que mais fugiu à fórmula estabelecida até então. Seu humor é diferente do escracho de Guardiões da Galáxia (2014) ou do sarcasmo de Tony Stark (Robert Downey Jr.) a cada aparição do personagem. Há personalidade, mesmo que a originalidade não seja extrema. Temos um mocinho tentando refazer sua vida enquanto precisa ajudar um antigo herói contra um vilão clássico. Porém, com adições de Michael Peña (hilário) e uma comprometida Evangeline Lilly (que, não à toa, ganhou espaço), além de uma relação familiar que norteia a história, há um belo exemplar acima da média. Talvez a palavra-chave aqui seja pretensão. Melhor: a falta dela. Com um personagem obscuro em mãos (ainda que o Homem-Formiga e a Vespa originais sejam parte da primeira formação dos Vingadores nas HQs), o estúdio quis jogar baixo, com um filme mais leve que o já normal da parceria Marvel/Disney, além de orçamento também menor. Porém, os efeitos de Scott Lang diminuindo de tamanho, sua percepção do mundo em baixa estatura e as ótimas formigas coadjuvantes somente ajudam a realçar os pontos positivos do filme. Um legítimo caso de menos é mais. No caso, bem menos.
:: Média 6,8 ::